Azores Airlines Rallye: Tudo por decidir
Apesar de Alexey Lukyanuk rumar ao último dia de prova na liderança do Azores Airlines Rallye, o rali está longe de estar decidido, não tanto pelo menor andamento do russo, mas precisamente pelo facto de não saber andar devagar, estando por isso sempre muito mais exposto às muitas armadilhas desta prova. Tanto Bruno Magalhães como Ricardo Moura sabem que em termos de andamento puro não conseguem ‘chegar’ a Lukyanuk, mas também sabem que a luta que ambos vão ter pelo segundo lugar, pode acabar por ser pelo triunfo na prova.
Ontem, Lukyanuk ganhou uma vantagem de 40 segundos durante a manhã depois de Kajetan Kajetanowicz, o seu mais direto adversário e líder da noite anterior, ter batido nos primeiros dois quilómetros da primeira prova especial do dia, mas o russo perdeu mais de metade dessa vantagem, por ter sofrido um furo na primeira prova especial da tarde. Ainda houve mais problemas para o líder que, na segunda passagem pelas famosas Sete Cidades, que fechou o segundo dia de prova, bateu num muro, depois de um salto, perdendo a janela traseira do seu Ford Fiesta R5 com o impacto. Desta forma Lukyanuk, terminou o dia com uma vantagem de 27,8 segundos para Magalhães, que venceu as últimas duas provas especiais do dia, ultrapassando Ricardo Moura, passando para o segundo lugar. Vamos ver se não se repete a história de 2016, quando Lukyanuk perdeu a liderança do rali no final do último dia, na sua estreia na ilha de São Miguel.
Falando sobre esta tarde, Lukyanuk disse “o meu slogan para este rali é, ‘não há drama, não é divertido’. Está tudo bem, nós chegámos ao fim com uma boa e saudável vantagem. Perdemos 20 segundos um furo na primeira prova especial. Não fizemos grandes erros e estou feliz por estar aqui. Está tudo, mais ou menos, sob controlo”.
Bruno Magalhães, duas vezes vencedor do rali no passado, está a conduzir em terra pela primeira vez passados 15 meses e está a fazê-lo num carro novo, um Skoda Fabia R5: “Dadas as circunstâncias em que aqui cheguei: conhecendo mal o carro e depois de longos meses afastado da competição, este desfecho é melhor do que eu poderia, sequer, imaginar. Não esperava conseguir andar a este ritmo. Há meio ano sem fazer nenhum rali, há ano e meio sem fazer nada em terra e sem conhecer o carro, estou mesmo surpreendido. Tenho a sensação que estou a fazer o melhor rali de sempre e essa é uma satisfação enorme. Confiança no carro e na equipa. Em todas as assistências fazemos novos ajustes e fica sempre bom e sinto-me cada vez melhor e a poder arriscar. Não tivemos problemas nenhuns e isso é uma ajuda enorme. Para amanhã, não sei se conseguirei recuperar para o primeiro mas que vou lutar por isso, vou. Estou muito feliz por estar a fazer esta prova e por estar a correr tão bem. Para amanhã é aproveitar e tentar completar porque não sei quando volto a competir”.
Moura, que bateu Lukyanuk para a vitória em 2016, sofreu esta tarde, depois de ter tido um furo na PE8 que o forçou a mudar de pneu, para um usado, que usou na restante tarde. Isso significa que ele passou para trás de Magalhães por seis segundos no final do dia, com o duo a lutar pelo melhor lugar entre os concorrentes ao Nacional de Ralis “Tivemos muitas dificuldades em ter tração no carro; temos de melhorar. Um furo no Pico da Pedra fez-nos ter de usar um pneu já muito gasto que nos fez perder tempo”.
O duelo para a primeira vitória na nova categoria ERC Junior U28 está mais acesa que nunca, com apenas 2,8 segundos a separar os pilotos da Skoda Nikolay Gryazin e Marijan Griebel, que são quarto e quinto classificados, respetivamente. Gryazin obteve a primeira vitória na oitava prova especial sobre Griebel, mas perdeu cerca de 15 segundos para o alemão nas Sete Cidades, onde embateu nos bancos de terra que delineiam a prova especial à volta da lagoa inserida na cratera vulcânica.
Griebel mostrou grande velocidade depois do furo da manhã e roubou o quinto lugar a José Suárez quando o piloto do Peugeot na prova especial número 10 e perdeu mais de seis minutos. Isso permitiu a Josh Moffet subir ao sexto lugar – e terceiro no ERC Junior U28 – à frente de Jan Černý. Carlos Vieira, Łukasz Habaj e Pedro Meireles completam o lote dos 10 melhores. Ralfs Sirmacis caiu para 13.º depois de sofrer o terceiro furo do dia, na PE10.
As coisas não estão fáceis de decidir no ERC Junior U27 entre os companheiros de equipa na Opel, Chris Ingram e Jari Huttunen. Ingram liderou desde o início, mas a sua margem para Huttunen – que se estreia nos Açores e no campeonato da Europa – foi tão curta como 0,7 segundos depois da PE8, depois de ter ampliado para 4,7 segundos na PE10. Sergei Reminnik continua a liderar a categoria ERC2 baseada nos veículos do convencional Agrupamento de Produção.
O último dia do Azores Airlines Rallye apresenta seis provas especiais de classificação, onde a primeira é Graminhais com arranque para as 10:08 (hora local). Essa e a da Tronqueira serão percorridas por duas vezes, repetindo-se também a SE Grupo Marques e a PE Vila Franca/São Brás entretanto. A cerimónia de pódio está marcada para as 18:56 em Ponta Delgada.
Declarações:
Carlos Vieira: “Está a correr muito melhor do que esperávamos. É apenas o meu sexto rali de terra e ainda tenho muitas dificuldades em entender a condução neste piso. Queremos é acabar e levar o máximo de pontos possíveis para o continente”.
Pedro Meireles: “Vamos aumentar o ritmo para tentar ir buscar o Carlos Vieira, não vai ser fácil mas vamos tentar. Um lugar no top3 é o que esperávamos, vamos lutar”.
Joaquim Alves: “O dia não começou muito bem, tivemos uma pequena saída na primeira passagem do Pico da Pedra em que furamos e fizemos o resto da especial furados. Depois tivemos a descobrir as Feteiras e Sete Cidades que não fizemos o ano passado. Para amanhã estou mais confiante por já conhecer os troços”.
João Barros: “Finalmente consegui completar a segunda passagem pelas Sete Cidades, sou um homem novo agora. Estava cheio de gente nas Sete Cidades, assim dá muito gosto. Já consegui terminar mas ainda não consegui ser rápido; Tinha uma grande pedra [Ruben Rodrigues veio a bater nela] nas Sete Cidades que por milagre não bati, muito grande mesmo e estava mesmo lá no meio. Para amanhã quero sair na liderança do campeonato e para isso tenho de terminar a corrida”.
Miguel Barbosa: “Estou satisfeito com o andamento, mas tivemos um toque nas Sete Cidades que me fez ter de trocar o pneu dianteiro esquerdo; este toque fez-nos perder muito tempo e qualquer hipótese de um bom resultado. Amanhã vamos tentar recuperar alguma coisa”.
Luis Rego Jr: “Não foi um dia fácil, o carro não nos permite ser rápidos. É frustrante saber que podemos fazer bem melhor, mas o carro não está a permitir, temos estado a trabalhar no set-up em todos os parques de assistência. Pode ter haver com diferenciais e como não podemos mexer estamos a compensar nos amortecedores que por fazes fazem os travões sobreaquecer. Apanhamos um pequeno susto nas Sete Cidades com uma grande pedra, estava sempre à espera que encontrar o João Barros por pensar que ele tinha dado um toque, foi muito estranho mesmo. Para amanhã vamos tentar melhorar a classificação e ser rápidos”.
Carlos Fernandes: “A estreia e a adaptação ao carro estão a correr bem. Os pneus são novos mas já são de 2016, as telas são mais fracas de lado e tivemos dois furos lentos nas duas primeiras passagens de hoje. Amanhã vamos tentar fazer tudo, nas primeiras passagens com mais calma para conhecer melhor os troços; nas segundas passagens sou muito mais rápido, nas Sete Cidades melhorei mais de 30s. Estamos a cumprir todos os objetivos”.
Rúben Rodrigues: “Estávamos a ter um bom ritmo, estava a correr bem até ao toque. Temos muito rali ainda pela frente e vamos tentar recuperar o ritmo e a confiança para amanhã”.
Luis Pimentel: “Estava a espera de mais dificuldades, estamos a fazer tempos melhores do que pensava, no ERC2 estamos em segundo e em quarto nos Açores atrás dos R5; estou satisfeito. Para amanhã quero manter o ritmo e ficava muito feliz que terminasse em segundo no ERC2”.
Manuel Castro: “A manhã correu-me muito bem. Na parte da tarde tive alguns problemas, principalmente nas Sete Cidades. Tive de desligar o carro três vezes e perdi alguns minutos, antes disto apanhei um calhau no meio do troço, depois tive de passar o turco do Fiesta, foi uma Sete Cidades cheia de peripécias… Amanhã espero ser rápido, o ano passado fui quarto nos Graminhais entre os portugueses com o S2000, gosto muito quer deste quer da Tronqueira, vamos a ver”.
Fotos DPPI/Aifa Jorge Cunha ; ZOOM MotorSport/António Silva; Direita 3/Tiago Costa; Nuno Pimenta Motorsports; Nuno Dinis Photo
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