Ralis, Carlos Magalhães: “Nesta primeira fase já se atingem níveis elevados de sintonia”
Carlos Magalhães vai estar presente no Rali Vinho Madeira, ao lado de Alexandre Camacho, na estreia nacional do Toyota GR Yaris Rally2 em ralis de asfalto. Uma oportunidade que surgiu à última hora para o experiente navegador e mais uma oportunidade de tentar vencer a prova madeirense.
Carlos Magalhães esteve pela primeira vez ao lado de Alexandre Camacho, no primeiro teste desta dupla que vai tentar vencer o Rali Vinho Madeira com um novo carro, o Toyota GR Yaris Rally2. Magalhães explicou como surgiu esta oportunidade:
“Esta oportunidade aparece de um convite que me foi endereçado e eu, estando disponível, aceitei, apesar de estar noutro projeto. As vontades alinharam-se e estou aqui com muito gosto e vontade de ter sucesso”.
A relação piloto / navegador é especial e exige muita sintonia. Numa dupla recém-formada, há sempre pormenores a trabalhar, mas Carlos Magalhães acredita que a base que se criou no teste foi boa o suficiente para garantir todas as hipóteses de sucesso:
“Tem de ser passo a passo. Não somos donos da verdade, nem sabemos tudo. Eu sei das capacidades do Alexandre, tenho experiência de alguns anos e tentamo-nos encaixar da melhor forma. Apesar disso, mesmo no fim da vida, vai haver ainda pormenores a melhorar. É algo gradual, e não acontece num estalar de dedos. Nesta primeira fase já se atingem níveis elevados de sintonia, mas chegar à sintonia perfeita, acho que muito poucos, ou mesmo ninguém chegou. Eu tenho de me habituar às notas do Alexandre, apesar de já as conhecer. Tenho de me adaptar à forma como ele quer as notas e ele tem de se habituar, nem que seja apenas à minha voz”.
Este foi o primeiro teste do Toyota GR Yaris Rally2, na zona de Murça e, do lado do navegador, as diferenças sentidas foram poucas:
“Carro novo, do lado do navegador, faz pouca diferença. É caso para dizer primeiro estranha-se, depois entranha-se. Claro que há novidades que exigem adaptação. Há certos sons, mesmo o motor, que neste caso é uma tecnologia diferente, com três cilindros, por isso até o som é diferente. De resto, do lado do navegador a adaptação é rápida.”
As primeiras sensações do teste foram boas, mas nesta fase há mais dúvidas do que certezas. A falta de referências, sendo um carro novo, faz com que seja difícil de avaliar o verdadeiro potencial do carro:
“Neste momento temos poucas referências. Não sabemos em que ponto estamos. O carro é novo e não temos tempos referências de outros testes, pois é a primeira vez que testamos este carro aqui. Vamos ter uma referência aproximada quando andarmos na Madeira em sítios onde outros já passaram. De resto, estamos ainda na expetativa, mas as primeiras indicações são boas.”
Desafiamos o navegador a fazer uma avaliação do mundo dos ralis e Carlos Magalhães mostrou-se otimista. No entanto, há pormenores que devem ser melhorados:
“Em termos do carro, estamos no bom caminho. O automobilismo acompanha a evolução do automóvel ao longo da história. Há, talvez, do lado da regulamentação e das estruturas a necessidade de melhorias, falar mais com as pessoas. O caminho é o indicado, mas há coisas que devem ser repensadas. Por exemplo, há coisas diferentes para a mesma situação. Temos de chegar a um consenso para melhorar e facilitar certos procedimentos como as verificações administrativas, verificações técnicas e regulamentações. É preciso que tudo isto se torne mais prático e uniforme. A própria estrutura dos ralis por vezes é maçadora, estamos um dia para fazer um shakedown e uma Super Especial. Torna-se muito cansativo para alguém levantar-se muito cedo para fazer um shakedown de manhã e esperar até ao fim do dia para fazer uma Super Especial para no dia seguinte começar o dia cedo de novo. Há pessoas que representam os pilotos e os navegadores nas reuniões, mas não sei se a “Carta chega a Garcia”. Todos os anos é estabelecido um plano base de como os ralis devem ser organizados e há pessoas que querem fazer de maneira diferente. É preciso que todos sigam as mesmas diretrizes para podermos ter um maior nível de uniformização, o que facilita a vida de todos”.
A tecnologia também evolui do lado do navegador e os roadbooks em papel poderão acabar. Isso é também um sinal de que os ralis continuam a evoluir bem:
“No que diz respeito aos navegadores, há muita tecnologia nova que está a ser implementada. O caso dos roadbooks digitais, com projetos que estão a ser desenvolvidos. É utilizar um laptop ou um tablet e estão lá as notas todas dos ralis todos. Claro que há a questão das possíveis falhas. Creio que os ralis estão no bom caminho”.
Este foi o primeiro ensaio do que se pretende que seja uma dupla bem sucedida no Rali Vinho Madeira. Piloto e navegador sabem o que é vencer a prova madeirense e vão determinados em repetir o feito.
Foto: Zoom Motorsport
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