Hannu Mikkola e Markku Alen foram os protagonistas de um Rali de Portugal intenso que contou com sete (!) equipas de fábrica
Com a inscrição de oito equipas oficiais, adivinhava-se uma interessante prova em 1978, mas longe estariam os melhores vaticínios de prever que Alen e Mikkola enfrentariam a última noite separados por escassos 11 segundos e a terceira vitória de Alen foi certamente a mais suada das cinco que constam no seu palmarés.
Num rali com 46 classificativas que contou com sete equipas de fábrica – Fiat, (com três 131 Abarth), Ford (com três Escort), Toyota (com dois Celica), Opel (com três Kadett GTE), Citroën (com três CX 2400), Peugeot (com dois 104 ZS) e Vauxhall (com dois Chevette que não passaram das verificações) ainda uma semi-oficial (Lancia Stratos) -houve 11 trocas de líder! Mas nenhuma mexeu tanto nas emoções como a última onde um autêntico G.P. de Sintra foi disputado entre o Escort de Hannu Mikkola e o 131 de Markku Alen. Um toque numa pedra, seguido de um furo de Mikkola na quarta e última passagem pelo troço de Sintra, foi suficiente para que Alen carimbasse o passaporte para a vitória, numa das edições douradas da prova.
O duelo travado pelos dois finlandeses é ainda hoje considerado o mais emocionante da história do rali e por isso vale a pena recordar a história: À partida para a última passagem pelos 10,5Km do troço de Sintra, Mikkola liderava por quatro segundos. A Fiat decide retirar o limitador de rotações do 131 de Alen, que consegue o tempo canhão de 7m01s, terminando o troço banhado em suor e ansioso pela chegada do seu compatriota.
O seu navegador Kivimaki, não tira os olhos do relógio e 2m5s depois, grita: “Ganhámos, Markku!”. Mikkola aparece minutos depois, mas o seu Escort trazia uma roda a menos em consequência de um toque numa pedra. Carlos Torres, em Ford Escort, iniciou uma série de triunfos entre os portugueses, feito que repetiu nos dois anos seguintes.