Kimi Raikkonen: “A margem de erro no WRC é bem mais pequena que na F1”
Martin Holmes: Para os adeptos foi muito bom ter-te no Mundial de ralis, mas para ti como foi?
Kimi Raikkonen: “Não teria vindo se suspeitasse que não iria gostar. Tudo o que fiz nos ralis antes do início desta época deixaram-me a vontade de experimentar com um WRC. Sabia que estes carros eram muito rápidos, mas apesar de não ter sido fácil, foi muito agradável. É completamente diferente da Fórmula 1, e por vezes torna-se cansativo todos os reconhecimentos e as provas. Levantamo-nos cedo e para mim isso é uma coisa nova, mas habituamo-nos…”
MH: Quando olhas para trás neste teu ano com o C4 WRC, foi tão excitante como pensavas?
KR: “Foi mais ou menos o que esperava, e fez-me lembrar os primeiros anos nas pistas. Alguns acidentes, alguns ralis melhores que outros. Eu sabia que ia ser assim complicado mas agora já soa inclusivamente mais natural ouvir as notas de andamento. Levou tempo a adaptar-me, e penso que para o ano vai ser mais fácil. Mas logo se verá o que acontece!”
MH: O que é mais complicado de guiar, um Ferrari ou um Citroen C4 WRC?
KR: “Não serei a pessoa indicada para responder a isso porque os ralis são novos para mim e por isso foi muito complicado. Especialmente com as notas. É preciso uma grande concentração para as ouvir corretamente e na F1 eu sabia exatamente como eram os circuitos, e como tudo iria suceder. Nem sequer tinha de pensar nisso. Provavelmente sucede o mesmo com os pilotos de topo. Os ralis são mais excitantes, há sempre coisa novas a acontecer. Por exemplo no WRC um pequeno erro faz-nos perder muito mais tempo que na F1. Na F1 falhas um ponto de travagem e tens 200 metros de asfalto para recolocar o carro na pista. Nos ralis um erro é quase sempre suficiente para sair de estrada ou mesmo capotar. A margem de erro no WRC é bem mais pequena que na F1.”
Red Bull: “Qual foi o teu rali favorito do ano?”
KR: “A questão é de difícil resposta, porque os ralis são todos muito diferentes uns dos outros, mas acho que a Bulgária, porque estive em quarto lugar e nunca tinha estado tão perto dos homens da frente, e isso é muito interessante, especialmente por ter sido inesperado. Também gostei do Rali da Grã-Bretanha, mas não tanto pelo resultado.”
RB: O Rali de Espanha, onde capotaste no shakedown, foi o maior desapontamento do ano?
KR: “Penso que sim, mas não pensei muito nisso! Pouco depois daquilo suceder para mim era história. Não fico a pensar como poderia ter sido. Sempre foi assim que lidei com as coisas e não é agora que vou mudar.”
RB: Alguma vez pensaste em regressar à F1 em 2011?
KR: “Claro que sim, porque é natural que pensemos em tudo, mas nunca cheguei a ponderar isso muito seriamente, porque a verdade é que não tive saudades da F1 este ano. Antes do começo do Mundial ainda pensei em sentir nostalgia, mas isso não sucedeu.”
RB: Isso significa que te vais manter no WRC em 2011?
KR: Gostaria, mas de momento não há decisões tomadas.
RB: Que momentos vais recordar mais deste ano para lá dos ralis?
KR: Há muita coisa que sucedeu, que todos na equipa vão recordar. Na Jordânia marcámos os nossos primeiros pontos e terminámos cobertos de areia. Na Turquia, por causa do problema com a nuvem de cinza do vulcão islandês, a equipa viajou três dias de comboio para França. Guiei um kart num Centro comercial no Japão, em Portugal fizemos o RoadShow, que tinha quase tanta gente como a visita do Papa na semana anterior. Portanto há muitas boas memórias…”
RB: Melhoraste como piloto este ano?
KR: Certamente! Os ralis são mais duros que a Fórmula 1, especialmente para mim. Se conseguimos guiar em algumas das estradas que percorremos este ano então somos capazes de andar em qualquer lado…”
Fontes: Martin Holmes e Red Bull
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