Vitor Pascoal: “Com o orçamento do Bernardo e com o carro do Bruno também eu poderia dizer que seria campeão”

Por a 28 Outubro 2010 12:41

Confrontado com essas declarações, o piloto de Amarante foi muito claro: “O que eu gostava de saber é o valor da fatura total do título para a poder comparar com o que eu gasto. Sem tirar qualquer mérito ao Bernardo Sousa, pois as pessoas correm com os meios que têm disponíveis, e se eu pudesse ter esses meios à minha disposição certamente também faria como ele, agora a verdade é que é no mínimo injusto ler declarações desse teor, porque as pessoas sabem bem que não é exatamente a mesma coisa correr com orçamentos tão distintos.”

“Para dar um pequeno exemplo, não tenho muitas dúvidas que o que teve de gastar a sua equipa em resultado do acidente do Bernardo no shakedown Rali do Centro não deverá ter sido muito diferente do que eu gastei na época toda. Eu nunca escondi a ninguém os valores e as limitações com que corro, pois isso não tem de ser vergonha para ninguém, mas a verdade é que faço uma época inteira com cerca de 100.000 euros, onde está incluído tudo: inscrições, estadias, pneus, revisões, material, etc.”

“O nosso Peugeot 207 S2000, que já tenho desde o início de 2008 completa no próximo Rali do Algarve, se terminarmos, 24 provas com uma única desistência – ndr, no Rali do Agrave de 2008 – a dois quilómetros do final do troço devido a uma peça que a Peugeot tinha substituído dias antes devido a ter dado problemas a vários pilotos num curto espaço de tempo.”

“Quem tem todo o material disponível para correr pode andar sem grandes preocupações, enquanto eu não me posso dar ao luxo de bater. De qualquer foram não foi por isso que não pensámos em ser campeões, a exemplo do que já tinha sucedido anteriormente com a luta com o Bruno.”

“Sabíamos que o Bernardo comete alguns erros, e a nossa aposta teve de ser sempre na regularidade, a ver no que dá, e a verdade é que posso considerar um azar do Bernardo o que se passou no Rali da Madeira, mas já a situação do Rali do Centro não me parece tanto um azar, mas sim um erro. Convém não esquecer que, mesmo assim, nós tivemos um resultado péssimo no Rali de Portugal devido a um apoio de motor partido, e na Madeira, quando furámos e perdemos nove minutos, porque se não têm sido esses dois azares a situação do Bernardo hoje era bastante mais complicada em termos pontuais.”

“O que eu também não tenho dúvidas é que, com o orçamento que me parece que a equipa do Bernardo gasta para fazer o CPR, e com o Peugeot 207 S2000 do Bruno Magalhães, eu também poderia dizer que seria campeão. Tenho poucas dúvidas disso. Nem o Bernardo Sousa nem o Bruno Magalhães fazem milagres…”

“O nosso carro teve uma evolução de motor no início deste ano, conseguimos um binário melhor e mais meia dúzia de cavalos, mas para tudo o resto não há meios. Foram-nos disponibilizados uns diagramas novos de suspensão, mas sem testar foram cometidos erros nas afinações e dessa tudo voltava à estaca zero. São dois exemplos, entre muitos…”

“No meio disto tudo há uma coisa que me faz sentir orgulhoso, pois vou hoje a Lisboa receber um Prémio fair-play que me será atribuído pelo Comité Olímpico Portugal. O mais irónico desta situação é que esse prémio só poderá ser atribuído pelo facto de ter parado no Rali da Madeira e dado ao Bernardo Sousa os meus dois extintores, para ele apagar o enorme fogo que deflagrou no seu carro. Estava a lutar pelo título, mas no entanto hoje faria o mesmo.”, concluiu.

Ainda na luta pelo vice-campeonato, Vítor Pascoal, que vai para o Algarve com seis pontos de vantagem sobre Ricardo Moura. Com 16 anos de carreira nos ralis (iniciou-se em 1994), Vítor Pascoal é, por muito vistos, como o rei da consistência já que mantém o seu livro de abandonos praticamente vazio. Na verdade, desde 2004, o piloto de Amarante apenas desistiu em dois ralis dos 44 em que participou, o que o torna um autêntico resistente ao nível do Campeonato de Portugal de Ralis.

 

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