CPR, Rally Serras de Fafe-Felgueiras-Cabreira e Boticas: Triunfo dominador de Armindo Araújo

Por a 14 Março 2022 10:55

Armindo Araújo venceu a prova de abertura do CPR, fruto de um rali perfeito, em que deixou toda a concorrência a ‘milhas’. Miguel Correia esteve brilhante e foi segundo, com Bruno Magalhães a fechar o pódio.

O CPR 2022 arrancou com uma prova muito complicada para todos, num rali em que a muita chuva que assolou o Minho no sábado, levou a que o rali fosse muito complicado para toda a caravana com dois troços a ter que ser anulados devido a questões de segurança da ‘caravana’.

Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia Rally2 Evo) venceram com grande avanço uma prova em que começaram por ‘arrepiar caminho’ logo na qualificação. O facto de terem sido terceiros foi importante e quando os dois homens à sua frente escolheram posições mais atrás, Armindo Araújo optou por partir em segundo, e quando viu Nil Solans escolher sair à sua frente, ficaram reunidas todas as condições para um grande rali. Era importante ter um piloto rápido à sua frente!

A escolha do português admirou inclusivamente os adversários. Quando Armindo Araújo escolheu a segunda posição e um deles perguntou se “vai chover assim tanto”, percebeu-se logo ali que provavelmente, neste complexo jogo de xadrez, esta era uma jogada de mestre. E isso comprovou-se no dia seguinte.

Contudo, e sendo verdade que face aos pisos com que os diversos concorrentes se depararam a cada momento das suas passagens e sendo também verdade que quanto mais à frente na estrada, menos difícil era rodar com aquela intempérie, a verdade é que este foi daqueles dias em que, quer chovesse ‘canivetes’ ou estivessem 30º e os melhores pisos secos que há memória em Fafe, seria sempre Armindo Araújo a vencer este rali do CPR, pois a forma como encarou esta prova, desde a preparação e afinação do carro, à motivação e confiança como entrou nos troços, foi tão grande, que dificilmente seria batido. As margens é que seriam eventualmente diferentes…

Foi curioso ouvi-lo dizer-nos que a derrota de Mortágua 2021 pesou, e esse foi só mais um aspecto mental que foi convertido em algo positivo, pois o piloto de Santo Tirso transformou esse momento em mais um fator de motivação, a ajudar neste arranque de campeonato. Depois, venceu os troços todos, o primeiro de sábado com…27.5s para o segundo, a PE3, com 21.4s, PE5, 31.2s. A menor diferença à tarde foi 19.4s para o segundo melhor em cada troço, a maior, 38.2s. Por aqui se vê a diferença de ser segundo na estrada, aliada a um pilotagem absolutamente exemplar, que lhe permitiu ainda manter-se na luta pelos lugares do pódio no ERC, mesmo não sendo esse o seu foco.

Armindo Araújo terminou a prova do CPR com 4m04.9s de avanço para Miguel Correia/Jorge Carvalho (Skoda Fabia Rally2 Evo), com o piloto a obter o melhor resultado da sua carreira no CPR.

Se repararmos na ordem de partida de sábado, Armindo foi segundo, Miguel Correia, sétimo, com Ricardo Teodósio, Bruno Magalhães e José Pedro Fontes a arrancarem entre as posições 11 e 13.

A grande prestação que Miguel Correia teve, aliado ao facto de apanhar condições um pouco melhores que os restantes candidatos aos lugares da frente foi decisiva. Mais uma vez, um grande pilotagem aliado a condições menos más que os adversários.

Na PE3, Correia passou para o segundo lugar por troca com Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Hyundai i20 N Rally2) e no troço seguinte, Luílhas ‘deu’, 52.5s a Bruno Magalhães colocando a margem entre ambos em 33.5s. Estes foram os momentos decisivos que escalonaram a classificação do CPR na frente da tabela.

Claro que pelo meio houve avanços e recuos, mas o essencial, estava definido, porque ali todos se defendiam das inclementes condições resultantes da muita chuva que caiu ao longo de todo o dia. Foi um rali essencialmente de sobrevivência e ninguém sequer mencionou a palavra ‘ataque’.

Com este resultado, Miguel Correia subiu mais um degrau na sua ascensão como piloto no CPR.

Rali muito difícil

Bruno Magalhães terminou em terceiro a 4m31.7s do vencedor. Uma margem absurda, resultante de três coisas: grande andamento de Armindo Araújo, um posição na estrada verdadeiramente má, e uma má afinação de suspensão, demasiado dura para o estado dos troços. Impossível ter confiança no carro com aqueles pisos. O menos mau foi mesmo o resultado, terceiro lugar. Não há nada de normal em perder 52.5s para Miguel Correia em 11.86 Km (Luílhas) sem ter tido problemas.

No domingo, já sem CPR, subiram ao sexto lugar da geral do ERC, terminando como segunda melhor equipa lusa.

De José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroën C3 Rally2) pode dizer-se basicamente o mesmo: uma má escolha de pneus de manhã, atrasou-os, uma saída de estrada fez o resto da diferença. O resto do rali foi de sobrevivência como todos na caravana. Era entrar para os troços e esperar sair deles sempre com o carro na estrada. Terminaram em quarto no CPR, e no 8º lugar da geral do ERC.

Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 Evo) terminaram em quinto do CPR e em 11º no final do ERC. Não foi o melhor rali para regressarem, mas isso não se controla. Geriram o andamento e obtiveram um bom resultado.

Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2) tiveram uma má estreia pela Hyundai. Uma transmissão traseira partida na manhã de sábado colocou-os rapidamente a andar para trás. No fim da manhã estavam a quase 5 minutos do líder, em sexto, posição que mantiveram até ao fim do CPR, sem nada poder fazer. No domingo as coisas melhoraram, e aproveitaram para testar para o Azores Rallye.

Pedro Meireles/Pedro Alves (Hyundai i20 N Rally2) terminaram em sétimo na sua estreia com o Hyundai.

Como se calcula, não foi o cenário ideal para uma estreia sem conhecer o carro, pelo que o objetivo de conseguir chegar ao fim da prova foi conseguido.

Instinto de sobrevivência

Paulo Neto/Vitor Hugo (Skoda Fabia Rally2 evo) foram oitavos do CPR, e com a ordem em que rodava na estrada, 40 carros atrás dos nossos adversários diretos do CPR, pouco podia fazer. Limitou-se a levar o carro até ao fim.

O jovem Lucas Simões, que tem a seu lado Nuno Almeida (Hyundai i20 R5) terminou num positivo nono lugar no CPR, e será curioso se insere em termos de andamento quando tivermos uma prova ‘normal’.

Manuel Castro e Ricardo Cunha (Škoda Fabia R5) fecharam o top 10. Teve problemas no carro logo a abrir a manhã de sábado, e teve uma prova ainda mais complicada.

No CPR, entre os 4X4 terminaram ainda Paulo Caldeira e Ana Gonçalves (Citroën C3 Rally2). Ricardo Filipe/Fernando Almeida (Ford Fiesta R5) desistiram logo na PE2 com problemas no carro.

Daniel Nunes/Nuno Mota Ribeiro (Ford Fiesta Rally 3) deram um toque na super especial e na assistência de sábado de manhã confirmou-se que não poderiam continuar, pois tinham a suspensão danificada. Foi pena, pois com o virtuosismo do piloto, poderia ter alcançado um bom resultado num rali com troços muito difíceis. Foi pena. Numa super especial não se ganha nada e pode perder-se tudo. Foi o caso.

Gil Antunes/Alexandre Ramos desistiram na PE7 com problemas na bomba de combustível do Dacia Sandero R4. Eram nonos do CPR. O CPR prossegue dentro de duas semanas no Açores, com o Azores Rallye.

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