Rali de Castelo Branco marca a retoma: Servir de exemplo
Aproxima-se a data do regresso dos ralis em Portugal e o Rali de Castelo Branco marca a retoma da modalidade. A prova vai para a estrada com um formato renovado para cumprir as novas diretrizes da DGS.
Falta semana e meia para o recomeço do Campeonato de Portugal de Ralis e numa altura em que o calendário da competição ainda não está totalmente oficializado, suspeita-se que com a confirmação recente do Conselho Mundial da FIA, o Rali dos Açores no Europeu de Ralis o Calendário que é conhecido, já não vai mudar. Neste contexto, a 4 e 5 de julho realiza-se o Rali Castelo Branco; 6 a 8 de agosto: Rali Vinho da Madeira; 28 a 30 de agosto: Rali Alto Tâmega; 19 e 20 de setembro: Azores Rallye; 9 e 10 de outubro: Rali Vidreiro; 13 a 15 de novembro: Rali Casinos do Algarve. E cabe à Escuderia Castelo Branco colocar na estrada a primeira prova do CPR, após Fafe, depois de um interregno nos ralis de 126 dias, ou quatro meses e cinco dias.
A prova, que pontua para o Campeonato de Portugal de Ralis, Clássicos, Iniciados, R-GT, R4-KIT, Campeonato Centro de Ralis, Desafio Kumho e para o Challenge R2&You, vai para a estrada entre a tarde de sábado, dia 4 de julho, e domingo, dia 5 de julho. No total, realizam-se sete provas especiais de classificação que perfazem 99,69 quilómetros contra o cronómetro.
De acordo com as diretrizes do Governo, e autoridades de Saúde, o parque de assistência não será acessível ao público, sendo que a prova irá para a estrada sem contemplar zonas onde os espetadores poderão assistir à passagem dos carros. Também devido às medidas de contingência, não haverá lugar à super-especial em Castelo Branco. Para o diretor de prova, Luís Dias, o desafio de concretizar a realização do Rali de Castelo Branco nestas condições é muito grande. “Tivemos de mudar uma série de procedimentos e criar condições mais restritivas para poder realizar a edição deste ano do Rali de Castelo Branco. Procurámos, juntamente com todas as entidades envolvidas, cumprir, de forma escrupulosa, os requisitos e acreditamos que, com o contributo de todos, vamos ter, certamente, um excelente e emocionante rali”, explicou.
Ni Amorim confiante
Do lado da FPAK o trabalho de casa está todo feito, agora só resta aguardar que no terreno as coisas corram da melhor forma, e a mensagem é simples: todos os envolvidos no desporto automóvel têm que seguir à risca as indicações das autoridades de saúde para que as aberturas de telejornais com casos como os da festa de Lagos, ou dos ajuntamentos na praia de Carcavelos ou nas docas em Lisboa, sejam a antítese do que se passar em Castelo Branco e para isso quem lá estiver tem de cumprir uma regra muito simples: distanciamento social para evitar eventual propagação do vírus.
Para Ni Amorim, o trabalho está feito, resta que todos o cumpram: “Estou muito satisfeito por os ralis estarem de volta, é uma responsabilidade muito grande esta primeira prova porque vai ter tudo que correr muito bem, para servir de exemplo para as seguintes provas, e para que não haja nenhuma entidade que nos venha a penalizar ou que nos venha a apontar o que quer que seja para o futuro. Portanto é uma prova de prova de responsabilidades redobradas, eu diria.
Estou obviamente satisfeito por haver provas de estrada novamente, iniciámos na passada semana uma prova de circuito, as 24 Horas de Portimão, que correu muito bem, tenho a certeza que os homens da Escuderia Castelo Branco vão fazer os possíveis e impossíveis para que se façam cumprir as normas, os planos de segurança e as regras que estão aprovadas pela Direção Geral de Saúde, isso é importantíssimo, e que as autoridades atuem se tiverem que atuar, porque temos que ter um rali realmente seguro para continuarmos a ter confiança do governo nesta nossa modalidade que é o desporto automóvel” começou por dizer Ni Amorim que aproveitou ainda para sensibilizar todos relativamente aos cuidados que há a ter neste período que se aproxima: “Eu tenho-me multiplicado em declarações nos últimos meses e todos sabem o que eu penso: todos temos que ser muito responsáveis, temos que estar todos unidos, remar para o mesmo lado, temos que ajudar, pois a organização não pode fazer tudo. Temos que ter público, pilotos, mecânicos, todos os agentes intervenientes neste desporto têm que dar o seu contributo. Temos que ter bom senso. Todos sabemos o que temos de fazer, está tudo explicado, sabemos como temos que entrar num super-mercado nos transportes públicos, como nos devemos comportar num restaurante com as novas regras, portanto eu acho que não iria fazer sentido nenhum atropelar o que quer que seja, agora. Todos vão estar preparados para ajudar, intervir, respeitando as competências da federação e do clube, mas os oficiais de provas estão instruídos no sentido de colaborarem e de facilitarem os trabalhos do clube, e no sentido de fiscalizar o que houver para fiscalizar, e depois compete às autoridades policiais fazer o seu papel porque são provas em via pública, e as regras da via pública são definidas e já não é a FPAK que tem que intervir é naturalmente quem tem competência para isso”, concluiu.
Entretanto, já várias equipas voltaram à estrada para testes de preparação para o Rali de Castelo Branco, mas disso falaremos na próxima edição do Autosport, quando voltarmos a apresentar o campeonato, incluindo o que se passou em Fafe.