Novas regras do WRC só em 2022
A FIA decidiu estender o ciclo do WRC até 2021! O atual ciclo de homologação das regras do Campeonato do Mundo de Ralis foi alargado, significando isto que as presentes normas técnicas serão aplicáveis durante cinco anos, permitindo que os construtores utilizem os carros atuais, que começaram o ciclo em 2017, até ao final de 2021.
Como consequência, os construtores poderão atualizar/evoluir os seus carros durante o ciclo de homologação com ‘Jokers’ adicionais.
Até aqui, estava previsto que estas regras se mantivessem até ao final de 2020, sendo por isso urgente a decisão quanto aos regulamentos do próximo ciclo do WRC, mas desta forma a FIA e os construtores ganham 12 meses.
Como se sabe, existem conversações entre as partes interessadas, a Citroën está a pressionar para que, pelo menos, exista alguma forma de hibridização, tendo acenado com o cenário da saída do WRC se assim não for. Para a Toyota a questão é pacífica, pois a marca é pioneira nos híbridos e neste aspeto até lhe interessaria que os regulamentos fossem ainda mais longe. Quanto à Hyundai, também preferia algo baseada em células de combustível. Do lado da Ford a questão também é pacífica e a Malcolm Wilson não lhe interessa muito qualquer será o caminho, já que a terá sempre de contar com o apoio do construtor.
Jean Todt, presidente da FIA, não há muito tempo disse que quer introduzir a tecnologia híbrida no WRC a partir de 2022 e tem como O objetivo manter as marcas existentes e atrair ainda mais: “Para mim é uma grande frustração ver que os ralis não introduziram as tecnologias híbridas. A razão é que os construtores atuais não querem mudar as regras, mas a minha posição é clara. Quando vou aos grandes salões automóveis só vejo novas tecnologias e não gosto que um campeonato mundial da FIA não queira estas novidades. Mas parece que os construtores atuais se aperceberam que precisamos da tecnologia híbrida.”, disse.
Recentemente, Sven Smeets, diretor da VW MotorSport referiu-se ao WRC, sugerindo aos diretores das equipas que encontrassem forma de adotar energias alternativas num futuro próximo: “O WRC precisa de algo que o ligue à próxima geração, mas aceito que a resposta a isto não é linear. Se me perguntarem se acho que o WRC devia avançar já para um carro elétrico, digo que não é a altura certa, mas alguma coisa tem que ser feita”.
Sendo verdade que o WRC está bem, também é verdade que só com uma grande alteração de regulamentos pode seduzir outras marcas a vir para o WRC – não há sinais de construtores a querer entrar neste momento – e isso não significa diretamente que as que estão queiram os novos regulamentos e continuem com eles.
Quando falámos há algum tempo ainda com Michel Nandan, na altura líder da Hyundai, este referiu que algo vai certamente mudar nos próximos anos: “Totalmente elétricos é algo tecnicamente impossível devido às distâncias percorridas pelos carros, sobretudo nas ligações, conjugado com o número de assistências que os carros têm hoje em dia. Introduzir tecnologias híbridas pode ser possível mas depende da percentagem da componente elétrica que o carro terá. Há alguns aspetos que teriam que ser bem estudados, como a autonomia das baterias, o seu peso e a influência no comportamento do carro em termos de condução ou ainda a forma como a energia elétrica era obtida, quer através do aproveitamento e da regeneração, quer através de cargas externas. Diria que tem tudo a ver com a tecnologia disponível no momento, pois sabemos que as coisas estão em constante evolução. Em termos estratégicos, a Hyundai tem apostado no desenvolvimento de tecnologia baseada em célula de combustível pelo que, em termos marketing até faria mais sentido este tipo de tecnologia”, disse.
Quanto a Pierre Budar, hómologo da Citroën Racing: “Penso que os regulamentos do WRC deveriam começar a ser pensados para integrar essa tecnologia. Na Europa, as restrições relativamente às emissões de CO2 são cada vez maiores e como tal, nós temos que promover energias alternativas. Para a Citroën, todo o Marketing da marca será focado em tecnologias em que a energia elétrica está presente e, como tal, os ralis, que são um veículo de Marketing por excelência, deviam acompanhar esta evolução”.
Quanto a Malcolm Wilson, dá como adquirido, pelo menos tecnologia híbrida: “É uma evidência. Estamos a discutir com a FIA à procura de uma solução para 2022 ou 2023. Qual vai ser ainda não sabemos. Todos têm a sua visão sobre a questão, e por isso a questão não está fechada. O objetivo passa por ter uma regulamentação técnica definida no final da próxima época de modo a que possa entrar em vigor em 2022”, disse.
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