O que muda no WRC 2024: novo sistema de pontos é novidade absoluta
O novo sistema de pontos do WRC foi muito criticado quando se tornou público, mas com o passar do tempo foram-se encontrando detalhes que podem levar a que tudo isto acabe por ser positivo para o WRC. Sendo verdade que o vencedor dos ralis pode ver essa situação desvalorizada, porque pode não ser o que mais pontos leva para casa, a verdade é que ao contrário do que sucedia até aqui em que havia apenas um ‘clímax’, que era a PowerStage/fim do rali, agora as atenções vão ser igualmente colocadas no final do dia de sábado, que dá pontos, o dia de domingo vale também por si só e ainda a PowerStage, pelo que só com o decorrer do campeonato se vai tirar as devidas ilações, sendo certo que a FIA já disse que irá estar atenta e ajustará o que for necessário, tendo em conta o que se aprender este ano.
A poucos dias do arranque do WRC 2024, o Rali de Monte Carlo vai servir de balão de ensaio – já a valer – para o novo sistema de pontos do Mundial de Ralis. Pela primeira vez na história da competição serão atribuídos pontos na noite de sábado, após dois dias de rali, com mais pontos a poder ser obtidos nos troços de domingo, e ainda na PowerStage, como já é hábito.
Com o Rali de Monte Carlo inicia-se um sistema de pontuação ‘tripartido’, que começa no sábado com pontos para os dez primeiros do rali nessa altura, 18 para o ‘vencedor’, 15 para o segundo colocado, 13 para o terceiro, depois 10-8-6-4-3-2-1, com uma nuance: para ‘registar’ os pontos de sábado, o concorrente tem que terminar o rali no domingo.
Nesse dia, serão atribuídos pontos para os sete melhores do ‘mini-rali’ de domingo. 7,6,5,4,3,2,1… simples.
Estes pontos juntam-se aos de sábado, mas… se um piloto desiste no domingo, perde todos os pontos de sábado, e terá um rali a zeros…
Depois a Power Stage, que fica como estava, 5,4,3,2,1…
Resumindo, em teoria, pode ganhar-se os mesmos 30 pontos de 2023, mas já não se vai poder ‘passear’ ao domingo. Porque o sábado oferece 18, o domingo, 7, mais 5 da PowerStage. Os melhores, claro.
E qualquer um destes pode não ser o que no final do rali tem menos tempo que os outros. Ou seja o vencedor do rali. Há na mesma o vencedor do rali, mas já não podemos garantir que é o que fez mais pontos.
Até aqui era, pois o 2º classificado (18 pontos) de 2023 se somasse 5 pontos na PowerStage nunca faria mais de 23. Agora o 2º classificado pode somar mais pontos que o vencedor do rali.
Como se sabe, o novo sistema recebeu muitas críticas. Em primeiro lugar pelo facto do vencedor do rali poder não ser quem soma mais pontos. Esvazia o triunfo.
Em contraponto, passamos a ter ação ‘à séria’ nos três dias e não passeios ao domingo.
Cá por nós, aceitamos o ‘trade-off’. Na maioria das vezes, só olhavamos para as classificações para saber se alguém tinha desistido…
Todos poupavam pneus para a Power Stage, agora não vai ser assim…
Mas já se percebeu que vai haver muito mais estratégia do que antes.
Em primeiro lugar, porque Kalle Rovanperä, Sebastien Ogier, Esapekka Lappi, Dani Sordo e Andreas Mikkelsen, que só fazem algumas provas, dificilmente chegam aos ralis de terra na frente do campeonato e por isso terão sempre ‘vantagem’ nas provas de terra que fizerem ao contrário dos pilotos nos primeiros lugares da classificação. Claro que isto até depende dos ralis que cada um fizer.
Os pilotos já sabem que os pilotos em ‘part time’ devem somar bons pontos nas provas de terra, e com isso roubar pontos aos pilotos de topo do campeonato. Seja como for, não se espera que os ‘part time’ possam lutar pelo título, especialmente a partir da segunda metade do ano, mas que podem baralhar tudo, disso ninguém duvide.
Por outro lado, quem tiver o azar de desistir no sábado, pode conseguir bons pontos no domingo, mas se desistir no domingo, não leva nada, portanto o piloto que liderar o rali no sábado à noite tem que pensar cuidadosamente sobre a sua tática, porque no domingo tem que terminar o rali.
Isto vai criar ‘mind sets’ diferentes. Como sucedia com o arriscar tudo nas PowerStage quando se tratava do líder destacado de uma prova, até aqui.
Há nuances que ainda vamos ter que perceber e vamos também ver se este sistema terá alguma ‘afinação’ para 2025. Talvez até mude muito mais do que só o sistema de pontos…
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O número de pilotos de Top é que é ridículo, com o Kalle de folga ainda fica pior, temos 4 pilotos de topo em duas equipas, muito curto. chamem o Loeb e o Carlos Sainz Sr o WRC está a estagnar.