Rali do Marítimo: Miguel Nunes bate Alexandre Camacho por 0.5s

Por a 17 Julho 2021 22:43

Foi um dos ralis mais competitivos de sempre em 44 anos de história a organizar ralis do C. S. Marítimo, com Miguel Nunes/João Paulo a vencer com apenas uma vantagem escassa de 5 décimas de segundo para Alexandre Camacho/Pedro Calado ambos aos comandos do Skoda Fabia Rally2 EVO.

A primeira classificativa na Matur deu o mote com Alexandre Camacho e Pedro Calado a ser os mais velozes com o mesmo tempo e Miguel Nunes apenas 4 décimas mais lento, aqui sabíamos e tínhamos a certeza que ia ser mesmo um grande rali disputado até ao final.

Miguel Nunes/João Paulo repetiram a vitória que obtiveram em 2019 no Rali Marítimo Município de Machico 2021, fizeram uma prova com um desempenho tal, como disse o piloto no final “que quase ultrapassa a realidade”, sempre ao ataque de início ao fim sem abrandar o ritmo e sempre a arriscar.

A segunda passagem pela Matur foi a chave de todo este rali, aqui Miguel entrou com tudo e conseguiu retirar 2,5 segundos ao Alexandre Camacho e saltou para a liderança da prova de onde nunca mais saiu até ao final.

Nesta prova e após a vitória na Ribeira Brava aos comandos do Citroën C3 R5, Alexandre Camacho voltou aos comandos do Skoda Fabia neste caso o Rally2 Evo, fez uma prova tal como Miguel Nunes de “extra terrestres”, um ritmo infernal de início ao fim. Mas, uma ida à assistência e uma afinação equivocada para a segunda passagem na Matur fê-los perder cerca de 2,5s para Miguel Nunes que mesmo apesar de arriscar na ultima classificativa onde bateu o recorde, não foi suficiente e terminou a apenas meio segundo do vencedor.

Fechando o pódio terminou José Pedro Fontes, que voltou após vários anos a ter ao seu lado o Fernando Prata como navegador, aos comandos do Citroën C3 Rally2. Esta dupla que habitualmente compete o Campeonato Portugal de Ralis veio empenhada a preparar o Rali Vinho Madeira prova que conta para o seu campeonato, mas desde cedo começou a perder terreno para os mais rápidos regionais chegando a terminar o rali com uma diferença de 1 minuto 2,3s do vencedor, o que fará José Pedro Fontes repensar a estratégia para a prova rainha do automobilismo regional.

Rui Pinto e Luís Rodrigues foram os quartos classificados, terceiros do Campeonato de Ralis Coral da Madeira, durante cerca de metade da prova sofreram problemas de travagem no Ford Focus WRC e com isso perderam muito tempo, mas foram bafejados com a sorte, a desistência de Filipe Freitas e os problemas elétricos de Pedro Meireles e o furo de Pedro Paixão contribuíram para o quarto lugar final.

No quinto posto terminou Pedro Meireles/Mário Castro em Volkswagen Polo R5, que tal como José Pedro Fontes, veio treinar o Rali Vinho Madeira. Foi uma prova onde na segunda passagem pela Portela e terceira da Matur teve um problema elétrico que fez o carro desligar-se perdendo muito tempo e caindo na classificação final.

A dupla Pedro Paixão/Jorge Henriques voltaram a ter muito azar nesta prova do CS Marítimo, após logo na primeira passagem pela Matur fazer um excelente tempo e na segunda passagem pelo Porto da Cruz bater o recorde, entrar na luta pela vitória, teve um grande azar na Portela onde um pequeno toque furou fazendo-o parar no troço e aí perder a possibilidade uma vez mais de lutar pela vitória, tal como aconteceu em 2019.

No sétimo terminou José Camacho/Nicodemo Câmara que está cada vez mais habituado ao Peugeot 208 R5 e começa a melhorar os seus tempos a cada segunda passagem.

Paulo Mendes/Marco Sousa em Porsche 911 GT3 Cup foram os vencedores RGT, fizeram uma grande prova num duelo com Filipe Freitas que desistiu no Porto da Cruz com problemas mecânicos.

Rui Jorge Fernandes/João Pedro Freitas em Renault Clio R3T deram mais um “passeio” dominaram a RC3 vencendo a prova com uma vantagem de 1 m e 11s para Dinarte Baptista/Rui Madeira em Renault Clio R3, 10º classificado.

João Ferreira/João Camacho estrearam o Citroën DS3 R3T, foi um rali para aprender a nova montada mas mesmo assim deixaram boas impressões. Américo Gouveia/João Sousa em Peugeot 208 Rally4 foram os melhores da RC4, venceram todas as classificativas e terminaram com uma vantagem de 33,2s para Ernesto Cunha/Nuno Ribeiro em viatura idêntica, dupla que habitualmente disputa o Campeonato Portugal de Ralis.

Na RC4B, Pedro Macedo/Énio Andrade em Peugeot 208 R2 foram os vencedores e terminaram na 12ª posição com uma excelente prestação. Carlos Silva/Ricardo Abreu voa com o Toyota Starlet e anda sempre em lutas contra viaturas muito superiores à sua, começa a pedir um carro muito melhor.

Em 16º terminou Cláudio Nóbrega/Alípio Nóbrega em Datsun 1200, foram os reis do espetáculo tal como habitualmente. Miguel Caires/João Miguel Sousa tiveram uma prova para esquecer, um atraso na entrega das peças que atrasaram a preparação do Ford Fiesta, passaram toda a prova a “descobrir” problemas o que prejudicou e de que maneira o resultado final.

A dupla Miguel Gouveia/Tiago Fernandes levaram o seu BMW E36 até ao 17º posto final seguidos de Rodrigo Jasmins/Tiago Rocha em Citroën DS3 R1 que tem vindo a evoluir neste ano de estreia. Tiago Neves/Mariano Freitas foram os únicos Toyota Yaris em competição terminou em 20º e fechando a classificação ficou Ricardo Gonçalves/Daniel Capelo em Citroën Saxo que finalmente voltaram a terminar uma prova.

Nas desistências de destacar a desistência prematura do piloto canário Francisco Castro/Pedro Bettencourt com problemas mecânicos no Opel Corsa B Kit-Car logo no início da Matur 1, o mesmo aconteceu novamente esta época com Nuno Ferreira/Vítor Henriques que um problema elétrico no Renault Clio R3T logo na zona da Matur fê-los desistir, é mesmo uma época de azar para esta dupla. Filipe Freitas/Daniel Figueiroa em Porsche 911, Paulo Nunes/Gonçalo Nunes e Pedro Faria/Nuno Rodrigues ambos em Citroën Saxo desistiram todos também com problemas mecânicos.

Está assim dado o mote para o Rali Vinho Madeira, próxima prova do Campeonato de Ralis Coral da Madeira que vai para a estrada em agosto.

Miguel Nunes: “É rali e um resultado inédito, nunca vivemos uma rali assim. Ficamos todos a ganhar e isto é um verdadeiro hino aos ralis. O Alexandre está a um nível altíssimo e isso obrigou-nos a arriscar muito para conseguir a vitória. Agora, só sinto um enorme respeito pelos nossos adversários. O que ja estamos a andar é tanto que quase que ultrapassa a realidade”.

Alexandre Camacho: “Se andarmos sempre assim vai ser sempre muito perto do limite. Na última PEC Demos tudo o que tínhamos para tentar ganhar e ficamos a apenas 5 décimas da vitória.

Erramos, diria mais aprendemos, este é um carro novo, fizemos alterações na assistência que nos fizeram perder muito tempo na segunda passagem da Matur. Esse tempo ditou um pouco este resultado, mas no geral estamos muito satisfeitos.”

José Pedro Fontes: “Não conseguimos andar a 100% mas tiramos algumas ilações e vamos agora pensar como vamos abordar o rali vinho Madeira.”

Pedro Meireles: “Tivemos um problema nesta segunda parte do rali onde o carro desligou-se varias vezes, perdemos muito tempo, é pena. O problema é elétrico e vamos tentar resolver para o Rali Vinho Madeira. Foi uma prova em crescendo, no início do segundo round estivemos melhor e começamos a tirar ainda mais ilações no que diz respeito à preparação para o Rali Vinho Madeira, mas com este problema infelizmente não conseguimos tirar mais ilações.

Rui Pinto: “Esta segunda parte do rali correu melhor, a partir do momento que o Ford Focus WRC começou a travar melhor, começamos a andar melhor.

Apesar de tudo azar de uns sorte de outros, tivemos a sorte de terminar bem classificados.

No Rali Vinho Madeira vou com o Ford Fiesta rally2”.

Pedro Paixão: “Foi muito difícil para nós, entramos muito bem, mas depois as coisas foram piorando, a minha condução não estava a ser indicada e não sentia grande confiança.

Nas segundas passagens melhoramos muito o carro e a minha condução e chegamos a entrar na luta pela vitória. Mas um furo não nos fez levar um melhor resultado.

No final e contas feitas, foi um dos melhores ralis.”

Rui Jorge Fernandes: O balanço é muito positivo, divertimo-nos, o carro não deu problemas e vencemos e era isso que nos interessava.”

Odílio Freitas (diretor de prova): “Foi um rali que correu tudo bem, foi desportivamente fantástico muito competitivo com a vitória apenas meio segundo de vantagem.

A níveis de segurança foram 5 desistências apenas problemas mecânicos e nenhum acidente o que é extremamente positivo. O público esteve irrepreensível, cumprindo á risca as recomendações de segurança tanto no posicionamento como nas recomendações de contenção à pandemia.

Aproveito para agradecer o trabalho incansável e fantástico das equipas de estrada, secretariado e aos nossos patrocinadores, sem eles o rali não ia para a estrada.

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