Faltam 48 dias para o Rali de Portugal: O arrepiante despiste de Carlos Sainz em Montim


O momento chave da edição de 1993 do Rali de Portugal aconteceu logo na fase inicial da terceira etapa, Carlos Sainz saira da Póvoa com 1m13s de desvantagem para François Delecour e tentava, naturalmente, encurtar tal diferença. Pelo seu lado jogava a comprovada fiabilidade do Lancia HF Integrale e os bons resultados obtidos no decorrer dos testes preliminares efetuados. Da recuperação do piloto espanhol dependia a manutenção do interesse em torno do rali, pois o madrileno não é homem de baixar as braços e tal entusiasmo poderia mesmo superar eventuais insuficiências do Lancia em relação aos competitivos Ford Escort.

Cedo a questão ficou resolvida, pois Carlos Sainz não completou sequer o segundo troço do dia, acabando por sair da estrada de forma arrepiante, como o país teve oportunidade de assistir, graças às imagens passadas na TV. Foi em Montim que o aparatoso ‘capotanço’ de Sainz e Mova aconteceu, como o Lancia a dar várias voltas sobre si mesmo, antes de se imobilizar com uma roda arrancada e a carroçaria em muito mau estado, mais parecendo o ‘chapéu de um pobre’.

Carlos Sainz seguia de ‘quinta a fundo’, quando tocou numa pedra com uma das rodas traseiras, nas barreiras do lado esquerdo da estrada, o que desequilibrou o Lancia. Como a velocidade atingida era bastante elevada, o carro foi projetado para a barreira, sobre o lado esquerdo, rodou alguns metros com duas rodas na estrada e outras duas nas barreiras, até entrar numa sequência de cambalhotas, que pareceram intermináveis, enquanto uma roda se soltava, só não entrando, felizmente, no habitáculo, por mero acaso.

Uma saída de estrada a fazer lembrar a sofrida pelo piloto de Madrid no Rali da Austrália de 1991. Um despiste de arrepiar e que colocou um ponto final na atuação de Carlos Sainz, deixando muito mais descansados os pilotos da Ford, particularmente François Delecour. Este foi, sem dúvida, o momento em que o rali ficou decidido. Demasiado cedo, o que ‘escancarou’ a porta ao primeiro triunfo de François Delecour no WRC.

FOTO XTROD/José Nogueira

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