Uma das histórias mais famosas do Rali de Portugal teve lugar em 1980, quando um certo piloto alemão ‘cilindrou’ o seu colega de equipa. Já sabe de quem estamos a falar?
Rali de Portugal gozava de um inveÂjável prestÃgio junto dos construtoÂres, pilotos e comunicação social, e apenas o comportamento do públiÂco impedia que a apreciação fosse perfeita. Por isso, César Torres tomou algumas medidas em prol da segurança, em Sintra, por exemplo. Nada menos do que nove equipas de ponta – Ford, Fiat, Mercedes, Toyota, Opel, Datsun, Triumph, Talbot e FSO Polonez – à s quais se juntou ainda o Lancia Stratos de Bernard Darniche, animaram a ediÂção de 1980. Pela única vez na história do rali, os concorrentes mediram forças nas ruas do mÃÂ
tico traçado citadino de Vila Real, perante uma grandiosa moldura humana. Darniche foi o priÂmeiro lÃder, mas o Stratos não chegaria ao fim da etapa inicial, abrindo caminho para a ascensão dos Fiat 131 Abarth de Walter Röhrl e Markku Alen. Ari Vatanen e Hannu Mikkola, ao volante dos Escort assistidos por David Sutton, eram os naturais opositores aos carros italianos, mas um despiste do primeiro e uma série de furos do seÂgundo, impediram-nos de chegar perto dos priÂmeiros. Quando tentavam recuperar o atraso, os dois finlandeses despistaram-se na mesma curva do troço da Cabreira e dali não saÃram. Marcado pelo mau tempo, o rali foi decidido nos 43 km do troço de Arganil. Logo na primeira passagem, e sob um nevoeiro cerrado que anulava quase por completo a visibilidade, Walter Röhrl protagoÂnizou um entendimento perfeito com Christian Geistdörfer, o seu navegador, ganhando 4m40s a Alen. O alemão concluiu a classificativa comÂpletamente exausto, mas feliz pela humilhação imposta ao seu companheiro de equipa. Carlos Torres, num Escort de Grupo 1, foi uma vez mais o melhor português, contando com a forte oposição dos Kadett GTE de José Pedro Borges e Meqepê, enquanto estiveram em prova.