Retrospetiva do Mundial de Ralis 2024: Drama, equilíbrio e luta até o fim

Por a 16 Dezembro 2024 14:34

A temporada 2024 do Mundial de Ralis foi marcada por momentos históricos, rivalidades intensas e reviravoltas de tirar o fôlego, culminando numa batalha acirrada pelo título até a última prova. Hyundai e Toyota dominaram os holofotes numa disputa épica tanto no campeonato de pilotos quanto no de construtores, deixando os adeptos com o sabor de uma temporada inesquecível. A temporada trouxe grandes emoções, com performances marcantes de pilotos e equipas, sendo que os números também destacam os protagonistas de um ano intenso.

A Toyota Gazoo Racing WRT venceu 61,5% dos ralis da temporada, com destaque para as 4 vitórias de Kalle Rovanperä e as 3 de Sébastien Ogier. No entanto, a Hyundai Shell Mobis WRT mostrou ser uma força a ter em conta ao conquistar 38,5% dos eventos, com Thierry Neuville e Ott Tänak dividindo as vitórias (2 cada) e Esapekka Lappi surpreendendo com um triunfo logo na Suécia.

Nos pódios, a Toyota também liderou com 19 presenças (48,7%), mas a Hyundai manteve uma forte presença, com 15 pódios (38,5%). A Ford, mesmo com recursos muito mais limitados, conseguiu por vezes entrar nas lutas com 5 pódios (12,8%), muito graças ao desempenho de Adrien Fourmaux, que marcou presença em 5 pódios (38,5% dos ralis).

16 FOURMAUX Adrien, CORIA Alexandre, Ford Puma Rally1, action during the Rally de Portugal 2024, 5th round of the 2024 WRC World Rally Car Championship, from May 9 to 12, 2024 at Matoshinhos, Portugal – Photo Paulo Maria / DPPI

Protagonistas em Números

Entre os pilotos, Elfyn Evans e Sébastien Ogier foram os mais consistentes, ambos subindo ao pódio em 53,8% dos ralis, seguidos de perto por Neuville e Tänak (46,2%). Já no número de vitórias, Rovanperä brilhou com 4 triunfos (30,8%), consolidando-se como uma das forças da nova geração, sendo que curiosamente também cometeu muitos erros que llhe valeram vários abandopnos por despiste.

Nos troços, a batalha foi ainda mais intensa. Ogier liderou com 51 vitórias (21,2%), seguido de perto por Neuville (48), Rovanperä (47) e Tänak (30). A Toyota mostrou a sua força ao dominar 57,7% das especiais, enquanto a Hyundai garantiu 37,3%.

Power Stages: Neuville no Topo

Thierry Neuville foi o destaque absoluto nas Power Stages, estado aqui muito do segredo do seu primeiro título mundial, vencendo 45,5% dessas especiais e somando pontos cruciais que ajudaram a manter a disputa acirrada e finalmente a vitória no campeonato. Ogier, Fourmaux e Katsuta dividiram outras vitórias, enquanto Rovanperä e Tänak conquistaram uma cada.

Mas também houve abandonos: mesmo com desempenhos dominantes, as duas principais equipas enfrentaram adversidades ao longo do ano. Tanto Hyundai quanto Toyota sofreram 4 abandonos cada, destacando o quão desafiadora foi a temporada.

Provas Icónicas e momentos decisivos

O Mundial de Ralis de 2024 trouxe alguns dos troços mais desafiadores do WRC. O Rally de Portugal apresentou o troço mais longo da temporada, a famosa Amarante, com 37,24 km. No Safari Rally, o lendário Sleeping Warrior testou os limites dos pilotos com 36,08 km, enquanto o tradicional (e regressado) Ouninpohja, na Finlândia, completou o top 3 com 32,98 km.

Entre os ralis mais extensos, o Safari Rally foi o mais longo, com 367,76 km de especiais, seguido de perto por Portugal e Monte Carlo.

A temporada 2024 do WRC foi marcada por disputas equilibradas, vitórias decisivas e uma demonstração clara de que tanto Toyota quanto Hyundai estão no auge da sua competitividade. Com pilotos icónicos e jovens talentos dividindo os holofotes, o que foi muito positivo, o campeonato reafirma a sua posição como sendo um dos mais emocionantes do automobilismo mundial, apesar de todos os problemas por que passa a modalidade, a que o espetáculo que os pilotos dão nos troços é alheio.

Filme da temporada

No arranque da temporada, Thierry Neuville e Martijn Wydaeghe começaram o ano em grande estilo, conquistando a vitória na prova de abertura e garantindo a pontuação máxima com o novo sistema de pontos. No entanto, um problema de pressão de combustível no i20 N Rally1 prejudicou a sua performance no rali seguinte, abrindo espaço para Elfyn Evans e Scott Martin encurtarem a diferença no campeonato. A vitória ficou com Esapekka Lappi e Janne Ferm, que encerraram um jejum de seis anos e meio sem triunfos, enquanto Adrien Fourmaux e Alexandre Coria subiram ao pódio pela primeira vez.

A Toyota reagiu no Rally Safari com uma dobradinha que devolveu à equipa a liderança no campeonato de construtores. Apesar de um fim de semana difícil, Neuville conseguiu recuperar a liderança do campeonato de pilotos com uma sólida performance no último dia. Na Croácia, Sébastien Ogier e Vincent Landais mostraram experiência e consistência ao vencerem, aproveitando erros de Neuville e Evans.

Depois vieram os troços de terra, que trouxeram ainda mais emoção. Ogier e Landais brilharam em Portugal, mas viram uma vitória escapar na Sardenha após um furo lento na Power Stage, permitindo a Ott Tänak e Martin Järveoja vencerem por apenas 0,2 segundos – a menor diferença entre 1 e 2º desde 2011. Na Polónia, Kalle Rovanperä e Jonne Halttunen substituíram Ogier, afastado após um acidente nos reconhecimentos, e triunfaram apesar do pouco tempo de preparação. A dupla finlandesa também dominou na Letónia, enquanto os estreantes locais Mārtiņš Sesks e Renars Francis impressionaram com um desempenho promissor, apesar de problemas mecânicos no final lhes terem ‘roubado’ o que seria um grande resultado.

No Rali da Finlândia, Rovanperä viu a hipótese de vencer em casa escapar após um capotanço. Tänak sofreu um acidente grave que hospitalizou o seu copiloto, Järveoja, enquanto Evans enfrentou problemas de transmissão e abandonou. Com os principais rivais fora da disputa, Neuville ampliou a sua liderança no campeonato, enquanto Ogier aproveitou para subir ao segundo lugar na classificação geral, mesmo com um programa em part-time.

No Rali da Acrópole, a Hyundai ocupou todo o pódio pela segunda vez em três anos, com Neuville a vencer após os rivais da Toyota enfrentarem problemas mecânicos. Ogier, que chegou a liderar com uma vantagem de 45 segundos. Apesar do domínio da Hyundai na Grécia, a Toyota respondeu no Chile com uma performance também impecável, conquistando os três primeiros lugares, e reduzindo com isso a diferença no campeonato de construtores para metade.

Por tudo isto a reta final da competição foi algo dramática. Na penúltima prova, na Alemanha, Tänak venceu após Ogier sofrer um acidente enquanto liderava, mantendo com visso viva a disputa pelo título de pilotos. Já no Japão, última prova do ano, Tänak liderava até sofrer um acidente no último dia, abrindo por isso, caminho para Neuville e Wydaeghe confirmarem o título de pilotos, mesmo tendo problemas mecânicos na fase inicial do rali.

No campeonato de construtores, Toyota e Hyundai chegaram ao Power Stage empatadas em pontos. A equipa japonesa brilhou com uma vitória e um segundo lugar, com Elfyn Evans a assegurar o seu único triunfo do ano, , garantindo o seu quarto título consecutivo por apenas três pontos, a diferença mais equilibrada desde 1983.

Por tudo isto 2024 ficará como um ano para a história no Mundial de Ralis, foi uma das mais emocionantes em muito tempo na história do WRC, com reviravoltas até a última prova, performances lendárias e rivalidades intensas.

Para Hyundai e Toyota, a batalha pelo domínio do Mundial de Ralis está mais viva do que nunca, e a expectativa para 2025 já começa a crescer com a passagem de Fourmaux para a Hyundai, o regresso de Rovanpera a tempo inteiro na Toyota ficando por saber o que vai suceder com a M-Sport/Ford…

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