Nacional de Ralis arranca num ‘limbo’…
O ano passado o CNR surpreendeu pelo número de R5, mas este ano a questão está mais virada para a… qualidade. São menos, mas melhores, especialmente se alguns projetos que andam no ‘ar’ se concretizarem. Se…
Foram doze o número de R5 que estiveram precisamente há um ano no Rali Serras de Fafe, prova que marcou o arranque do Nacional de Ralis. Mas tal como se previa, alguns dos projetos não tinham a ‘consistência’ necessária, e apesar das três primeiras provas terem ficado marcadas por três vencedores diferentes, só um deles deu sequência ao seu trabalho e… acabou Campeão. Foi o caso de José Pedro Fontes. Volvidos doze meses, as coisas estão um pouco diferentes, fruto da saída de pilotos com carros importantes, por exemplo Fernando Peres e o seu Ford Fiesta R5, mas essa diferença suporta-se mais no facto de haver projetos interessantes na calha, que no entanto ainda não estão totalmente garantidos, e isso pode fazer muita diferença ao CNR.
A grande novidade é para já a entrada de um novo carro na nossa principal competição de estrada, o novo Hyundai i20 R5, que Manuel Castro adquiriu à Hyundai Motorsport, que será uma estreia absoluta no nosso país. Manuel Castro já testou o carro e sendo um piloto rápido, caso a adaptação seja, também ela, rápida, pode contar-se com ele para os lugares cimeiros, pelo menos dentro de algumas provas.
Mas mais importante que a quantidade de R5 presentes no campeonato é a qualidade dos projetos e nesse particular as coisas configuram-se para ficar bem melhores… ou não! Está confirmada a presença do campeão Nacional em título, José Pedro Fontes, que volta a correr com o seu habitual DS3 R5 e regressa para lutar pelas vitórias e títulos: “O objetivo é revalidar o título. Vamos para todos os ralis para ganhar. Claro que isso nem sempre é possível, mas é sempre esse o espírito”. Já Pedro Meireles (Skoda Fabia R5), é a primeira grande dúvida do CNR. Tem sido um dos protagonistas principais do CNR, mas ainda não tem garantida a presença em todas as provas da temporada: “Sei que vou a Fafe, para não ‘perder o comboio’, mas ainda não tenho uma resposta dos patrocinadores para fazer a época toda, um conjunto de provas ou seja o que for”, disse.
Já Miguel Barbosa (Skoda Fabia R5) entra no seu segundo ano de projeto, e depois da boa prestação de 2016, quer ainda mais: “Vamos continuar a evolução que fizemos em 2016. Estou preparado para alguns dissabores ao longo da época porque acho que faz parte desta aprendizagem e, em 2016, isso não aconteceu. Obviamente que sabemos que estamos mais rápidos, estamos cada vez mais próximos dos nossos adversários, mas sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer”, diz Miguel Barbosa.
O mesmo se pode dizer de Carlos Vieira (Citroën DS3 R5) que já provou poder andar na frente das provas do CNR. Se conseguir ser consistente, sem excessos, rapidez não lhe falta: “Sinto-me mais experiente. Estou naturalmente mais à vontade em ralis mais curtos, mas tenho a noção de que tenho condições para terminar entre os três primeiros do campeonato. Estou na expetativa de fazer o melhor possível esta temporada”, considera o piloto.
João Barros (Ford Fiesta R5) regressa este ano a tempo inteiro para tentar ser Campeão. Depois de uma época aos ‘soluços’ quanto a participações, este ano é para vencer. Elias Barros (Ford Fiesta R5) está cada vez melhor piloto e apesar de ser um gentleman driver, tem realizado prestações que nos fazem esquecer essa imagem, e já tem andado a lutar por posições dentro do top 5 com consistência, sendo por isso provável que este ano repita, ou mesmo melhore, as suas prestações. Joaquim Alves (Ford Fiesta R5) volta a correr com a ARC Sport, e a tentar elevar o bom nível que já mostrou o ano passado, a espaços. Diogo Salvi (Skoda Fabia R5) vai ter Nuno Rodrigues da Silva ao lado, mas a dupla só vai realizar quatro provas de terra do CNR, e provavelmente mais uma ou outra prova internacional, nomeadamente em Espanha.
Grandes dúvidas
Ricardo Moura (Ford Fiesta R5) vai estar em Fafe, mas o que aocntece daí para a frente é uma incógnita. Quanto a Miguel Campos, o caso é um pouco diferente, pois está praticamente garantido que vai correr no CNR – mas não em Fafe – ficando por saber quantas provas conseguirá fazer e se começa já em Castelo Branco. O carro está para já no segredo dos deuses, e pode não ser um Skoda Fabia R5 igual ao que correu o ano passado: “Só devemos arrancar noutro rali mais à frente e tudo vai depender duma negociação com um patrocinador que fará inclinar para uma determinada marca e o objetivo passa por lutar pelos três primeiros lugares das provas em que participar”, disse Miguel Campos. De resto, destaque ainda para a presença de Hugo Mesquita em Fafe com o Skoda Fabia S2000 de Manuel Castro.
Grupo N e 2WD
Este ano há três grandes pilotos que decidiram dar um passo atrás e com isso podem bem dar o tiro de partida para que o Grupo N seja bem mais competitivo do que tem sido, ainda que Ricardo Teodósio, que vai correr em Fafe de Mitsubishi de Produção, tem a ambição de voltar a alinhar com um R5: “O que está em cima da mesa de momento é competir no Nacional de Ralis, ou com um Grupo N, como vou fazer em Fafe, ou com um R5. Tudo depende. Certo é que vou a Fafe, de Grupo N, e se puder faço um programa idêntico ou mais ambicioso se tiver meios. Caso contrário penso seriamente em deixar os ralis”, acrescenta Ricardo Teodósio.
Carlos Martins vai voltar a correr de Mitsubishi Lancer Evo X e o mesmo deve suceder com Fernando Peres, que para já arranca somente na nova Taça FPAK de Terra. Para além disso, falam-se (nomes a confirmar) de José Mendes (Mitsubishi Lancer Evo IX), Pedro Sá (Mitsubishi Lancer Evo IX), Vitor Ribeiro (Mitsubishi Lancer Evo IX), Manuel Inácio (Subaru Impreza). Quanto aos Porsche 911, Adruzilo Lopes e Vítor Pascoal são certos, mas pode haver outra boa novidade.
Nas duas rodas motrizes, ‘foi-se’ o Campeão, e provavelmente regressa a competitividade, pois Diogo Gago, com a sua classe tinha o efeito eucalipto de secar tudo à sua volta. Assim sendo, Gil Antunes (Renault Clio R3T) e Paulo Neto (Citroen DS3 R3T Max) surgem na linha da frente para a luta dos 2WD, numa categoria que há ainda outros bons nomes. Por exemplo, Daniel Nunes (Peugeot 208 R2), Aloíso Monteiro (Renault Clio R3T), Pedro Antunes (Peugeot 208 R2), Paulo Moreira (Peugeot 208 R2), Marcos Reis (Skoda Fabia R2), Miguel Carvalho (Citroen C2 R2), Manuel Pinto (Fiat Punto R3D), Rafael Cardeira (Renault Twingo R1), Ricardo Roda (Citroen C2 R2), Filipe Nogueira (Citroen C2 R2), Filipa Sanguedo (Opel Adam R2) e Joana Barbosa (Ford Fiesta R2).
Regresso do Rali de Portugal
O Nacional de Ralis tem este ano uma interessante novidade em termos de calendário, já que regressa o Rali de Portugal, mas com uma nuance interessante, é que das três principais provas, os Açores, Madeira e Rali de Portugal, os pilotos têm que escolher duas para pontuar para o campeonato: “Acho que foi uma das boas decisões que se tomou. O Rali de Portugal nunca devia ter saído do campeonato nacional. Acho que não faz sentido não fazer parte, além de que dá um retorno e visibilidade aos nossos patrocinadores incomparável”, disse José Pedro Fontes. De resto, há outro pormenor curioso, pois os pilotos que optarem pelo Rali Vinho Madeira, vão ter um CNR com cinco provas de asfalto e três de terra, e só os que optarem pelos Açores e Rali de Portugal, terão um CNR bem dividido entre terra e asfalto.
Está, portanto, tudo preparado para uma boa competição, mas a balança pode pender para o lado negativo caso os projetos que estão num limbo não avancem.
CALENDÁRIO
18 a 19 Fevereiro Rali Serras de Fafe
11 a 12 Março Rali de Castelo Branco
30 Mar a 1 Abril Rali Azores Airlines
21 a 22 Abril Rali Casino Espinho
18 a 21 Maio Vodafone Rali de Portugal
9 a 10 Junho Rali Vidreiro/Centro de Portugal
3 a 5 Agosto Rali Vinho Madeira
22 a 23 Setembro Rali de Mortágua
4 a 5 Novembro Rali Casinos do Algarve
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