Q&A, Armindo Araújo: “O Meeke é praticamente inalcançável pelos pilotos portugueses”
A dupla Armindo Araújo/Luís Ramalho, no Skoda Fabia RS Rally2 da The Racing Factory, foi quem mais perto rodou de Kris Meeke e do Hyundai i20 N Rally2 no Rali Serras de Fafe, Felgueiras, Boticas e Cabeceiras de Basto, no arranque do Campeonato de Portugal de Ralis.
Na prova em que há um ano sofreu um aparatoso acidente no troço de Boticas/Senhor do Monte, o piloto de Santo Tirso esteve ao seu melhor nível, confessando, até, que conseguiu passar “a fundo” no referido local. Contudo, e analisando os andamentos nesta primeira jornada da época, Armindo Araújo tem a certeza de que o piloto britânico vai continuar a não permitir veleidades aos pilotos portugueses do CPR…
Depois da exibição em Fafe, na abertura da época, pode dizer-se que o Armindo Araújo já domina na perfeição o Fabia RS? Em 2023 a mudança exigiu adaptação, mas já só havia ralis de asfalto quando o carro foi estreado…
“Sim, é verdade que a nossa adaptação ao Skoda RS está a decorrer bastante bem. O ano passado percebemos como o carro funcionava no asfalto e isso traduziu-se em bons resultados. Agora, na abertura da época, acho que fizemos uma boa prova, revelando maturidade e o carro esteve 100 por cento fiável. Embora eu ainda tenha mais para explorar dele, porque considero não somar ainda quilómetros suficientes para andar a um ritmo superior sem correr riscos, considero que a base é muito boa, o que permitiu fazer agora um rali muito positivo”.
Nesta edição do Rali Serras de Fafe, Felgueiras, Boticas e Cabeceiras de Basto levantou o pé quando passou na lomba do local do acidente sofrido em 2023?
“Essa é um tema com o qual fui confrontado várias vezes e, sinceramente, fiz todos os possíveis para passar no local do acidente completamente a fundo, como as ‘notas’ o pediam. É uma questão que pode ser confirmada pelos dados da telemetria. Esse detalhe psicológico que poderia ter surgido não se confirmou e passei a fundo no local em que também deveria ter passado… a fundo em 2023, mas, infelizmente, uma avaria mecânica nessa altura fez com que as coisas tivessem resultado de forma diferente…”
Já se viu que o Kris Meeke é praticamente inalcançável para os pilotos portugueses do CPR…
“Sim, eu digo isso desde o primeiro dia que ele veio competir no CPR. O Kris Meeke é um excelente piloto, com uma velocidade fantástica, mas está num patamar diferente dos pilotos portugueses.
Tem estatuto de WRC e trabalha como piloto de testes de um construtor de carros de ralis. Corre em Portugal pela Hyundai, mas é o piloto de testes e de desenvolvimento da Skoda a nível internacional.
Portanto, o Meeke passa a sua vida a conduzir e a correr, dispondo de condições únicas para tal.
É pago para isso e não tem qualquer tipo de responsabilidades ou de preocupações.
Vive num mundo, em termos de competição, diferente do nosso.
Cá, em Portugal, os pilotos testam pouco, devido aos orçamentos baixos, e fazem apenas as provas do CPR, além de pequenos testes. Em suma, são realidades muitos díspares. Temos que viver com elas e é o que é… O Kris Meeke fez agora uma excelente prova e vai continuar a fazê-las no futuro”.
Com um adversário tão forte na corrida ao título no CPR, o que há a fazer por parte de quem aspira a vencer o oitavo campeonato?
“Nunca baixar os braços, lutar sempre e acreditar sempre, dando sempre o nosso melhor!”
A participação no Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM|48 ajuda o Armindo Araújo a manter-se em forma e ainda mais enérgico no CPR?
“Sim, sem dúvida. Quanto tempo e mais quilómetros pudermos fazer em qualquer tipo de carro de competição, melhor, e é isso que vamos aproveitar. Felizmente o ano passado e este estou com um programa duplo, o que me permite estar a correr basicamente o dobro do tempo que estaria se não fizesse o campeonato de todo-o-terreno. Acho que é sempre positivo estar em competição ao comando de qualquer carro. É uma boa aposta para me tornar ainda mais competitivo”.
FONTE: Campeonato de Portugal de Ralis
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