“Sorte” ao jogo
A menos de quinze dias do arranque do Mundial de Ralis, no mítico Rali de Monte Carlo, as apostas intensificam-se. Citroen e Ford voltam a repartir o favoritismo na luta das Marcas e com o binómio Sébastien Loeb e Marcus Gronholm desfeito, o francês reúne consenso em termos de favoritismo na “esfera” dos Pilotos. Mas agora sem a benesse dos pneus anti-furo, prognósticos só mesmo no fim do jogo…
Quando a 24 de Janeiro o Rali de Monte Carlo voltar a abrir as hostilidades do Campeonato do Mundo de Ralis, a mais importante competição de estrada entrará numa nova fase. Ainda não a da verdadeira revolução prevista para 2009 (onde o calendário de provas conhecerá uma mutação nunca antes vista e os WRC começarão a fazer a sua passagem de testemunho para uma outra categoria), mas certamente atravessando um novo caminho que lhe permitirá começar a abrir as portas dessa nova fronteira.
E porquê? Por diversas razões. A primeira das quais prende-se com a saída de Marcus Gronholm e com uma nova geração de pilotos em franca ascensão que tem agora pretensões a ocupar o lugar do finlandês e a rivalizar com o tetracampeão Sébastien Loeb.
Por outro lado, numa temporada que terá pela primeira vez 15 provas, a palavra “vitória” promete ganhar outra dimensão. É que, em 2008, os triunfos estarão longe de ser o resultado prático da soma que conjuga o melhor piloto e o melhor carro. O factor “sorte” vai assumir preponderância vital, principalmente nos ralis mais duros e disputados em pisos de terra, onde a interdição de utilização de “mousse” nos pneus ou de qualquer mecanismo anti-furo dos agora obrigatórios pneus Pirelli deixará qualquer piloto muito mais vulnerável. Veremos, no final da temporada, quantas das 15 provas da temporada, não tiveram um desfecho imprevisível motivado por um simples furo!
Se é então verdade que o destino terá um papel interventivo na classificação dos ralis, há quem defenda que ele também se “fabrica” ou seja, é também o piloto que faz a sua sorte na forma como utiliza a estrada, corta as bermas ou arrisca nos pisos mais degradados.
Todos contra Loeb
Mas é também aqui que a experiência pode fazer a diferença e neste campo Sébastien Loeb parte claramente como favorito. Quatro títulos, mais de 440 vitórias em especiais e um Citroen C4 WRC muito competitivo fazem da relação entre o francês e o sucesso um caso raro de longevidade e que, em condições normais, dificilmente alguém ousará colocar em causa. Mas também é certo que mesmo partindo com a motivação de se tornar o primeiro piloto da história a conquistar cinco títulos (e consecutivos), Loeb não é invencível e também erra pelo que Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala tem a pesada responsabilidade de tentar destronar do seu reinado, a que associam o peso nos ombros inerente a quem pretende defender o terceiro título consecutivo de Construtores, ao volante dos Ford Focus que só lá mais para meio da época receberão o “up grade” de 2008.
No mesmo degrau da escada poderá situar-se o eterno guarda-costas de Loeb, Daniel Sordo, que há muito pretende sair da sombra do seu “mestre”. Mas para que isso possa acontecer, o espanhol terá que encontrar um maior equilíbrio nas prestações dos ralis de asfalto e de terra no segundo C4 WRC, o que não aconteceu em 2007.
Verdadeiramente surpreendente poderá ser a prestação da equipa Stobart que contratou o muito rápido Giggi Galli para ocupar o lugar deixado vago por Latvala e, pelo menos para a primeira prova, o belga François Duval. Num ou noutro caso, não restam duvidas que os dois pilotos poderão causar alguns embaraços às equipas oficiais, mas, quer um, quer outro, tem a limar a imagem de pouco consistentes que criaram. Se o fizerem, haverá que contar com eles para animar o Mundial.
Subaru à procura do “milagre”
Contudo, é sobre a Subaru e o novo Impreza WRC que recaem as maiores dúvidas. Se a dupla de pilotos, Petter Solberg e Chris Atkinson, oferece a garantia de conhecer bem todos os “cantos à casa”, a estreia demasiado tardia do novo carro poderá condenar ao fracasso mais um ano a equipa da Prodrive que, pelo menos com a versão do Impreza que iniciará o campeonato dificilmente voltará a sair da penumbra em que mergulhou há mais de dois anos.
Expectante é evolução que a equipa Suzuki irá efectuar ao longo do ano com o SX4 WRC que fará em Monte Carlo apenas o seu terceiro rali e onde a experiência e rapidez de Toni Gardemeister poderá ser um trunfo. Mas, dada a escassez do programa de testes previsto para a primeira fase da temporada e numa fase ainda de ambientação ao Mundial será difícil ao finlandês e ao sueco Pier-Gunnar Andersson impressionarem e surpreenderem.
Ainda assim, é de prever que os pilotos liderados por “Monster Tajima” consigam andar na frente da terceira equipa satélite da Ford, a Munchi’s que, desta feita, inverteu os papéis e deu a Federico Villagra a figura de protagonista enquanto Luis Perez Campanc se assume como segundo piloto. No entanto, o objectivo é comum ou seja, fazer melhor que no último ano, o que não deverá ser muito complicado!
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