Acidente na Lagoa Azul foi o ‘princÃpio do fim’ dos Grupo B e deu a Joaquim Moutinho um triunfo inesperado, o único de um português no Mundial de Ralis, até hoje…
Vivia-se o perÃodo mais alucinante da história da modalidade, mas deixou na prova portuguesa um irreparávÂel amargo de boca. O rugir dos monstros do Grupo B não intimidava os especÂtadores e, à medida que a potência dos motores disparava, o público deixava menos espaço para que as feras extravasassem a sua bravuÂra.
O perigo era eminente e o inevitável aconteÂceu… Na Lagoa Azul, troço de abertura da prova, Joaquim Santos não conseguiu evitar uma saÃda de estrada, resultando daà três vÃtimas mortais e dezenas de feridos. Os pilotos oficiais, que cheÂgaram a assumir o medo de correr nas classiÂficativas portuguesas, com carros tão potentes, perante um público tão inconsciente, recusaram-se a continuar em prova.
Com a desistência das eqÂuipas de fábrica, Joaquim Moutinho, que decidiu prosseguir com o Renault 5 Turbo, adicionou o seu nome à lista dos vencedores de provas do Mundial de Ralis. Os acontecimentos daquela manhã foram um rude golpe para o prestÃgio que o rali alcançara em duas décadas de vida.
César Torres sabia que a imagem da prova ficara bastante ferida, mas não baixou os braços.
Recolhendo os ensinaÂmentos que as coisas más sempre trazem, rapiÂdamente olhou em frente, procurando o caminÂho que devolveria a alma ao Rali de Portugal… Aquele que era o Mundial mais aguardado de sempre, acabou por ser considerado um annus horribilis para os ralis.
A tragédia de Sintra e o acidente que vitimou, dois meses depois, Henri Toivonen e Sergio Cresto, na Córsega, levaram a FISA a concluir que os carros de Grupo B eram imprevisÃveis demais para correr em estradas do dia-a-dia e com o público ali tão perto. O Rali Olympus de 1986, assinalou a despedida dos ‘monstros’…