Rui Madeira vence Rali das Camélias

Por a 26 Fevereiro 2022 22:37

Depois de Paulo Neto/Vitor Hugo (Skoda Fabia R5) em 2018, Pedro Clarimundo/Mário Castro (Skoda Fabia R5), em 2019, desta feita foi a vez de Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva (Mitsubishi Mirage Proto) triunfarem no bilstein group Rallye das Camélias.

Os ralis em 2022 estão fortemente competitivos. Veja-se o que está a acontecer no WRC, onde o equilíbrio é notório, e o mesmo sucedeu no primeiro grande rali do ano em Portugal, o bilstein group Rallye das Camélias, cujo triunfo foi para Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva (Mitsubishi Mirage Proto), que bateram Paulo Neto/Vítor Hugo (Skoda Fabia Rally2) por 40.0s, números que são enganadores, pois a dois troços do fim, Madeira, Gil Antunes e Paulo Neto estavam separados por 4.4s.

São assim mesmo os ralis, tudo pode mudar rapidamente e foi precisamente o que sucedeu na prova do CMS – Clube de Motorismo de Setúbal, com as duas últimas passagens por Sintra a transformarem por completo a classificação.

Regressado à sua data original, fevereiro, quando as Camélias ‘desabrocham’, o astro Sol aqueceu bem este dia de inverno, e só mesmo antes da noturna passagem por Sintra foi preciso aos concorrentes da ‘caravana’ vestir os blusões.

Até aí, o Rali das Camélias, foi uma prova ‘quentinha’ dentro e fora dos troços, num rali em que mais de sete dezenas de concorrentes passaram o ‘palanque’ nos Jardins do Casino do Estoril.

No 42º ano desde a sua primeira realização, o plantel mostrou que muito gente ainda se sente ligada emocionalmente à prova, isto para além do facto dos adeptos da zona de Lisboa ‘suspirarem’ por bons ralis há muito, e por isso, enquanto não há provas de campeonatos principais, aproveitam bem as extra.

Tomara a muitos ralis em Portugal terem tanto público nos troços como o que vimos na zona de Sintra e Mafra, sendo certo que público nos ralis em Portugal é ‘coisa’ que não falta em lado nenhum.

Interessante foi também a estreia, ainda não competitiva, do novo Toyota GR Yaris da Iberian Cup, que como carro zero, nas mãos de Vítor Calisto, abriu os troços. Tal como nos disse o piloto que há quatro décadas se faz representar nos troços nacionais: “o carro é fabuloso, é muito bom construído, é surpreendente a forma como curva, trava e como a potência está disponível logo ‘cá em baixo’…”. O Troféu arranca nos Açores e segundo rezam as crónicas estão ‘alinhavados’ mais de 20 carros e cerca de 35 a 40% de pilotos portugueses. Vamos ver o que se concretiza.

Filme do rali

O rali foi muito interessante, e cedo, as equipas que tínhamos antevisto poderem andar na frente, fizeram-no.

O rali começou numa Catedral, e a Rampa da Pena, era o aperitivo, Sintra, o ‘pequeno almoço’.

Gil Antunes/Alexandre Ramos (Dacia Sandero R4) foram os vencedores logo a abrir em Sintra, no troço seguinte, o triunfo foi para Pedro Clarimundo/Mário Castro (Skoda Fabia R5), e apesar de Gil Antunes ter repetido o triunfo na PE3 e liderança era de Clarimundo, ao cabo de três especiais, com 0.3s de avanço para Gil Antunes/Alexandre Ramos (Dacia Sandero R4), com Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva (Mitsubishi Mirage Proto) a 2.0s.

Logo cedo, o equilíbrio era a nota dominante, até porque Paulo Neto/Vítor Hugo, a estrearem o seu novo Skoda Fabia Rally2, não estavam longe e rodavam a 7.9s da frente.

Carlos Fernandes/Valter Cardoso (Mitsubishi Lancer Evo) eram nesta altura quintos classificados a 22.0s, e Américo Antunes/Paulo Lopes (Peugeot 208 Rally4), a mostrar um belo andamento, e a mostrar que quem sabe nunca esquece. E nós não esquecemos o seu andamento no ‘amarelinho’ da Renault, com que por exemplo, há uns anos ganhou os Clássicos no Rali de Portugal. De fora, a ver, o filho do piloto, Pedro Antunes, regozijava-se de orgulho: “

Muitos parabéns a esta dupla maravilha, estes anos todos a ver de fora deu para aprender umas coisas!”, escreveu, nas redes sociais.

Nesta altura, Gonçalo Boaventura/Rodrigo Silva eram nonos com o pequeno Peugeot 106 Rallye S2. É absolutamente extraordinário o que este jovem faz com este carro nas mãos. A fechar o top 10, Daniel Ferreira/Rodrigo Pinheiro (Mitsubishi Carisma GT).

A quarta especial do Rali das Camélias foi madrasta para Pedro Clarimundo/Mário Castro (Skoda Fabia R5), que lideravam o rali com 0.3s de avanço para Gil Antunes/Alexandre Ramos (Dacia Sandero R4), já que uma falha de pressão da gasolina no carro checo levou a dupla ao abandono.

Para a frente do rali foram Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva (Mitsubishi Mirage Proto), desta feita com um avanço de 1.9s para Gil Antunes, com Paulo Neto/Vítor Hugo (Skoda Fabia Rally2) a 5.4s da frente.

O piloto do Skoda Fabia Rally2 venceu a PE5, com 0.7s de avanço para Gil Antunes e 1.0s para Rui Madeira e antes de nova ronda por Sintra, faltavam dois troços e havia três equipas separadas por 4.4s.

Carlos Fernandes/Valter Cardoso (Mitsubishi Lancer Evo) eram quartos a 20.9s e em condições normais estavam afastados da luta pelo triunfo, Américo Antunes/Paulo Lopes (Peugeot 208 Rally4) mantinham a posição logo atrás do piloto do Mitsubishi.

Faltavam duas passagens por Sintra, Capuchos, com quase 15 Km, e tudo ficou muito encaminhado para Rui Madeira logo na primeira das duas passagens, a primeira ainda de dia, a segunda, já à noite.

O piloto do Mitsubishi Mirage Proto atacou e venceu o troço com 14.3s de avanço para Gil Antunes que não teve argumentos para o contrariar, ao mesmo tempo que Paulo Neto fazia um pião e perdia 23.7s. Contas feitas, Rui Madeira foi para o último troço com 15.9s de avanço para Gil Antunes, que precisava de um milagre para vencer.

Ao invés disso, o piloto do Dacia, teve um furo, perdeu 1m59.7s e caiu para o quinto lugar em que terminou a prova.

Rui Madeira venceu o último troço com 11.9s de avanço para Paulo Neto, que desta forma subiu a segundo, na frente de Carlos Fernandes. Américo Antunes terminou num belo quarto posto, na frente de Gil Antunes, que terminou com um resultado que não merecia, depois da luta que deu lá na frente.

André Cabeças/Ilberino Marques (Mitsubishi Lancer Evo 6), foram sextos, com um carro já bem ‘cota’, mas com um pulmão de jovem, que muito agradou ao piloto.

A dupla irlandesa, Pauric Duffy/Jeff Case trouxe às Camélias um competitivo Hyundai I20 N Rally2, andou bem a espaços, cometeu um erro aqui e ali, e nada pode fazer face aos melhores pilotos em prova.

Daniel Ferreira/Rodrigo Pinheiro (Mitsubishi Carisma GT) terminaram a prova no oitavo lugar, na frente de Gonçalo Boaventura/Rodrigo Silva, que venceram a X1, e gostávamos de ver num carro mais competitivo que o Peugeot 106 Rallye S2, para ver o que eram capazes. Desconfiamos que era bem capaz de espantar muita gente!

Pedro Baiona/Bruno Malhão (Peugeot 106) fecharam o top 10 e foram segundos da X1. Na 11ª posição e como vencedores da classe P1 ficaram António Baiona/Gonçalo Martins (Peugeot 208 Rallye) seguindo-se Eduardo Antunes/Tomás Antunes (Peugeot 208 Rally4).

Helder Cordeiro/Bruno Pereira (BMW M3 E30) foram 16º e venceram a X2, na frente de Paulo Fiúza/Nuno Batalha (Peugeot 309 GTI), segundos da X2.

Nos Clássicos, João Lopes/João P. Lopes (Ford Escort RS 2000) venceram os H75 , nos P2 o triunfo foi para José Monteiro/Carlos Mansinho (KIA Picanto GT), na X4 venceram Flávio Alves/Diogo Gameiro (VW Bora).

Cipriano Antunes/Fernando Almeida, no seu Audi Quattro venceram os H81 e os H90 foram ganhos pelo VW Golf GTI de António Magalhães/João Serôdio,

Caiu desta forma o pano sobre mais um Rali das Camélias, uma prova que continua a marcar a sua posição nos ralis nacionais, oferecendo aos ralis a sua passagem por zonas míticas da modalidade em Portugal, e que só por si levam adeptos à estrada. Muitos dos que no passado não perdiam pitada em Sintra ou no Gradil/Codeçal, no Rali de Portugal, são os mesmos, ou os seus ‘herdeiros’ que agora não deixam de ir à estrada, apesar da zona de Lisboa ser parca em ralis. Em boa hora Luís Caramelo e o CMS reavivaram o Rali das Camélias, conseguindo algo que muitos se esqueceram durante longos anos: é que com boa vontade é possível fazer ralis em Sintra e os milhares de pessoas que estiveram na Serra provam-no.

Classificação

1 Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva Mitsubishi Mirage Proto 50:33.3

2 Paulo Neto/Vítor Hugo Skoda Fabia Rally2 +40.0

3 Carlos Fernandes/Valter Cardoso Mitsubishi Lancer Evo +1:09.0

4 Américo Antunes/Paulo Lopes Peugeot 208 Rally4 +2:14.7

5 Gil Antunes/Alexandre Ramos Dacia Sandero R4 +2:25.6

6 André Cabeças/Ilberino Marques Mitsubishi Lancer Evo 6 +2:28.0

7 Pauric Duffy/Jeff Case Hyundai I20 N Rally2 +2:31.2

8 Daniel Ferreira/Rodrigo Pinheiro Mitsubishi Carisma GT +4:01.8

9 Gonçalo Boaventura/Rodrigo Silva Peugeot 106 Rallye S2 +4:02.5

10 Pedro Baiona/Bruno Malhão Peugeot 106 +5:12.7

11 António Baiona/Gonçalo Martins Peugeot 208 Rallye +5:16.2

12 Eduardo Antunes/Tomás Antunes Peugeot 208 Rally4 +5:37.1

13 Paulo Cruz/José Teixeira Mitsubishi Lancer Evo X +5:45.9

14 Bruno Sá/Joel Lutas Citroën Saxo VTS +6:15.3

15 Isaac Portela/Duarte Susano Citroën C2 R2 +6:20.2

16 Helder Cordeiro/Bruno Pereira BMW M3 E30 +6:24.5

17 Paulo Fiúza/Nuno Batalha Peugeot 309 GTI +6:55.8

18 João Serrão/Liliana Costa Peugeot 106 Rallye S2 +6:58.0

19 José Denis/Jorge Ferreira Bmw 320i +6 7:24.

20 João Lopes/João P. Lopes Ford Escort RS 2000 +8:02.4

FOTOS Rui Reis, Pedro Monserrate e Pedro Palheiro

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado