Rali de Portugal, 5 de março de 1986: o dia da única discórdia entre Ninni Russo e Cesare Fiorio
No Rali de Portugal de 1986, assistiu-se à famosa ‘greve’ dos pilotos de fábrica após o acidente de Joaquim Santos. Esse terá sido um dos raros momentos em que Ninni Russo e Cesare Fiorio não estiveram em sintonia: “Esse episódio foi talvez o único polo de discórdia entre os dois.
O Fiorio não estava em Portugal e, ao telefone, dizia-me, irritado, que eu tinha que obrigar os pilotos a entrar no carro para continuarem em prova, nem que tivesse que os ir buscar aos quartos para os colocar dentro do carro. Eu dizia-lhe: “Fiorio, como é que tu queres que eu faça isso? É impossível!” Na altura fiz tudo o que estava ao meu alcance.
Preparei um comunicado que mandei entregar em cada quarto dos pilotos dizendo que a equipa estava pronta, que as assistências estavam montadas ao longo da etapa e que eles, como pilotos profissionais, tinham um contrato para cumprir e, como tal, deviam apresentar-se à partida no Estoril.
Tenho consciência que não podia fazer mais do que isso.
Imagina que eles entravam no carro contrariados e tinham um acidente, como ficava eu e a equipa? Fiz o que me foi possível, uma vez que não estava em condições de discutir questões contratuais com os pilotos, já que os contratos passavam pelo Fiorio, não por mim.”