Privados fazem muita falta ao WRC
Quem não tem cão caça com gato! O ditado popular aplicado ao Mundial de Ralis significa que os privados vão à luta com menos meios, mas a mesma determinação que os oficiais. Só que, hoje em dia e ao contrário do que sucedia no passado, os privados andam de Rally2, e não de Rally1. Porque estes custam agora muito dinheiro.
No passado, não assim tão longínquo, os privados iam à luta com as equipas oficiais, com World Rally Cars semelhantes (se bem que sem os ‘pozinhos’ oficiais) e era sempre bem possível que os pilotos mais talentosos causassem algumas surpresas.
O WRC chegou a ter, para além do Campeonato de Marcas, também um campeonato de Equipas privadas.
A última vez que na classe principal houve uma equipa não oficial foi em 2020 e 2021 a Hyundai 2C Competition de Pierre-Louis Loubet. antes disso, em 2016, antes da entrada em liça dos WRC 17-21, tínhamos a correr no WRC, para além das oficiais Volkswagen Motorsport, Hyundai Motorsport, M-Sport World Rally Team, duas equipas satélite oficiais, a Volkswagen Motorsport II e a Hyundai Motorsport N, e para além dessas, quatro privadas: Jipocar Czech National Team de Martin Prokop, a DMACK WRT, a Yazeed Racing e a Abu Dhabi Total WRT. A Fuckmatie WRT de Lorenzo Bertelli em 2015, RK M-Sport WRT de Robert Kubica em 2014, Lotos Team WRC de Michal Kosciuszko, a M-Sport tinha duas equipas e cinco carros, a Qatar M-Sport e a Qatar World Rally Team, continuando a recuar, a Adapta world Rally Team de Mads Ostberg que até venceu o Rali de Portugal de 2012m a Brasil World Rally Team de Daniel Oliveira, a Munchi’s Ford World Rally Team de Federico Villagra, Ice1Racing de Kimi Raikkonen, Ferm Power Tools World Rally Team de Dannis Kuipers, Team Abu Dhabi de Khalid al-Qassimi, Petter Solberg World Rally Team, van Merksteijn Motorsport e a Monster World Rally Team só para não recuar para lá de 2010. Desapareceu tudo…
É verdade que o espetáculo na estrada cresceu significativamente em 2017, os privados transferiram-se para os Rally2, mas isso, vemos agora, teve um efeito muito forte na classe principal do WRC, esvaziou o seu interesse, e os Rally1 só vieram agravar muito a questão.
É óbvio que a introdução dos sistemas híbridos foi uma questão de sobrevivência, sim ou sopas, pois colocar um sistema híbrido no WRC em 2022 quando a F1 e o WEC já o tinham há bem mais de uma década, era pouco menos que uma obrigação.
Nos Rally1, o grego Jourdan Serderidis foi um dos poucos abonados que pode correr com um Rally1, Lorenzo Bertelli, outro, o resto, um deserto…
Não é só na promoção que o WRC tem de levar uma volta, o que se sabe para 2026 é que as coisas não vão mudar muito em termos de tecnologia, fala-se na redução de preços, mas só terá efeitos, se for brutal, e isso não parece ser possível.
Fica só por dizer que não somos favoráveis à passagem dos Rally2 Plus para a classe principal. O Mundial de Rallys precisa de uma primeira divisão forte, os Rally2 são uma excelente fórmula para a segunda divisão e para os campeonatos europeu e nacionais.
Portanto, resta esperar pelo que acontece. O Dakar consegue ter a correr pelo mesmo objetivo, classes bem distintas de carros, tecnologias diferentes. Porque não o WRC fazê-lo também? Claro que não estou a falar de elétricos, mas o Audi RS Q e-tron faz etapas longas não faz? E há mais tecnologias.
Será que resultava? O Dakar tem um horizonte e uma linha de ação, chama-se Dakar Future, foi desenvolvido após vários anos de reflexão e discussão, num calendário que se estende até 2030. não pode o WRC fazer algo semelhante?
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Pois…