Magalhães inicia defesa do título a vencer

Pode dizer-se que pedir mais a Bruno Magalhães depois da magnífica vitória conseguida neste início de temporada do Campeonato de Portugal de Ralis de 2009, no Rallye Torrié, seria algo injusto para o piloto do Peugeot 207 S2000. O homem da formação oficial da marca do leão começou a defesa do ceptro da melhor forma, impondo o seu ritmo e mostrando toda a sua mestria sem cometer um erro e deixando apenas para o final a gestão da vantagem. 

Vencedor de 11 das 14 Especiais propostas pelo Targa Clube, Magalhães mostrou que está neste início de 2009 uma fasquia acima dos demais, mas não foi por isso que o Rallye Torrié deixou de ter várias emoções, com algumas lutas e surpresas a acabarem por dar a conhecer uma Classificação final talvez um pouco diferente do que alguns podiam inicialmente esperar.

 Pascoal ‘cómodo’ segundo Vítor Pascoal, com o outro Peugeot 207 S2000 começou o rali com alguma cautela, sendo terceiro na primeira Especial e descendo depois a quinto antes de reclamar para si de forma incontestável o intermédio do pódio. Pascoal foi ainda o único a conseguir quebrar a hegemonia de Magalhães ao levar de vencida precisamente as três Classificativas em que o bi-Campeão em título e líder do Campeonato não foi o mais rápido. Enquanto isso, mais atrás a luta pelo terceiro posto e pelo triunfo da Produção começou por envolver Ricardo Moura (Mitsubishi Lancer Evo VIII), Fernando Peres (Mitsubishi Lancer Evo IX), Adruzilo Lopes (Subaru Impreza WRX) e Pedro Meireles (Subaru Impreza WRX), se bem que este último cedo ficou pelo caminho com avaria mecânica na 3ª Especial. 

Contudo, Moura acabou por ceder ao ritmo imposto por Peres e Lopes a partir do 3º troço, caindo na classificação sem mais os conseguir apanhar, acabando mesmo por ser ver forçado a abandonar com avaria. Ficava então a ideia que Adruzilo Lopes e Fernando Peres seriam os protagonistas de emocionante batalha até final, com ambos a trocarem de posições algumas vezes ao longo do rali. Mas a verdade é as provas só terminam com a bandeira de xadrez e o rali do Targa Clube assistiu a reviravolta inesperada, com a sorte a ter papel preponderante na classificação.

 Fernando Peres azarado Fernando Peres foi o primeiro a sentir na pele o azar ao ter problemas com o turbo, o que o fez perder muito tempo, seguindo-se um despiste de Adruzilo Lopes que o deixou fora de prova e acabou por abrir a porta para a conquista do terceiro lugar e da vitória no Grupo N a Pedro Rodrigues. O piloto do Subaru Impreza WRX fez uma prova modesta, com os resultados nas Especiais a oscilarem entre um terceiro, como o melhor, e um décimo, como o pior, mas era o homem certo no local certo aquando dos problemas dos seus rivais para reclamar o mais baixo do pódio. E a verdade é que teve ainda o mérito de se defender dos intentos apresentados por Nuno Barroso Pereira (Subaru Impreza WRX) até este se ver também forçado a retirar-se com avaria. No desfecho desta animada e pouco esperada luta Fernando Peres conseguiu, ainda assim, refazer a mão ao concluir esta primeira jornada do ano em quarto da geral e segundo do Grupo N, mesmo à frente de Paulo Antunes. Paulo Antunes que acabou por ser o primeiro vencedor do novíssimo Campeonato de Portugal de Ralis 2L / 2RM, depois de emocionante duelo com Manuel Inácio (Renault Clio) e Carlos Matos (Renault Clio S1600). Antunes entrou ao ataque para ser o primeiro líder da prova neste particular, mas perdeu um pouco de rendimento ainda na primeira Etapa, chegando mesmo a rodar em terceiro enquanto Matos reclamava a primeira posição. Contudo, ainda antes do final do primeiro dia de competição Antunes voltava à liderança para não mais a perder. Ao mesmo tempo, Matos caía para terceiro, atrás de Inácio que, depois de ser terceiro nas três primeiras Classificativas, logrou ascender ao intermédio do pódio em que acabou por terminar.