London-Sydney Rally 1977: o mais longo rali da história…

Por a 31 Agosto 2024 15:51

O rali Londres-Sidney de 1977 foi o quarto, o mais longo e o último de uma série de maratonas automobilísticas intercontinentais do pós-guerra, que tiveram início em 1968.

O rali mais longo da história do desporto automóvel é atribuído ao Rali Londres-Sydney da Singapore Airlines, que teve lugar em 1977. Este evento percorreu uma distância espantosa de 31.107 quilómetros (19.329 milhas), partindo de Covent Garden, em Londres, e terminando na Ópera de Sydney, na Austrália. O rali foi ganho por Andrew Cowan, Colin Malkin e Michael Broad num Mercedes 280E em 28 de setembro de 1977.

O Desafio: Uma Odisseia Sobre Rodas

A ideia era ousada e sedutora: cruzar 30.000 quilómetros numa rota de rali, ligando duas icónicas casas de ópera – de Covent Garden, em Londres, até a Ópera de Sydney.

O plano parecia simples, mas a execução revelou-se uma verdadeira prova de resistência.

A aventura começou com 12 dias intensos na estrada, passando por 11 países, de Londres a Madras.

Da Índia, os carros foram embarcados para a Malásia, de onde seguiram para Singapura.

De seguida, outra viagem marítima os levou até Perth, Austrália, para a etapa final, uma volta completa ao país dos cangurus. No entanto, a jornada rapidamente se transformou num desafio ainda mais árduo do que o previsto.

Problemas logísticos atrasaram o reinício na Austrália em dois dias. Para manter a data de chegada original, que era imutável, foi necessário aumentar as velocidades médias e cortar impiedosamente as paragens de descanso. Assim, a etapa australiana tornou-se uma maratona por si só: 13.200 quilómetros em apenas 7 dias e 16 horas, com uma média de 72 km/h ininterruptos durante 184 horas.

Uma corrida de ‘primeiras vezes

A Maratona Londres-Sydney de 1977 foi um rali de estreias. Foi a primeira vez que um camião competiu num rali, anos antes do famoso Paris-Dakar. A Fiat inovou ao inscrever uma equipa de protótipos a diesel, marcando a estreia de um carro a diesel em competições internacionais. O evento reuniu uma diversidade fascinante: de um kit-car de fibra de vidro chamado Magenta, o primeiro do seu tipo a ser aceite num rali internacional, até clássicos como Mini Clubman e Mini Moke.

Na linha de partida, havia de tudo – de Range Rover a Jeep, Peugeot, Mercedes, Ford Escort, e até um Mazda com motor rotativo. Até mesmo uma autocaravana entrou na corrida!

As tripulações vinham dos quatro cantos do mundo: profissionais experientes, aventureiros destemidos, e até iniciantes, incluindo um casal que foi direto da concessionária para a rampa de largada. E, para a Subaru, foi o primeiro grande rali para um 4WD.

Houve episódios dignos de comédia, que fariam Dick Dastardly sorrir. Como a equipa que, após partir de Londres, decidiu voar com o seu carro até a Índia, tentando descaradamente marcar presença no ponto de controlo em Madras sem sequer tirar o veículo amarrado na traseira de um camião, vindo direto do aeroporto.

O percurso foi uma aventura épica, passando por montanhas imponentes, rios tão selvagens que um Datsun chegou a flutuar correnteza abaixo, e desbravando desertos inóspitos.

A etapa australiana foi uma maratona por si só. Quando o navio se atrasou para chegar a Freemantle, em vez de cancelar ligações para ajustar o cronograma, optou-se por não parar – correram dia e noite por sete dias consecutivos. Leu bem, sete. Eram outros tempos…

O Voo do Resgate

Talvez o acidente mais falado da Maratona Londres-Sydney de 1977, mas sem dúvida o mais grave, foi o ocorrido entre o Fiat 131 de Christine Dacremont/Yveline Vanoni e o Citroen CX2400 de Andre Stuckelberger/Bernard Cheneviere. O desastre ganhou as manchetes, como o destaque de primeira página do Adelaide News. Na época, pouco se soube sobre o papel crucial, e quase certamente salvador, do piloto de charter Stuart Darbyshire, cujas memórias dessa noite de setembro de 1977 só muito depois vieram à tona.

Apenas 24 equipas conseguiram completar a extenuante etapa de 22 horas e 2.200 km ao norte de Alice Springs. Todas estavam exaustas, após já terem percorrido 2.800 km desde Perth em 28 horas e meia. Foi durante essa fase que a equipa Dacremont/Vanoni tomou a decisão crítica de voltar atrás em busca da sua equipa de apoio, depois que a pressão do óleo nseu Fiat despencou…

Esta é uma história, mas muito mais ficaram por contar, pois este foi apenas breve resumo.

FOTO http://www.londonsydney77.com

Visite o site para a história completa sobre o evento.

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