Evolução das pontuações no WRC: o valor da vitória e o impacto estratégico

Por a 15 Dezembro 2024 17:44

O sistema de pontos no WRC voltou a mudar. Recuámos no tempo e fomos analisar como as regras das pontuações moldaram os ralis ao longo do tempo.

FIA confirmou um novo sistema de pontos no WRC em 2025, deixando para trás o controverso que foi ‘inventado’ para 2024, que levou o Mundial de Ralis a algo nunca visto na sua história: o vencedor do rali poderia não ser quem somava mais pontos. Aconteceu várias vezes durante o ano….

Portanto, a Comissão do Mundial de Ralis apresentou uma série de propostas de alteração do sistema no início deste ano, e a FIA definiu como fica em 2025: 25-17-15-12-10- 8- 6- 4- 2-1 para os 10 primeiros, serão atribuídos pontos adicionais às cinco equipas mais rápidas no domingo, para além dos habituais 5-4-3-2-1 na Power Stage.

Continua a ser possível o vencedor do rali não ser o que mais pontos leva, mas as probabilidades diminuem significativamente.

Mas qual foi o valor da vitória no WRC ao longo da sua história?

Ao longo da história do Campeonato Mundial de Ralis (WRC), as regras de pontuação foram ajustadas diversas vezes, gerando intensos debates entre os defensores e os críticos de cada alteração. Uma questão central dessas discussões é: qual o real valor de uma vitória e como isso influenciou as decisões estratégicas dos pilotos?

Os pilotos são, por natureza, competidores determinados. Quando estão na liderança de um rali e a vitória está ao alcance, pouco ou nada os faz abrandar. Contudo, para o piloto em segundo lugar, a decisão de arriscar tudo para ultrapassar o líder está diretamente ligada ao ganho potencial em pontos. Assim, é importante analisar: até que ponto vale a pena abdicar de uma posição segura para conquistar o lugar mais alto do pódio? Quem diz essa, diz outras posições mais atrás…

No sistema de pontuação vigente em março de 2004, há 20 anos, portanto, o primeiro classificado recebia 10 pontos e o segundo, 8. A diferença de apenas dois pontos representava um aumento de 25% na pontuação para quem trocasse o segundo lugar por uma vitória. Já no sistema de pontuação anterior, os números eram 10 e 6, oferecendo um aumento de 66,7% para o vencedor. Mais atrás no tempo, um dos esquemas antigos atribuía 20 pontos ao vencedor e 15 ao segundo lugar, equivalente a um incremento de 33,3%.

Esta análise demonstra que, quanto menor a diferença de pontos entre o primeiro e o segundo lugares, menos provável é que os pilotos arrisquem uma posição confortável em busca da vitória, exceto se essa fosse absolutamente fundamental. Um exemplo marcante foi Richard Burns, que em 2003, foi amplamente criticado por adotar uma abordagem conservadora, focando-se em acumular pontos consistentes em vez de perseguir vitórias.

No entanto, Burns viu algo que muitos dos seus críticos ignoraram: três segundos lugares rendiam mais pontos (24) do que duas vitórias (20) no sistema então em vigor e eram mais fáceis de alcançar.

A partir de 2010, as regras de pontuação foram reformuladas para aumentar o incentivo pela vitória. O primeiro lugar passou a valer 25 pontos, enquanto o segundo lugar rendia 18, criando uma diferença de 7 pontos, ou 38,9%. Essa alteração foi projetada para estimular batalhas mais intensas e arriscadas pela vitória, potencialmente, redefinindo a estratégia dos pilotos nos anos seguintes.

As mudanças na pontuação não apenas determinam como os pontos são distribuídos, mas também influenciam profundamente o comportamento dos competidores. Em última análise, a questão permanece: qual é o equilíbrio ideal entre premiar a consistência e recompensar a ousadia? Esse debate, ao que tudo indica, continuará a evoluir com o WRC.

Outro ponto curioso foram as comparações feitas recentemente por muitos, baseando-se “como ficaria o campeonato deste ano com as pontuações do ano passado?” Como curiosidade, sim, pode-se fazê-lo, mas é basicamente inútil, porque como os pilotos abordam as provas é determinado pela forma como as provas estão estruturadas e como são as pontuações. Quer isto dizer que só faz sentido analisar o momento, porque quando as pontuações são diferentes, também é a abordagem dos pilotos e das equipas.

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