CPR, Ricardo Teodósio, erros e lições: estratégia de pneus ‘penalizou’…

Ricardo Teodósio e José Teixeira não tiveram o Rali Casinos do Algarve que pretendiam, terminando a prova no quinto lugar. Foi mais um rali de aprendizagem do seu novo Toyota GR Yaris Rally2, estiveram confortaveis com o carro, mas algumas más escolhas de pneus acabou por penalizar a dupla em termos de desempenho.

Ainda assim, mais um bom teste, com mais quilómetros acumulados e uma crescente sintonia com a nova máquina.

“Estamos felizes por ter terminado a corrida. O resultado não foi o esperado, mas acabámos por ter um desempenho positivo apesar de termos sofrido muito na hora de escolher os pneus. Esta é uma temporada com muitas novidades e que requer muitas adaptações. Estamos a dar o nosso melhor e por isso somar o máximo de pontos vai ser decisivo na parte final da temporada.” explicou Ricardo Teodósio, antes de deixar umas palavras para a jovem dupla Gonçalo Henriques e Inês Veiga: “É muito bom sentir que o projeto apoiado pela FPAK está a dar frutos. O Gonçalo e a Inês são muito trabalhadores e merecem este pódio. Sangue jovem no campeonato é necessário e este resultado é muito importante para a modalidade.”

Já José Teixeira, por seu lado, destaca o apoio incondicional dos adeptos: “No Algarve estamos em casa, mas neste rali o apoio foi ainda mais incrível. Colocámos o ritmo possível e acredito que todos foram para casa felizes com uma prova bem disputada e animada! Vamos tentar fazer mais e melhor no Rali Terras de Aboboreira”

Q&A, Ricardo Teodósio: “um recado para a FPAK: o Gonçalo está bem no CPR, mas o Gonçalo devia ir para fora…”

Ricardo, não foi a prova que querias, como é que foi?

“Sabes que isto às vezes quando optamos por coisas diferentes dos outros, às vezes as coisas ficam piores para nós, foi o que sucedeu, mas pronto, isto é uma aprendizagem. Estamos a fazer um trabalho em desenvolvimento com uma marca nova no mercado, fizemos a escolha de pneus, que não foi a mais correta, devíamos ter experimentado um pneu mais duro da Hancook, e não experimentamos porque pensamos que ia ser muito duro, mas foi um erro e como não o experimentámos, prejudicámos o nosso desempenho no rali.

O que sucedeu?

“Ficamos sem pneus no troço grande, com a traseira muito solta, até nem sei se não teria algo na traseira atrás do lado direito com alguma suspensão, alguma perca porque o carro mudou nas curvas para a esquerda. Até pensei que íamos furados atrás do lado direito. Mas pronto, tentei ir sempre com uma toada rápida, nas curvas para a direita, atacava o máximo, nas curvas para a esquerda defendia-me, Mas depois percebi que algo estava mal, não era um pneu furado. Viemos a fundo com tudo o que tínhamos…”

Apesar do resultado não ter sido o que tu querias, fica a aprendizagem, já estás a começar a conhecer as ‘manhas’ ao carro….

“É isso! É carro novo, pneus novos, é um acumulado de coisas. Temos que acumular quilómetros, bom era amanhã fazer já um teste com pneus duros porque agora isto de pneu para pneu, o setup muda, isto não é nada igual.

A gente vai de Hankook, ou outra marca qualquer, é diferente, não é igual, e temos que trabalhar o carro para este pneu, e é isso que temos de fazer. Se nós temos decidido levar o pneu duro, que ainda não tínhamos andado com ele, era outra coisa, mas pronto foi um erro, que funciona como aprendizagem”

Os pisos da Aboboreira são muito mais escorregadios e macios, que no Algarve, aí será mais fácil…

“Sim, acho que Aboboreira será este pneu que usamos de manhã, também levamos o composto mais mole, e de tarde levámos o intermédio. Acho que devíamos ter escolhido o intermédio da parte da manhã, e da parte da tarde o duro, mas lá está, agora já sabemos, já aprendemos… Tenho quase 50 anos e estou sempre a aprender!”

O Gonçalo fez uma excelente prova…

“Sim, o Gonçalo fez-lhe uma excelente prova, parabéns a ele à Inês, terceiro geral é muito bom para o primeiro rali com um Rally2: um recado para a FPAK: o Gonçalo está bem aqui no CPR, mas o Gonçalo devia ir para fora, não era ficar aqui. O Gonçalo devia agarrar num Rally4 ir para o Campeonato do Mundo, ou um Campeonato da Europa.

Crescer mais como piloto, que é um excelente piloto, e tentar levar o português para o Campeonato do Mundo como já esteve o Armindo (Araújo). Eu acho que isso devia ser feito esse acompanhamento aos pilotos bons nacionais fazerem aqui nacional e daqui seguiram para o campeonato da Europa e daí para o Campeonato do Mundo. Ter alguém no Campeonato do Mundo português, em condições, porque nós temos capacidade para isso.”