Didier Auriol e Marcus Gronholm querem regressar

Por a 11 Fevereiro 2018 18:07

O Campeão do Mundo de Ralis de 1994, Didier Auriol, que vive há 11 anos em Madagascar, e completa este ano 60 ‘primaveras’ foi citado por fontes locais, que revelam o seu desejo de “fazer mais uma ou duas” provas do WRC. Por outro lado, o bicampeão do Mundo de Ralis, Marcus Gronholm, que completou 50 anos a semana passada, está a ponderar disputar o Rali da Finlândia de 2019, terminando aí de vez a sua participação em ralis, tal como fizeram os seus compatriotas Hannu Mikkola, Ari Vatanen, Juha Kankkunen e Timo Salonen. Por cá, José Carlos Macedo regressa em Fafe. Os ralis estão tão bons que os ‘veteranos’ querem ‘matar o bicho’…

DIDIER AURIOL: O ‘OUTRO’ CAMPEÃO FRANCÊS

De motorista de ambulâncias, a Campeão do Mundo de Ralis. Chama-se Didier Auriol, e muito antes da era “Sebastiânica”, de Loeb e Ogier, os ralis mundiais conheceram um simpático francês, que começou a dar nas vistas no Rali da Córsega, onde os franceses davam cartas, já que, para os finlandeses, os grandes senhores dos ralis de então, a prova tinha muitas curvas, não tinha saltos e era em asfalto. Auriol estreou-se no WRC em 1984, precisamente na Córsega, um rali que se tornou na sua ‘quinta’ preferida e onde venceu…seis vezes. Antes disso, tinha largado o seu emprego na condução de ambulâncias, onde os ‘cronos’ eram importantes, mas as vitórias eram sempre dos pacientes a precisar de ajuda.

Começou no Mundial em 1984, mas daí até 1986, só participou na Córsega, desistindo nas três participações. No ano da revolução no WRC, em 1987, obteve os primeiros pontos, ao alcançar o oitavo posto na Córsega e o quarto no Sanremo, sendo que no ano seguinte, 1988, venceu pela primeira vez, aos comandos do Sierra Cosworth. Passou para a Lancia, em 1989, e logo começou a lutar pelas vitórias, inclusivamente em pisos de terra, onde os franceses ainda não faziam face aos finlandeses.

Seis vitórias num só ano

Apesar de bons anos com a Lancia, tendo mesmo vencido por seis vezes em 1992, só com a Toyota em 1994 chegou ao almejado título mundial. Nesta fase da sua carreira, Auriol não sabia, mas já tinha alcançado 80% das vitórias que conseguiria no WRC, pois daí até 2005, ou 2003, quando correu pela equipa oficial da Skoda, só voltaria a vencer mais quatro vezes, uma vez em 1995, e outras tantas em 1998 e 1999, sempre com a Toyota, sendo que a sua derradeira vitória teve lugar, em 2001, já com a Peugeot, no Rali da Catalunha.

Empurrão a Sébastien Loeb

Pelo meio, alguns anos sem ‘volante’ oficial (1996 e 1997) a tempo inteiro, mas o regresso da Toyota com o Corolla, foi um bom novo fôlego para o francês, que tinha nesta fase grandes adversários. Tivesse Sébastien Loeb tido metade dos valorosos oponentes de Auriol ao longo destes anos, e muito provavelmente não somaria tantos títulos. Aliás, Auriol diz isso mesmo: “No meu tempo o Loeb não ganharia tantos ralis, já que os iria dividir com o Colin McRae, Carlos Sainz, Tommi Makinen, comigo e estou certo que nunca venceria de forma tão fácil como sucedeu muitas vezes.”, referiu o francês que chegou a dar um empurrão a Loeb: “Cheguei a apoiá-lo, patrocinei um Toyota Corolla com que correu, mas asseguro-vos que não contribuiu mais para que ele chegasse onde chegou. É tudo mérito dele! No seu tempo havia uma grande diferença entre ele os restantes. Bateu em 2005 o meu recorde de seis vitórias numa época (1992), mas não há comparação possível, pois é bem diferente obtê-las contra pilotos como Carlos Sainz, Juha Kankkunen, Miki Biasion, François Delecour, o ‘jovem’ Colin McRae e os ‘velhos’ Ari Vatanen e Markku Alen. Ah, e no meu tempo havia menos provas! Resumindo. O Sébastien Loeb foi o melhor piloto do mundo, mas, simultaneamente, não! Na verdade, é o único que tem nove títulos, mas muitos deles foram conquistados quase sem concorrência. Na minha época, os ralis eram muito mais abertos, tinham vários candidatos às vitórias. E no seu tempo isso não aconteceu. Por exemplo, teve o Solberg a correr numa equipa privada (e eu sei bem as diferenças entre ser piloto oficial ou privado), e em alguns ralis bateu-se com Loeb com material inferior. Na minha época nunca corri diretamente com o Loeb, mas, corri, por exemplo com o Marcus Gronholm que me impressionou sempre”. Mas então, se tivesse que escolher ‘o’ piloto mais completo? “O Marcus Gronholm! Era muito rápido nos ralis de médias altas e mesmo em asfalto era capaz de fazer grandes tempos, só não era tão regular como o Loeb. E se é verdade que cometeu muitos erros, fê-lo principalmente quando estava na Peugeot, onde o carro era inferior ao Citroën de Loeb. Por tudo isso, para mim, o Gronholm foi o piloto mais completo de todos. Lembro-me de quando estávamos na mesma equipa de ficar a pensar como era possível ele fazer alguns tempos, nalgumas especiais”.

Martin Holmes

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