O WRC tem um novo sistema de pontos: o que diz quem concorda e discorda
Olhando para o novo sistema de pontos não é difícil encontrar argumentos positivos e negativos. A grande questão é se estes foram colocados na balança e se esta pendeu para algum dos lados. É verdade que o novo sistema de pontos do WRC, que se estreia no Rali de Monte Carlo, tem sido por um lado alvo de críticas e por outro, elogios, quer seja por parte de pilotos, equipas, organizadores e adeptos.
Quanto às críticas, estas centram-se na complexidade e possível confusão. O facto de haver pontos atribuídos no sábado, no domingo e na Power Stage, com regras diferentes para cada dia, torna mais difícil para os adeptos perceberem bem as contas do campeonato, que até aqui eram simples. E mesmo assim já se tinham de somar duas parcelas.
Outros dizem que desvaloriza o vencedor do rali. O piloto que terminar o rali em primeiro lugar pode não ser o que mais pontos obtém ao longo do fim de semana, o que pode para muitos parecer uma incongruência.
Por outro lado há quem alegue que pode favorecer os pilotos que não são tão competitivos. Um piloto que tenha um bom dia de sábado e um mau dia de domingo pode ainda assim terminar o rali com mais pontos do que um piloto que tenha sido mais consistente ao longo de todo o fim de semana.
Mas também há elogios!
Os defensores do novo sistema de pontos argumentam que atribui mais importância a todos os dias do rali. O facto de haver pontos atribuídos todos os dias tem potencial de tornar as contas do campeonato mais competitivas e emocionantes, pois os pilotos têm de estar concentrados ao longo de todo o fim de semana, e não ‘descansar’ no domingo de manhã antes da Power Stage, como sucedia até aqui.
Pode reduzir também o número de abandonos. Sendo verdade que quem se atrasasse no fim do dia de sábado, voltava no domingo na grande maioria dos casos, nem que fosse para testar, mas mesmo os pilotos que estiverem fora da luta pela vitória podem estar motivados a andar depressa no domingo, pois ainda podem ganhar bons pontos nesse dia, mesmo que os dois anteriores tenham corrido mal.
Por outro lado, isto pode tornar o campeonato mais interessante para os adeptos, porque na prática, agora, mais dias interessam para as contas. Todos podem ter problemas na 6ª ou no sábado e ainda podem levar 12 pontos, por exemplo. Já nos parece mais injusto a que tiver pontuado bem no sábado, perca tudo caso tenha uma avaria mecânica e não termine o rali.
Na verdade, o máximo que um piloto pode pontuar são 30 pontos, exatamente os mesmos de 2023.
A forma como se chega a eles é que é diferente.
Sem dúvida que estas novas regras de pontos impedem que as equipas ‘passeiem’ ao domingo.
Há também um cenário em que o eventual vencedor absoluto do rali pode sofrer um problema no domingo e sair do evento com menos pontos do que os seus rivais que ficam atrás na classificação.
A verdade é que toda e qualquer regra tem efeitos… e defeitos, pelo menos aos olhos de alguns
Há quem refira, por exemplo, a gestão de pneus, ou alguém que tenha problemas no início do rali, pode guardar os pneus e dar tudo no domingo e somar 12 pontos, e o pólo oposto um piloto que andou bem na 6ª e sábado pode conseguir apenas os 18 pontos, ou pouco mais de sábado e domingo, e isso não parece ter muita lógica, mas é a partir de agora com a ‘realidade’ que se vão tirar conclusões.
Houve quem tivesse agarrado em classificações do ano passado e feito projeções, mas que sentido faz quando o ‘mind set’ e estratégia dos vários pilotos era completamente diferente?