Paulo Grosso: “No final da Peninha e de Sintra, enchemos a barriga de gozo…”

Por a 13 Outubro 2019 19:09

Paulo Grosso e Susana Cordeiro, em Porsche 911 (1968) foram os melhores pilotos nacionais no Rally de Portugal histórico. Rodaram sempre entre os 15 primeiros, mas com várias oscilações e após Lamego entraram na luta pelo pódio para chegarem ao terceiro posto na Régua. Contudo, faltaram-lhes os argumentos certos para garantirem o pódio, ainda assim a dupla do Porsche 911 (1968) levou para casa o prémio de melhor formação nacional.

Melhor português no Rali de Portugal histórico, que balanço faz?

PG: Só fazemos uma prova por ano, mas este ano correu-nos bem, não tivemos grandes problemas à exceção de ontem à noite em Sintra ficámos sem faróis adicionais. Mas em relação à prova em termos globais, os pisos estavam muito mais degradados, principalmente na quinta feira. Foi muito demolidor para os carros e eu até me pergunto como é que estes carros aguentam tanto.

De resto, achei a prova menos competitiva. Mas não as diferenças entre os concorrentes, mas foi uma prova menos dura fisicamente.

Tem assistido à evolução da prova, o que acha?

PG: Prova não tem mudado muito o seu figurino, vão alternando entre uns troços num ano, outros noutro, têm introduzido algumas melhorias, algo que convém registar. Tem coisas bem feitas. Penso que a questão do sistema de cronometragem, deve ser revisto.

Passamos demasiado tempo à espera de classificações, não sabemos se estamos a fazer bem, particularmente no primeiro dia, é muito difícil nós fazemos a aferição. Pensamos que está correta e depois vamos para a estrada e levamos ‘um camião de pontos’ por avanço. Não faz sentido. Tem de haver maior celeridade na publicação das classificações. Não sei se é possível com o sistemas. Existem outros, também. Esse é o ponto mais negativo.

Os portugueses continuam a ter mais vitórias, mas nos últimos anos os estrangeiros têm ganho mais vezes…

Não é difícil bater os estrangeiros, mas por exemplo, eu só faço esta prova. Se virem o Phillipe Fuchey, Yves Deflandre, Michel Decremer, são tudo pilotos que passam o ano a competir na Bélgica ou em França. O ritmo deles é enorme e os carros estão muito bem preparados, claro que com exceções. Eles são muito bons condutores, claro e têm ritmo brutal.

O que faz mais a diferença na regularidade histórica?

O que eu acho é que entusiasma no Rali de Portugal Histórico é podermos ter o melhor carro do mundo, mas se o piloto não souber guiar, nada feito. Se o navegador não souber navegar, nada feito. Ou seja, é a prova que eu gosto mais de fazer por ser um misto das três coisas: o carro, o piloto e o navegador. Ainda agora vinha a conversar com a minha navegadora, a minha mulher, e todos os circuitos fechados correram-nos bem. A descida de Sintra também. Falhámos no acerto dos instrumentos, aí ‘levámos’ por atraso e não conseguimos perceber porquê. Ainda ontem na Lagoa Azul, fiz tudo a zero, mas depois os resultados não espelham o nosso esforço.

Lá está, a forma como fazemos a aferição, basta ter um dígito mais acima ou abaixo, faz grande diferença ao longo de uma prova. Estamos a ‘levar’, ora por avanço ora por atraso consoante os aparelhos e isso influencia brutalmente.

Nós estávamos na discussão do terceiro lugar com o (Ricardo) Dacal e estávamos na brincadeira, porque isto é uma brincadeira para nós, não é atividade profissional, e ele dizia: “Paulo, vais-me ‘comer’ na descida de Sintra! Mas eu vou-te ‘comer’ na Lagoa Azul!” e eu disse “Não sei, vamos ver!” e foi mesmo assim. Eles tinham uma aferição melhor que a nossa, na Lagoa Azul perdemos para eles e Sintra ganhámos. Ficámos na mesma!”

Dá gozo passar por Sintra?

“Dá, estava muita gente. Aliás, é o ponto alto. Ontem sugerimos outra coisa. Depois do jantar em Leiria o fazer Montejunto ou o Gradil não faz sentido. Era vir direto a Sintra é o que as pessoas gostam de fazer, é Sintra. Fazíamos três ou quatro passagens, que o custo do policiamento é o mesmo e o público vê. Na Lagoa Azul ou metem chicanes ou quem está lá, nós passamos, as pessoas assobiam-nos porque temos de cumprir a média dos 60km/h. Não tem piada nenhuma para quem vê e para quem faz. Agora o final da Peninha, o final de Sintra, enchemos a barriga de gozo…”

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