Rally de Lisboa: Diego Ruiloba foi o Vencedor da Taça de Portugal de Ralis 2024

Por a 8 Junho 2024 21:52

Diego Ruiloba/Angel Vela (Citroen C3 Rally 2) foram os vencedores da Taça de Portugal de Ralis 2024, evento que se realizou de novo com o Rally de Lisboa, uma prova com dois dias distintos, muita chuva no primeiro, troços a variar entre o seco e o húmido no segundo, e que teve muita gente na estrada a seguir a prova, tal como já sucede desde 2021.

O Rally de Lisboa teve o seu arranque no Padrão dos Descobrimentos e o epílogo na Marina de Cascais, começando e terminando com muito público a assistir.

Bons troços, nas zonas à volta de Lisboa, todos com as suas características próprias, com a edição deste ano a incluir três troços ‘históricos’ do antigo Rali de Portugal, Montejunto, que por acaso foi cancelado devido ao muito nevoeiro, que colocava em risco a sergurança das equipas, e ainda Alcabideche, que se estreou no Rali de Portugal, na altura ainda Internacional TAP, em 1975, e também a mítica Peninha.

Diego Ruiloba/Angel Vela (Citroen C3 Rally 2) venceram a prova à geral, mas houve vencedores da Taça em todas as categorias em competição.

Bruno Bulacia/Gabriel Morales (Toyota Yaris GR), foram terceiros da geral e venceram a categoria RC3N, Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), foram quartos da geral, venceram as duas rodas motrizes e triunfaram na categoria RC4, Paulo Cruz/Vítor Hugo (Mitsubishi Lancer Evo 10) foram 13º da geral e venceram a categoria X3-14, Sérgio Fuentes/Ariday Bonilla (Renault Clio Rally 5) foram 15º da geral e triunfaram nos RC5, João Colaço/Alexandre Rodrigues (Peugeot 208 VTI) foram 21º e ganharam a categoria P1-2, corriam sozinhos, mas terminaram a prova, Paulo Carvalheiro/Tiago Ferreira (Porsche 911 GT3 Cup (991) a mesma coisa, foram inscritos únicos nos R-GT, terminaram a prova no 22º lugar, Luís Mota/Alexandre Ramos (Dacia Sandero R4) foram 24º, ganharam os RC2K, 31º lugar para Paulo Sousa/António Alexandre (Volkswagen Golf MK3 VR6), o triunfo foi na X2-11, Juan Carlos Maroño/Alaitz Urkiola venceram a Dacia Sandero Eco Cup, categoria X2-10 N3, Pedro Silva/Alberto Silva (Kia Picanto GT) triunfaram na categoria RC5N e por fim Madalena Duarte/Leonardo Simões (Fiat Uno), nos X1-8.

Taças para todos!

Boas provas nos troféus

A prova tinha agregada dois troféus espanhóis, a Dacia Sandero Cup e a Clio Trophy Espanha, mas verdadeiramente importantes para as cores lusas eram a estreia do Clio Trophy Portugal, corrida com os Renault Clio Rally5 e a TGR Iberian Cup, a competição ibérica disputada com os Toyota GR Yaris RZ.

E em ambos os casos houve equilíbrio e decisões já na fase final do rali.

O início do Clio Trohpy Portugal, que marca esta época o regresso da Renault Portuguesa às competições, foi empolgante, com a discussão da vitória entre os Clio Rally5 a estender-se até ao final e Gil Antunes a garantir o primeiro lugar face a Pedro Pereira, cabendo a Danny Carreira o terceiro lugar.

Pedro Pereira liderou na fase inicial do rali, aproveitando o facto de Gil Antunes ter sido bastante mais cuidadoso à chuva, mas no segundo dia com os pisos mais secos e fruto duma boa escolha de pneus inicial, mais arriscada, mas correta, prmitiu a Gil Antunes virar o tabuleiro a seu favor, embora só tenha passado para a frente do rali na 10ª de 13 especiais. Nos troços de Sintra, a ‘jogar’ em casa, Gil Antunes não deu a mínima hipótese ao seu adversário, triunfando com 38.0s de avanço.

No troféu Toyota, Javier Villa/Enrique Velasco (Toyota Yaris GR) foram os primeiros líderes, na terceira especial Bruno Bulacia/Gabriel Morales (Toyota Yaris GR) passaram para a frente, mas por apenas 0.6s com Miguel Campos/Joana Silva (Toyota Yaris GR) em terceiro já a 12.3s. Campos passou para segundo na PEC4, porque Villa ficou pelo caminho, com Josep Bassas/Manel Muñoz (Toyota Yaris GR) 17.0s atrás do português. Pedro Lago Vieira/Marco Macedo (Toyota Yaris GR) rodavam 16.0s mais atrás, depois das condições difíceis do primeiro dia.

Miguel Campos ainda tentou chegar-se a Bulacia, mas o boliviano não permitiu e foi alargando a liderança, que no fim da manhã de sábado já estava em 22.9s. Com Bassas em terceiro 20.9s mais atrás a prova estava decidida. E assim ficou.

Lá na frente, não houve história. O jovem espanhol Diego Ruiloba, navegado por Angel Vela, no Citroen C3 Rally2, dominou por completo a prova organizada pelo CPKA, ao ser o mais rápido em 10 das 12 classificativas disputadas. O jovem espanhol revelou-nos que apanhou alguns sustos, mas foi uma prova importante para adquirir ritmo para a prova seguinte do S-CER (Super-Campeonato de Espanha de Ralis), o Rali de Orense, que se realiza já no próximo fim de semana.

A vantagem que o jovem espanhol depressa conseguiu para José Pedro Fontes (Citroen C3 Rally2) que não se deu bem com as condições mistas do primeiro dia, falhando na escolha das melhores borrachas para os troços que tinha pela frente, fruto do menor conhecimento que todos os pilotos do CPR têm desta prova.

Com os pneus ‘errados’ várias vezes foi-se a confiança e com isso acumularam-se os segundos.

Ainda assim, Fontes também aproveitou esta jornada para testar novas soluções no Citroen C3 Rally2 tendo em vista, dentro de duas semanas, o início da fase de asfalto do CPR (Campeonato de Portugal de Ralis), no Rali de Castelo Branco.

André Cabeças/Ilberino Santos (Ford Fiesta R5), foram uma das duplas que já não chegaram ao segundo dia de prova, já que, quando eram quartos classificados, e embora de terem concluído a última classificativa de sexta-feiram realizada, viram-se forçados a desistir, com problemas de transmissão, permitiu ao boliviano Bruno Bulacia (Toyota Yaris GR) confirmar não só a conquista do último lugar do pódio, a nível absoluto, mas também o triunfo – terceiro desta época – na Toyota Gazoo Racing Iberian Cup.

Grande prova fizeram Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally 4), com o campeão nacional de 2RM (duas rodas motrizes) em título em grande destaque, ao garantir, de forma autoritária, o primeiro lugar na sua classe e o quarto lugar absoluto. Tendo em conta o primeiro dia de prova muito chuvoso, em que as quatro rodas motrizes dos Toyota GR Yaris ajudaram bastante os seus pilotos, Gonçalo Henriques já era quarto, apesar das muitas dificuldades que teve com o carro naqueles pisos, mas no sábado estabilizou o andamento e garantiu o quarto posto, apesar de Miguel Campos ainda o ter passado na PEC 8. O jovem da Renault reagiu e passou para a frente de Campos na Peninha, o penúltimo troço da prova.

Miguel Campos/Joana Silva (Toyota Yaris GR) andou na luta pela liderança dos Toyota, mas cedeu perante Bruno Bulacia, assegurando o segundo posto, Josep Bassas/Manel Muñoz (Toyota Yaris GR) foram sextos,

Daniel Nunes/José Janela (Peugeot 208 Rally 4) terminaram em sétimo da geral, tiveram um mau primeiro dia por causa dos pneus e já não dava para recuperar nada no segundo, Pedro Lago Vieira/Marco Macedo (Toyota Yaris GR) foram oitavos da geral, quartos dos Toyota, Paulo Caldeira/António Costa (Skoda Fabia Rally 2 Evo) andou razoavelmente bem no primeiro dia, mas no segundo perdeu-se nas afinações, e caiu significativamente de produção.

João Rodrigues/Manuel Santos (Peugeot 208 Rally 4) fechou o top 10 e teve dois dias distintos. No primeiro, sem pneus de chuva, conseguiu sobreviver, mas ficou a 1m13s da frente. No segundo já fez jogo igual com Daniel Nunes. Com esta exibição, mostra que ficava muito bem entre os concorrentes do CPR 2RM, pois anda ao nível dos melhores. Talvez consiga apoios para lá chegar. Que merece, não tenham dúvidas…

Daniel Amaral/Joel Lutas (Toyota Yaris GR) foram 12º e seriam sextos do TGR Iberian Cup se lá estivessem. Para quem costuma ditar notas, e só faz um rali por ano, ao volante, por sinal este Rally de Lisboa, não foi um resultado nada mau…

Juan Carlos Férnandez venceu o Clio Trophy Spain e Juan Carlos Maroño a Sandero Eco Cup Spain, dois troféus monomarca de ralis do país vizinho muito competitivos e que vieram abrilhantar esta edição da Taça de Portugal de Ralis.

Referência final para o muito público que estava nos troços, especialmente no sábado, em que já não chegou. Na sexta, choveu, e muito, e era dia de semana. Ainda assim, havia muita gente na estrada e logo no shakedown.

Por fim, a super especial da Marina de Cascais foi um sucesso. Com tantos restaurantes e ‘comes bebes’, foram aos milhares as pessoas que emolduraram a Marina de Cascais. O tempo ajudou, estava nublado, mas não caiu nem um pingo de chuva e o facto do Rally de Lisboa ter terminado logo ali foi perfeito, pois a moldura humana presente na Cidadela de Cascais foi imensa.

Não há ralis perfeitos, mas a prova do CPKA ganhou com a passagem do Parque de Assistência para a Alta de Lisboa, pois aí não falta espaço e alteração para tudo terminar em Cascais foi perfeita.

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