Andrew Wheatley (Dir. Ralis da FIA): “competição tem sido muito equilibrada no WRC”
Com a aproximação da segunda metade da temporada Mundial de Ralis da FIA, o Diretor de Ralis da FIA, Andrew Wheatley faz um balanço desta primeira metade de ano dos novos Rally1 híbridos. Fala do WRC2, do êxito que tem sido a introdução da tração total no WRC3 e destaca ainda a equilibrada luta no Mundial de Todo o Terreno…
Como avalia a época da WRC até ao momento?
“Sem dúvida, muito gratificante e encorajadora. O que tem sido particularmente agradável é que os três fabricantes ganharam provas e a competição tem sido muito equilibrada, apesar de filosofias de design muito diferentes serem empregadas, utilizando carros dos segmentos B, C e crossover. A ação nos troços tem sido espetacular com o resultado dos ralis decididos nos troços finais por apenas alguns segundos.
Tem havido alguns desafios, claro, e áreas onde é necessário melhorar, mas estabelecemos uma forte relação de trabalho com os fabricantes e outros intervenientes”.
A que se deve o seu forte apoio às categorias de apoio do WRC?
“A introdução das categorias Juniores e Masters no WRC2 desempenhou um bom papel no sucesso do campeonato de apoio principal, tendo sido dada a mais pilotos a oportunidade de se comparar, e provar a si próprios, contra pilotos de experiência e capacidade semelhantes.
Isto tornou o WRC2 mais acessível e atraente do que anteriormente, e estamos muito satisfeitos com o nível de interesse. De facto, dos 81 pilotos que se inscreveram no WRC2 até à data, 18 competem na categoria Júnior e 23 na categoria Masters. Já assistimos a algumas lutas emocionantes no WRC2 Junior, enquanto que os Masters do WRC2 atraíram pilotos não só com currículos extensos mas com pedigree a condizer, o que criou uma boa competição”.
Esta é uma nova era no WRC Junior, esta temporada, com o Ford Fiesta Rally3 a substituir o Rally4 como carro base do campeonato. Foi esta a decisão acertada?
“Sem dúvida. O Rally3 proporciona uma rota mais acessível para a tração às quatro rodas a nível internacional e isto é algo que antes estava claramente em falta. A mudança está também em consonância com a Pirâmide dos Ralis da FIA. Já vimos alguns resultados excecionais, especialmente na Suécia, onde dois carros de Rally3 terminaram no top 15. Isto é também uma forte justificação das mudanças que foram feitas no final do ano passado para aumentar o tamanho do restritor de ar”.
Em termos dos Campeonatos Regionais, quais têm sido os pontos altos até agora?
“A mudança de promotor no Europeu de Ralis da FIA levou o serviço de transmissão em directo do WRC+ All Live streaming também ao ERC como parte da sua oferta aos fãs, e esta é uma boa oportunidade para os concorrentes. O interesse no ERC4 Junior está a um nível muito elevado e estamos a ver a nova geração a começar a passar na categoria principal do Rally2. Os campeonatos da FIA Ásia-Pacífico e CODASUR recomeçaram após dois anos devido à pandemia e isto deu um grande impulso ao desporto motorizado nestas regiões”.
Foram selecionados três finalistas do FIA Rally Star Training Season. Até que ponto está satisfeito com esta iniciativa nova para 2022?
“Muito satisfeito, porque está a atingir o seu objetivo em termos de encorajar os jovens, muitos com pouca ou nenhuma experiência em competição, a experimentar o desporto motorizado e a mostrar o seu talento. O interesse entre as federações também é bom e estamos particularmente satisfeitos com os esforços que alguns estão a fazer na realização de eventos nacionais de seleção.
Mas esperamos que mais federações se envolvam. Com a Final da Ásia-Pacífico confirmada para o Circuito Internacional de Madras de 2-4 de setembro, aguardamos com expectativa a participação de todas as federações daquela região”.
O Mundial de Rali-Raid da FIA é também uma novidade para esta temporada. Faltam dois eventos, quais são as suas impressões?
“Foi um começo muito forte com o Dakar e Abu Dhabi a proporcionar muita ação e emoção, bem como a primeira vitória de um carro com um motor elétrico no todo-o-terreno, o Audi RS Q e-tron, em Abu Dhabi.
O facto de os dois primeiros colocados no campeonato (Sébastien Loeb, Nasser al Attiyah) estarem separados por um ponto é muito satisfatório. Contudo, os nossos pensamentos permanecem com todos aqueles que foram afetados pelos incêndios florestais na Andaluzia e prestamos homenagem ao trabalho dos serviços de emergência. Adiar o Rally Andalucia foi a linha de ação correta e aguardamos com expectativa o reinício do campeonato em Marrocos de 1 a 6 de outubro”.