Os 100 ralis de Andreas Mikkelsen
Andreas Mikkelsen cumpriu no Rali da Austrália a bonita marca de 100 ralis no WRC, algo que só 26 dos 595 pilotos que já passaram pela competição conseguiram até hoje. O norueguês é 27º, e junta-se a uma elite de quatro pilotos que o fizeram antes dos 30 anos.
Apesar da época abaixo do espero que concluiu agora no Rali da Austrália, este evento marcou um… marco na carreira de Andreas Mikkelsen. Com 100 ralis no seu currículo, entre os quais três vitórias, o norueguês entrou agora num restrito clube a que só pouco mais de 10 por cento dos pilotos que andaram pelo WRC conseguiram.
Estreou-se no WRC em 2006, na Grã-Bretanha, andou pelo Intercontinental Rally Challenge onde foi duas vezes Campeão, e foram essas prestações que lhe valeram um lugar na Volkswagen MotorSport, equipa onde passou quatro anos, na sombra de Sébastien Ogier e de certo modo de Jari-Matti Latvala, até que os alemães decidiram suspender o programa.
Antes disso, já tinha dado sinais de ser dos melhores pilotos do atual plantel do WRC, mas quando a VW anunciou a decisão a maioria dos contratos já estavam fechados e a sua época de 2017 não foi consistente. Começou na Skoda, no WRC2, a problemática Citroën contratou-o a partir da Sardenha para dar descanso a um inconsistente Kris Meeke, mas o problema não era só o piloto mas também o carro e Mikkelsen só no asfalto da Alemanha conseguiu um resultado de monta, o segundo lugar.
Mas a Hyundai sofria com a inconsistência de dois dos seus pilotos, Hayden Paddon e Dani Sordo e pensou em Mikkelsen para resolver a questão. Só que o norueguês está agora a cumprir um ano de pequenos avanços e recuos, e por isso falámos com ele em Salou: “Finalmente vou ter as atualizações que queria no carro para a Austrália. Vamos ver onde estamos. Temos peças novas, barras anti-rolamento mais duras, novo diferencial. Basicamente as alterações que eu já esperava desde este rali o ano passado”.
Com contrato até ao fim do próximo ano, Andreas Mikkelsen é um dos pilotos mais destacados do WRC, mas a verdade é que não tem conseguido resultados: “O meu desempenho recente não é o que queria, mas a verdade é que também tenho sido um pouco azarado” começou por dizer, explicando depois: “Fiz alguns bons ralis no ano passado com a Citroën, e isso abriu-me o caminho para a Hyundai, onde me adaptei ao carro em terra muito rapidamente. Na terra penso que estamos no ritmo, e no topo, mas o asfalto é onde eu tenho ‘patinado’ muito este ano. No asfalto não ‘estamos lá’. Não é que eu não goste de asfalto, eu adoro pilotar no asfalto. Tem apenas a ver com a maneira de guiar este carro, que é muito diferente. Se eu conseguir resolver a questão do asfalto, então penso que vamos lutar na frente a cada rali no próximo ano”.
Na verdade, nota-se perfeitamente que ainda não há uma perfeita simbiose de Mikkelsen com o i20 WRC, o que acontecia na VW: “Com o Polo eu estive envolvido desde o começo, e pude influenciar o design, adequar o carro ao meu estilo de condução, que era muito parecida à do Ogier. Quando cheguei aqui deparei com um carro que outros pilotos guiam há cinco anos e tenho que alterar o meu estilo de pilotagem. Esse ajuste levou tempo. Tive que, rali a rali, ir adequando o carro ao meu estilo, e se não o conseguisse, teria do mudar. Mas com as mudanças recentes eu ainda posso manter o meu estilo de pilotagem antigo. Portanto, neste momento já não estou tão stressado, pois cheguei a pensar que tinha de mudar o meu estilo de condução, o que, logicamente, nenhum piloto quer fazer”.
Na verdade, é incrível que estes carros sejam tão diferentes entre si, quando as diversas equipas andam a lutar ao décimo de segundo, mas a verdade é que isso bastou para que um piloto que todos anteviam este ano poder andar na luta pelos triunfos, ter, afinal, andado lá atrás, com a consequente quebra de confiança: “Claro que senti essa quebra de confiança. Quando se pratica desporto, temos que conseguir bons resultados. Somos contratados para obter resultados, e esses não têm acontecido e por isso têm sido tempos difíceis. Mas, ao mesmo tempo, sinto que estou lá em termos de pilotagem. Para além disso também temos tido algum azar. As pessoas que importam sabem o que aconteceu, liderámos ralis e tive problemas. Acho que o nosso desempenho foi muito bom, mas não consegui mostrá-lo diretamente nos resultados.”
Quando se guia a este nível no WRC, qualquer pequeno pormenor importa e pode ser a diferença entre andar lá em cima ou lá para trás, por isso, para Mikkelsen, quanto mais depressa chegar 2019, melhor: “Será muito bom começar com uma ficha limpa e recomeçar o campeonato. Se eu conseguir melhorar o carro no asfalto para o próximo ano, penso que será muito diferente, porque na terra já estou muito feliz, e sinto que somos dos mais rápidos. É apenas o asfalto que me tem preocupado. De qualquer modo, parece que desde o último teste temos tudo a funcionar, senti-me muito melhor. Ainda há espaço para melhorias, mas muitos passos já foram dados na direção certa.”
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