Ford Puma Rally1 ‘não’ híbrido: o que muda?

O Rali da Polónia fica marcado pela estreia de um Rally1 não híbrido, no caso o Ford Puma Rally1. Esta é uma medida da FIA que permite a utilização de carros de Rally1 sem sistema híbrido, de modo a ficarem mais baratos e com isso poderem ser usados por pilotos privados.

A M-Sport, através da sua sucursal na Polónia, é a primeira a fazê-lo, com a dupla letã Mārtiņš Sesks e Renārs Francis, a serem os primeiros a competir sem os 134 cv extra que a unidade híbrida fornecer em algumas zonas dos troços.

Assim, a FIA determina que um Rally1 não híbrido deve ter uma caixa com lastro de peso igual ou uma unidade híbrida fictícia de tamanho e dimensões idênticos, colocada no mesmo local de modo a não alterar o centro de gravidade do carro. Pode ser colocada noutro lado e alterar o centro de gravidade, mas só para pior, nunca para melhorar.

O conjunto pesa 100 kg, cerca de 90 kg para a unidade fictícia e mais 10 kg adicionais como lastro.

Visto de fora, e tendo em conta que deixa de ser necessário arrefecer o sistema, os regulamentos permitem a remoção das condutas, que podem ser substituídos por painéis de carroçaria com uma superfície contínua.

Há duas formas do fazer, bloquear ou colocar um painel integral, mas isso significa mais custos. Será sempre mais barato, simplesmente tapar, do que colocar painéis novos.

Todo e qualquer painel acrescentado ou retirado do carro tem influência aerodinâmica.

Qualquer um de nós que siga num automóvel, por exemplo, a 120 Km/h numa autoestrada se abrir ou janela e colocar o braço de fora esticado, sente a força que da deslocação do ar e se puser só a mão, experimente inclinar a 45º ou 90º para perceber a diferença na forma exercida.

E tudo isso é força descendente no carro, que o agarra à estrada.

Portanto, em termos estéticos muda muito pouco, o peso é o mesmo, menos potência (134 cv), será certamente um carro menos competitivo, mas já vimos várias vezes duplas com problemas no sistema híbrido, e as diferenças no cronómetro não são significativas, quando os carros são guiados pelo mesmo piloto, claro está.