Todos os que sentem paixão pelos ralis, pilotos, ou não sabem perfeitamente como se deu a ‘faísca’. Ari Vatanen explica como foi a dele: “Quando começas a andar depressa e a achar que dominas o carro, é natural que queiras saber quão bom tu és e acabas por ter o desejo de participar em competições. Na altura, não imaginava que essa pudesse vir a ser a minha profissão. A cidade onde nasci e cresci, Tuupovaara, fica na fronteira com a Rússia, longe do centro da Finlândia e pouca coisa acontecia até que a organização internacional Lions Clubs criou lá um centro. Uma das coisas construídas para a diversão da comunidade local foi uma pista num lago gelado destinada a corridas de automóveis. Eu ainda não tinha carta e conseguia convencer a minha mãe a levar-me até à pista e a deixar-me conduzir o seu carro durante horas a fio na pista gelada. Como ela tinha medo de andar comigo, ficava lá fora, aquelas horas todas, com temperaturas de vinte graus negativos enquanto eu conduzia. Lembro-me de a ver na berma a saltar, para cima e para baixo, para aquecer o corpo! Os primeiros ralis que fiz foram absolutamente desastrosos e, quando vi quão rápido os outros concorrentes andavam, só me apeteceu chorar. Até que, certo dia, em 1974, participei num rali na Finlândia e bati o Hannu Mikkola por sete segundos. Acredito que lhe tenha ganho porque conhecia melhor os troços do que ele mas a verdade é que ganhara sete segundos ao grande Hannu Mikkola. Nessa altura, achava que os convites iam aparecer mas tal não aconteceu e comecei a desesperar, pensando que estava a gastar o dinheiro da família em vão…” O resto é história, e da boa…