TAP Rali de Portugal 1973: Estreia no Mundial com vitória Alpine


A confirmação da integração da prova portuguesa no Mundial de Ralis, que veria a luz do dia em 1973, era o prémio merecido para um evento cujo êxito, alcançado em cinco anos, superou largamente a dimensão desportiva.

Numa época em que o desenvolvimento era um privilégio das grandes cidades, as vilas e aldeias do interior do país estavam votadas ao esquecimento. O ‘TAP’ visitava as terras desse Portugal profundo, onde nada acontecia, e o som dos motores quebrava o silêncio das povoações e a rotina da sua gente. O Rali de Portugal foi rapidamente acarinhado pelo povo, que aguardava ‘religiosamente’ a sua chegada, durante os restantes dias do ano. Nascia a festa do rali…

O evento passou a disputar-se em março, tornou-se mais mediático, mas apesar de dispor de apenas cinco meses, César Torres e seus pares, não deixaram de inovar no itinerário, que contava com quatro etapas, visitando pela primeira vez o emblemático troço de Fafe. Adaptando-se na perfeição à sinuosidade dos nossos caminhos, a Alpine Renault foi a grande dominadora. Bernard Darniche foi o mais rápido na fase inicial, mas furou no troço da Senhora da Graça e levou muito tempo a substituir o pneu à entrada da classificativa seguinte, no Marão. O seu companheiro, Jean Luc Thérier, passou para a frente, seguido pelo outro Alpine oficial, de Jean Pierre Nicolas. Thérier venceu a prova, muito graças ao seu talento natural, já que pouco havia reconhecido os troços, chegando a usar as notas de Nicolas. Francisco Romãozinho, integrado na equipa oficial da Citroën, fez uma prova espectacular, levando o DS 21 ao último lugar do pódio. Após a hecatombe dos pilotos oficiais – Waldegard, Paganelli e Pinto – seria Luis Netto a salvar a honra da Fiat, colocando um 124 Spyder no quarto lugar. Seguiram-se ainda Américo Nunes, António Borges, Meqepê, Martorell e Giovanni Salvi, todos no top 10.

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