José Luís Nascimento, antigo navegador de ralis, por exemplo de José Miguel Leite Faria, teve uma experiência nova em 1989 quando navegou o vice-campeão japonês de Ralis, Kiyoshi Inoue, num Mitsubishi Galant VR4. Como seria de esperar a comunicação entre o português e o japonês foi pouco menos que impossível e por isso histórias não faltaram. Ainda nos treinos o piloto japonês bateu de frente no Lancia Delta Integrale de Didier Auriol: “Apanhei um grande susto pois o Kyosti fugiu para o sítio onde normalmente fugiria qualquer piloto a conduzir do lado esquerdo. Apanhou-me de frente e eu fiquei bastante zangado, fui direito ele e gritando; “És completamente louco!” e o pobre japonês com a humildade que lhes conhecemos apenas dizia: “Sim. Sim. Sou louco!” Por essa altura, José Luís Nascimento, que tinha um aspeto meio “achinesado”, foi apanhado pela Polícia a guiar o Galant de treinos: “Fui apanhado por uma operação Stop, sozinho, não estando legalmente habilitado a fazê-lo. O polícia mirou o carro, viu que a matrícula era de Tóquio e num misto de línguas perguntou-me: “Papelles?” Aí, só tinha uma hipótese. E comecei a desbobinar todas as palavras que sabia em japonês, inventava mais qualquer coisa e acabava as frases com “rally” e “hotel”. Um colega chegou junto de nós e disse: ”Deixa-o ir embora, que é um estrangeiro que está cá por causa do rali. E, assim foi, o primeiro, fazendo-me continência: “OK” fazendo sinal para arrancar. Claro que não hesitei…” Esta dupla improvável, terminou
o Rali de Portugal em 12º, com notas em inglês que o japonês não falava, cinco números e cinco palavras em japonês. Notável!