FIA admite eventos do WRC mais curtos
A FIA, o promotor e os organizadores continuam a estudar a melhor forma de delinear o calendário possível para o Mundial de Ralis de 2020, e como já se percebeu, especialmente tendo em conta as provas que já foram adiadas ou canceladas, irá ser muito diferente.
Curiosamente, e tendo em conta que a competição se inicia habitualmente com os ralis de inverno, Monte Carlo e Suécia, essas duas primeiras provas ainda não foram afetadas pela pandemia de coronavírus, se bem que o Rali da Suécia foi tudo menos normal, mas devido a outras razões o WRC é das competições que mais eventos teve até aqui, três. A Fórmula 1, por exemplo, nem sequer conseguiu fazer disputar uma corrida.
Já o Rali do México foi interrompido no final do segundo dia de prova, devido às repentinas restrições de viagem nos EUA, que poderiam afetar – como afetaram em alguns casos – voos de ligação para diversos pontos da Europa.
Como se sabe, o Rali do Chile foi cancelado ainda antes do campeonato de iniciar, o Rali da Argentina estava previsto para o próximo fim de semana foi adiado, o Rali de Portugal, que se realizaria precisamente dentro de um mês também foi adiado, e o mesmo sucedeu ao Rali de Itália/Sardenha, país muito afetado pela pandemia. Apesar do só estar previsto para 16 a 19 de julho o Rali Safari, que este ano iria regressar ao WRC, foi também adiado, sendo o primeiro rali que ainda se encontra agendado sem alterações o Rali da Finlândia, previsto para se realizar entre os dias 6 e 9 de agosto.
Como se percebe há aqui um hiato de três meses e meio até à primeira prova prevista e pensa-se que nessa altura já será possível haver ralis. Contudo, todo o calendário será reajustado, estando a FIA, o promotor e os organizadores à procura de soluções.
Neste contexto, o Diretor de Ralis da FIA, Yves Matton fez saber que nem todos os ralis adiados vão ter lugar no calendário, provavelmente a Argentina, e vamos ver como a Itália estará depois da tragédia que continua a assolar o país.
Para além disso Matton disse ainda que algumas provas têm que considerar a possibilidade de percursos encurtados: “Penso que será possível recomeçar algures no verão, mas neste momento não tenho informação suficiente para dizer com que eventos. Neste momento estamos num processo que evolui de dia para dia, e o mais importante é que não se consegue dizer quando vamos recomeçar novamente” começou por dizer Matton que admite ser difícil que se realizem todas as provas: “Penso que não, mas há dois casos a considerar. O primeiro são as provas fora da Europa, que serão difíceis de reagendar na segunda metade do calendário devido à logística e nesse contexto vamos ver como fica a situação do Quénia, Nova Zelândia e Japão pois em determinado momento vamos ter que tomar uma decisão de enviar os contentores.
Relativamente à Europa, será mais fácil reagendar eventos como Portugal e Itália, mas talvez tenhamos de repensar o formato dos ralis de modo a que possamos ter mais provas em menos tempo”, admitindo que está a ser estudada a possibilidade das provas poderem ter formatos diferentes do habitual, de modo a que os eventos no seu todo tenham menos dias: “Se estivermos menos tempo nos ralis, conseguiremos recolocar mais ralis no calendário na segunda metade da época. A prioridade é manter os eventos adiados, mas não penso que seja possível disputar todos os que ficaram para trás”, disse Matton.
Provas a reagendar:
Rali da Argentina
Rali de Portugal
Rali de Itália/Sardenha
Rali Safari
4/6 de Setembro Rali da Nova Zelândia
25/27 de Setembro, Rali da Turquia
16/18 de Outubro, Rali da Alemanha
30 Out/1 de Novembro, Rali da Grã-Bretanha
20/22 de Novembro, Rali do Japão