Rali de Portugal: Faltam 26 dias – Novidades na apresentação

Por a 25 Fevereiro 2011 13:10

Apesar da crise, bem refletida no número de inscritos no Rali do México, próxima prova do WRC, a prova portuguesa, terceira etapa do Campeonato do Mundo de Ralis 2011, e que irá para a estrada de 24 a 27 de Março, viu a sua lista de inscritos aceite pela Organização crescer face ao ano passado, numa demonstração evidente que o Rali de Portugal é cada vez mais uma das importantes referências do WRC.

Estão inscritos nada menos do que 15 World Rally Cars da nova geração – 10 Ford Fiesta e 5 Citroën DS3 – enquanto que no PWRC, para o qual a nossa prova é igualmente válida, surgem os 18 inscritos no campeonato, que discutirão entre si a sucessão a Armindo Araújo. Nesse lote inclui-se o campeão nacional da categoria, Ricardo Moura, com o estatuto de piloto convidado.

Estreia do Mini John Cooper Works

Ainda em termos de novidades, saliência para a estreia mundial do Mini John Cooper Works, por enquanto apenas na versão S2000, já que a proposta WRC apenas tem a sua presença prevista para o Rali de Itália. Será também a primeira vez que o campeão do Mundo de PWRC, Armindo Araújo, conduzirá em competição o seu novo carro e neste aspecto um dos grandes pontos de interesse desta edição do Vodafone Rally de Portugal será a luta pela posição de melhor piloto português, já que nenhum dos principais candidatos terá preocupações a nível de campeonato.

Nesse despique há ainda que contar com o campeão nacional em título, Bernardo Sousa, o único a alinhar num WRC (Ford Fiesta), e Bruno Magalhães, que regressa à nossa prova depois de um ano de ausência, aos comandos do seu habitual Peugeot 207 S2000.

A estreia da FIA WRC Academy, uma competição que reúne 19 jovens pilotos dispondo de armas idênticas, constitui ainda um aliciante adicional da edição 2011 do Vodafone Rally de Portugal.

Dificuldades acrescidas no final da prova

Nascido no atual formato em 2005, o Vodafone Rally de Portugal tem vindo a evoluir de forma continuada, sem alterações bruscas, no sentido de aumentar a competitividade do percurso e, em particular, da sua última etapa, de modo a incrementar o nível de incerteza quanto ao resultado final e a manter em aberto a questão da vitória até tão tarde quanto possível.

Esta estratégia viria a dar os seus frutos na última edição, com os dois primeiros classificados a entrarem para o derradeiro troço – na circunstância, a super especial do Estádio Algarve – separados apenas por meia dúzia de segundos. Prosseguindo o desenvolvimento desta filosofia, a derradeira etapa da edição 2011 do Vodafone Rally de Portugal apresentará quase 105 km de troços cronometrados, um valor elevado no qual pesam de forma importante, as duas passagens pelos 31,04 km de uma classificativa com uma configuração inédita, designada por Santana da Serra.

 

A expectativa é que o acréscimo da proposta competitiva na última etapa e a disputa da dupla passagem por esta extensa e exigente classificativa venham a ser determinantes para o estabelecimento da classificação final do Vodafone Rally de Portugal 2011, garantindo até ao final a incerteza quanto ao nome do vencedor.

Mas a importância desta fase da prova é ainda aumentada pelo facto de o último troço do rali ser considerado como “Power Stage”, um novo conceito introduzido este ano na regulamentação do campeonato do mundo de ralis.

Para Pedro Almeida, diretor da prova, “quando a nossa prova foi definida e apresentada à FIA para aprovação, o conceito do “power stage” não estava ainda claramente estabelecido. Posteriormente, tivemos ocasião de discutir o assunto com o promotor do campeonato, tendo a nossa opção sido aceite. De qualquer modo, em termos estritamente regulamentares, nada impede que o “power stage” tenha 30 km ou que o “power stage” seja uma qualquer classificativa do rali que não a última. O que se pretende é que o troço em questão (que até pode ser uma super especial) permita a transmissão televisiva em direto, o que é obviamente o caso.”

O regresso a Lisboa

Como já foi oportunamente divulgado, a realização da primeira prova de classificação, a super especial de abertura do rali, em Lisboa, no emblemático cenário da Praça do Império, constitui outra das grandes novidades da edição 2011 do Vodafone Rally de Portugal, naquele que marca o regresso da prova à capital, 37 anos depois da última visita.

Com esta solução, o ACP aposta numa diversificação da imagem projetada no exterior em termos de destinos turísticos no nosso país, aliando ao cenário tradicional do Algarve e Baixo Alentejo o ambiente histórico e cultural da cidade de Lisboa, protagonizado pelo Mosteiro dos Jerónimos e pelo Centro Cultural de Belém.

Por outro lado, esta opção vai ao encontro das tendências que se antecipam para as provas do Campeonato do Mundo. Sendo certo que as exigências atuais em matéria de segurança levam os organizadores a realizar os seus ralis em áreas muitas vezes afastadas dos grandes centros populacionais, é desejável que integrem no programa desportivo dos seus ralis eventos com uma forte componente promocional e que envolvam um contacto mais direto com o público.

Estrutura quase inalterada

Analisando mais em detalhe o programa da prova, teremos nesta edição um período mais compacto de reconhecimentos, com uma duração de apenas dia e meio em vez dos dois dias habituais, decorrendo na 3ª feira e na manhã de 4ª feira (dias dias 22 e 23 de Março), isto porque o shakedown é antecipado para a tarde de 4ª feira, com início pelas 14h30.

O dia seguinte, quinta-feira, 24 de Março, será reservado à super especial de Lisboa, cujo programa integra o reconhecimento da prova em veículos elétricos, uma sessão de autógrafos com os principais pilotos e um desfile de apresentação das melhores equipas em veículos históricos descobertos, para além de uma prova reservada a veículos clássicos desportivos.

Na sexta-feira, o Vodafone Rally de Portugal vai para a estrada no seu cenário tradicional, com a realização de seis provas de classificação, correspondentes a uma dupla passagem por três troços diferentes: Santa Clara, com 22,99 km, cujo início foi ligeiramente antecipado, Ourique (20,27 km) e Felizes (21,31 km).

No sábado tem lugar a segunda etapa, com mais três troços feitos por duas vezes: Almodôvar, com uma extensão de 26,23 km e transmissão televisiva em direto na RTP na sua parte central em ambas as passagens, Vascão (25,26 km) e Loulé (22,56 km).

No domingo, o Vodafone Rally de Portugal encerra com mais 2 troços percorridos por duas vezes: Silves (21,39 km) e Santana da Serra (31,04 km), esta última com transmissão direta para Portugal na RTP também nas duas passagens e com cobertura televisiva em direto para todo o mundo na derradeira passagem através da plataforma da NOS (North One Sport), o promotor do campeonato. No total, serão mais de 385 km de troços disputados nas excelentes estradas de terra dos concelhos de Almodôvar, Loulé, Ourique e Silves.

Open de Ralis presente no segundo dia

Depois da edição de 2010 ter permitido aos Clássicos de ralis uma forte presença naquele que foi denominado Rally de Portugal Revival, este ano será a vez dos habituais participantes no “Open” de ralis se poderem mostrar perante uma extensa e competente plateia, no intervalo das duas passagens dos concorrentes do WRC pelos três troços do segundo dia de prova. Esta iniciativa do ACP teve uma resposta pronta por parte dos participantes do “Open”, com nada menos do que 30 pilotos inscritos, garantindo assim um interessante espetáculo para os espectadores presentes nessas classificativas.

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