Rali de Portugal: Projeta o país e alarga o turismo, todo o ano, a todo o território
141.2 milhões de euros! 73.42 milhões de euros em despesa direta. São estes os valores registados em 2019, e que têm crescido todos os anos, desde 2007. Para uma prova que custa, grosso modo, 3.5 milhões de euros. Veja-se o retorno que dá…
Depois do coronavírus se “ir embora” a luta passa a ser travada com a economia, ou seja, a sua recuperação. Num contexto em que o dinheiro não vai abundar, devido a esta “paragem nas boxes” obrigatória, são fundamentais eventos que façam ‘mexer’ a economia, e o desporto em geral é um veículo fantástico para isso mesmo, em particular os que movimentam muita gente. É o caso dos ralis e do todo-o-terreno.
Por isso, não foi de estranhar que os autarcas das câmaras normalmente ‘atravessadas’ pelo Rali de Portugal, lamentem o seu cancelamento.
Num trabalho feito pela agência Lusa, que falou com vários presidentes de câmara, a opinião geral é de lamento pelo sucedido: “O impacto, apesar de ser difícil de quantificar com precisão, é profundamente negativo, mas percebemos que é um mal necessário. Afinal, não podemos realizar o Rali de Portugal à porta fechada. O Rali de Portugal é uma das provas mais emblemáticas do desporto nacional e que tem um impacto mundial. Temos muita pena, mas percebemos que na conjuntura atual a prova tinha de ser cancelada, uma vez que atrai milhares de pessoas, de vários países. Os concelhos que deveriam acolher troços serão os mais penalizados, mas também os concelhos vizinhos e, de uma forma mais abrangente, toda a região Norte. O setor do turismo caiu para zero e o turismo associado ao rali é mais maduro, mais conhecedor, feito por pessoas que gostam de apreciar boas refeições e estadas em bons hotéis. E que chega com alguma antecedência e costuma ficar um pouco mais após a passagem da prova”, explicou José Luís Gaspar, presidente Câmara Municipal de Amarante.
Já o presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa, afina pelo mesmo diapasão, e compreende que o coronavírus não deixa muita margem de atuação: “Não havia condições para o Rali de Portugal se realizar”, referindo-se à imensidão de adeptos que ruma às zonas dos troços, que pernoita e se alimenta nas zonas por onde passa a prova, inclusivamente milhares de cidadãos espanhóis, especialmente da Galiza:
“O Rali de Portugal é o evento com maior impacto na região. Há um impacto direto na economia local, mas há também um impacto indireto, mediático e promocional, que é mais substancial. No ano passado, os estudos que fizemos apontam para um valor de 2,6 milhões de euros, apenas em Arganil”, disse Luís Paulo Costa à Lusa.
Por fim, Lousada, onde não vamos ter este ano a habitual grande festa que há muito tem lugar com a mítica super especial. Pedro Machado, presidente da Câmara Municipal de Lousada refere o risco que seria colocar a prova em outubro: “Seria muito arriscado. É mais seguro cancelar a prova, apesar do impacto económico muito negativo pois é um evento que proporciona um enorme retorno. A região e o país perderam muitos milhões, mas o que seria um problema brutal em circunstâncias normais, assume agora uma importância relativa, porque há coisas muito mais preocupantes”, disse Pedro Machado, referindo-se aos efeitos da pandemia que ainda se fazem sentir de forma muito pronunciada naquela zona do País.
Super-retorno
Recorde-se que a edição de 2019 do WRC Vodafone Rally de Portugal gerou 141,2 milhões de euros na economia nacional, mais 2,9 milhões que a edição anterior, registando um novo recorde no impacto que o evento provoca anualmente no País. Mais de metade do retorno verificou-se em despesa direta assegurada por adeptos e equipas nas regiões do Norte e Centro onde decorreu a prova: 73,42 milhões de euros.
Face ao volume e tipologia de gastos dos adeptos, com destaque para os setores da alimentação e bebidas, transportes internos e alojamento, é possível estimar que residentes e turistas com despesas afetas ao WRC Vodafone Rally de Portugal 2019 proporcionaram ao Estado uma receita fiscal bruta superior a 21,6 milhões de euros (IVA e ISP), representando 29,5% de impostos face à despesa direta total.
De acordo com o estudo anual do impacto do WRC Vodafone Rally de Portugal na economia, efetuado pelo Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo da Universidade do Algarve, registou-se a presença de cerca de um milhão de espectadores. Entre 15 diferentes origens identificadas no estudo, 41,1% são estrangeiros e 58,9% nacionais, gerando um importante fluxo turístico com índices de satisfação elevados a que se soma o facto de, independentemente da sua origem, expressarem intenção de regresso às regiões cobertas pelo Rally nos próximos três anos: 90,9% no verão e 72,2% no inverno.
Já o retorno económico da prova através dos Media – impacto indireto – segundo o critério de valor monetário das notícias (AEV) proveniente da exposição nacional e internacional, projeta que o WRC Vodafone Rally de Portugal 2019 gerou 67,7 milhões de euros. Esta valorização resulta da exposição da imagem do evento e das regiões norte e centro nos vários canais internacionais, com destaque para a exposição televisiva em mercados como França, Finlândia, Bélgica, Espanha, Japão, Polónia, Suécia, Alemanha, República Checa e Bulgária.
De realçar ainda a relevância do Rally de Portugal para a economia desde 2007, ano em que a prova regressou ao mundial de ralis, registou 1.314,2 milhões de euros numa perspetiva agregada, contributo que nenhum outro evento desportivo ou turístico organizado anualmente em território nacional atinge.
Como se percebe por estes números é de capital importância que todos os eventos que resultem num forte retorno para as regiões regressem depressa, pois num contexto em que a economia precisa de ‘mexer’, eventos como o Rali de Portugal são ‘aceleradores’ naturais.
Claro que se tem de continuar a olhar para a questão dos efeitos do vírus, mas é também muito importante que a economia comece a recuperar o mais rapidamente possível, pois se assim não for, o vírus terá desaparecido há muito e as suas consequências vão perdurar.
É verdade que o Rali de Portugal é sobretudo um evento desportivo, mas também é um excelente negócio para as regiões por onde passa, pois prova cobre diferentes zonas do País com realidades económicas, sociais e de procura turística diferenciada: “Portugal dispõe de eventos que já hoje demonstram um inequívoco contributo para a sua projeção internacional que, em alguns casos, contribuem, simultaneamente, para dinamizar economias locais em territórios de baixa densidade, concorrendo para alargar o turismo todo o ano e em todo o território”.
Este é o contributo que o Rali de Portugal eleva a uma dimensão única.
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Omo lava mais branco.
Omo Progressivo!
Politicamente correcto.
O povo queria la saber do lucro que dá. Só olha para a despesa…
Mas no euro 2004 não quizeram saber dos balúrdios nos estádio de futebol.
La fora renovaram estádios partilharam estádios. Aqui não. Estádios novos para todos.