Um dos menos conhecidos vencedores de provas do Mundial de Ralis foi Ingvar Carlsson. Este calmo e cordato piloto nasceu na mesma cidade e apenas nove meses depois que Stig Blomqvist e tornou-se conhecido por ser piloto de fábrica da Mazda em 1989, quando a marca japonesa ainda investia forte no WRC.
Antes da Mazda, o sueco também já tinha representado oficialmente marcas como a Datsun, Fiat, BMW e Mercedes, mas só chegou ao Mundial de Ralis em 1989, com a Mazda, aos 41 anos. O seu passaporte competitivo foi carimbado do outro lado do globo numa longa e paciente caminhada com a Mazda. Com a marca nipónica ganhou o campeonato australiano de ralis e depois o Rali da Nova Zelândia em 1989, mas antes teve que esperar cinco anos para ter acesso a carros realmente competitivos, divertindo-se, enquanto isso não sucedeu, com alguns pequenos modelos de duas rodas motrizes. A primeira vez que deu verdadeiramente nas vistas foi no Monte Carlo de 1987 onde ganhou o icónico troço de Chartreuse, diante toda a armada Lancia, Ford e alguns pilotos da Audi.
Mas os seus dias de glória foram curtos e tiveram como epicentro a vitória no Rali da Suécia de 1989. E talvez pudessem ter sido mais se a Carlsson não fosse associada uma inata timidez que, para muitos, se tornou no maior obstáculo à progressão da sua carreira. Carreira que terminou ao volante de um clássico no Rali Midnight 2008, um ano antes de falecer, inesperadamente com 62 anos.
Martin Holmes