Carlos Fernandes foi ‘Grão-Mestre’ da Ordem dos Cavaleiros do Templários Rally Classic
Foi uma vitória “sem espinhas” à Geral e no Grupo Sport. Aos comandos de um Mitsubishi Carisma GT, Carlos Fernandes e Luís Boiça dominaram quase por inteiro a 5ª edição do Templários Rally Classic, com o piloto sintrense a vencer as 5 especiais diurnas do programa, sendo apenas suplantados no curto traçado urbano da super especial noturna.
A dupla Nuno Pinto/João Jardim Pereira (Citroen C3 Rally2 terminou no segundo posto e venceu o Grupo Open. Por seu lado, Gonçalo Figueiroa e Gonçalo Cunha impuseram o seu Ford Escort MKII entre os Históricos.
55 equipas responderam ao desafio lançado pelo Motor Clube de Tomar, estabelecendo, nesta 5ª edição do Templários Rally Classic, um novo recorde de participantes na prova. Distribuídas pelos grupos Open, Sport, Históricos e Show, trouxeram até à cidade templária exemplares de fino recorte que honram o pergaminho de seis décadas de história nos ralis internacionais.
Pela frente, o plantel tinha duas etapas, com a tirada inaugural de sábado a incluir 3 passagens por Porto de Cavaleiros (9,54 Km) e uma dupla aparição nos 1940 metros da super especial noturna desenhada no coração da cidade de Tomar.
A história competitiva do rali conta a saga vitoriosa de Carlos Fernandes. O consagrado e talentoso piloto de Sintra voltou a provar porque é considerado um dos mais rápidos e completos pilotos de ralis em Portugal. Acompanhado por Luís Boiça, dominou desde o primeiro quilómetro a prova. Na etapa inicial, fez o pleno nas três passagens por Porto de Cavaleiros, sendo apenas contrariado na super especial de fecho da jornada inaugural, sem que tal fizesse muita mossa à sua supremacia. Conclui a 1ª etapa com 10,1 segundos de vantagem sobre os segundos colocados.
No domingo, os 7,48 km de Brazões tinham total destaque. Duas passagens pelo troço assumiam a totalidade do percurso contra o cronómetro desta etapa final, antes do regresso definitivo à Várzea Grande, em Tomar.
Carlos Fernandes voltou a não dar veleidades à oposição e “limpou” a tabela de tempos nas duas classificativas, aumentando assim para 5 o número de vitórias em especiais, fazendo ainda crescer a sua vantagem para os mais diretos opositores para uns significativos 44,5 segundos, regressando a Tomar, para festejar uma justa vitória no Templários Rally Classic!
Aos comandos de um Citroen C3 Rally2 da Sports & You, Nuno Pinto e João Jardim Pereira demoraram um pouco a aquecer, utilizando a primeira especial do rali para se adaptarem ao potente carro francês, mas saltaram para o 2º posto da geral logo na passagem seguinte por Porto de Cavaleiros, lograram desfeitear Carlos Fernandes na dupla passagem pela super especial noturna em Tomar, mas sem nunca parecer poderem vir a suplantar o líder. Na 2ª etapa, Nuno Pinto conseguiu gerir o avanço sobre os perseguidores que ambicionavam o 2º posto, apesar de terem enfrentado alguns problemas no carro francês. O pódio alcançado foi um justo prémio para a sua excelente exibição.
Logo atrás, a fechar o Top 3, encontrámos outro dos nomes que já fazem parte do “Olimpo” dos ralis nacionais. Paulo Antunes continua numa forma notável. O piloto e “patrão” da PT Racing, acompanhado em Tomar por Paulo Amorim, foi sublime aos comandos de um Peugeot 208 Rally4, conquistado com todo o mérito o 3º lugar absoluto, sendo ainda melhor entre todos quantos utilizaram carros com duas rodas motrizes.
Mas, a refrega pelo terceiro lugar foi intensa e, a atestar tal facto, está a presença de Nuno Carreira e Danny Carreira no 4º lugar, a apenas 1,7 segundos da dupla da PT Racing, mercê do ritmo fortíssimo que imprimiram ao seu Renault Clio Rally3.
Paulo Carvalheiro e Dércio Carvalheiro levaram o imponente Porsche 991 GT3 Cup da Paulcar ao 5º posto da geral, após uma exibição muito consistente e onde lutaram até ao fim pelo pódio absoluto, ficando a escassos 5,1 segundos do 3º posto e a 3,4 do 4º lugar, resultado de grande nível para o piloto e mecenas do evento.
O vencedor da edição anterior do rali, disputada em 2022, não teve a sorte pelo seu lado. António Cruz Monteiro nunca entrou no ritmo dos da frente, a braços com alguns problemas no seu Peugeot 208 T16 R5. Navegado pela sua irmã Ana, o piloto do Grupo Nov/LPM foi, mesmo assim, recuperando algumas posições, concluindo no 6º lugar.
A sétima posição foi para o endiabrado Diogo Mil-Homens, que continua a fazer “milagres” com o seu Toyota Starlet 1.3. Com Pedro Oliveira a ditar notas, Mil-Homens lutou taco-a-taco com carros muito mais potentes e o resultado alcançado é mais uma prova do seu enorme talento.
Ricardo Domingos, o líder da Domingos Sport, voltou a sentar-se atrás do volante de um dos carros da equipa que lidera. Desta feita, foi um Renault Clio Rally4 que partilhou com o copiloto António Santos. Entrando na prova com as cautelas de quem quer conhecer o carro, foi melhorando os tempos e foi capaz de entrar no Top 10, reclamando o 8º lugar final.
Logo atrás, encontrámos os vencedores do Grupo Históricos. Gonçalo Figueiroa e Gonçalo Cunha andaram sempre muito forte e, para além da vitória no grupo, levaram o Ford Escort MKII da Lisdrive ao 9º posto da geral.
A fechar o Top 10 do rali, encontrámos Mariana Alves e Pedro Cardoso, autores de uma prova sólida e sem erros e onde tiveram no Subaru Impreza um aliado fiável.
Para a memória fica uma edição do Templários Rally Classic marcada pela excelente organização, muito público e um plantel de grande qualidade que elevou o patamar do evento, contribuindo para o seu forte sucesso. A prova do Motor Clube de Tomar assume-se já como uma das boas referências no panorama dos Ralis Legend organizados em Portugal.
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