CPR/Rali da Água-CIM Alto Tâmega: A decisão do título?
Realiza-se no próximo fim de semana o Rali da Água-CIM Alto Tâmega, prova que pode decidir o novo Campeão. A probabilidade é forte, e Armindo Araújo tem tudo do seu lado. Já quanto ao possível vencedor do rali, há vários candidatos…
Está a caminhar para o seu término o Campeonato de Portugal de Ralis que se pode decidir mais cedo em muito tempo. Este ano, entre os azares dos homens da Hyundai, o menos andamento de José Pedro Fontes na terra, tem sido Miguel Correia o principal ‘perseguidor’ de Armindo Araújo, que ao contrário dos outros anos, manteve sempre uma grande regularidade, aliada a um andamento sempre muito forte, que lhe permitiram um conjunto de resultados que são agora, e já há algum tempo para cá, muito difíceis de contrariar.
Até aqui, nas seis provas realizadas, cinco vencedores distintos. O único que ‘bisou’ foi Armindo Araújo e o único do top5 do campeonato que ainda não venceu, foi Bruno Magalhães, mas já merecia, basta ver por exemplo a exibição que teve na Madeira, quando liderava o CPR a três troços do fim com 11.6s de avanço.
Assim, nos dias 2 e 3 de setembro, e com uma organização do CAMI-Motosport, o Rali da Água – CIM Alto Tâmega regressa pelo terceiro ano consecutivo, com um evento que tem este ano algumas novidades, especialmente em termos de provas especiais de classificação, nomeadamente a PEC Carvalhelhos/Boticas, com mais de metade do traçado totalmente novo.
O evento tem também uma Super Especial que foi desenhada, está agora mais compacta, permitindo ao público seguir mais de perto as emoções, sendo que o CAMI tem preparado algumas surpresas no final da Super Especial, com demonstrações de outro tipo de viaturas.
Para além do Campeonato de Portugal de Ralis, o Rali da Água-CIM Alto Tâmega pontua também para os Campeonatos de Portugal de Ralis GT, Clássicos, Júnior, 2 Rodas Motrizes, Kia Rally Cup, FPAK Junior Team e ainda Campeonato FPAK Promo de Ralis, sendo que o CAMI, sabendo que que tem sucedido nesta competição noutras provas do CPR, uma espécie de ‘boicote’ vai fazer com que os concorrentes dos Promo disputem a Super Especial antes do CPR, permitindo uma visibilidade acrescida.
Para além disso, o CAMI – Motorsport, de forma a ir ao encontro das expectativas dos concorrentes desta competição, tem previsto um Pódio exclusivo, além de entrevistas e transmissões televisivas, proporcionando às equipas o retorno só possível numa prova inserida no CPR.
Duas festas
O mais provável na prova do CAMI no CPR é que sejam duas duplas a fazer a festa. Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia Rally 2 Evo) vão andar forte, mas sem riscos, têm muito menos necessidade de vencer, pelo que serão José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroën C3 Rally2), Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Hyundai I20 N Rally2), Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia Rally2 Evo) e Miguel Correia/Jorge Carvalho (Skoda Fabia Rally2 evo) a querer lutar pelo triunfo.
O menos provável de o conseguir é precisamente este último, Miguel Correia, que precisa de ganhar experiência no asfalto, mas também precisava na terra e já venceu, e luta hoje em dia taco a taco pelos triunfos nos ralis. Motivação para vencer não lhe vai faltar, mas vamos ver como lhe corre o rali.
Há ainda Bernardo Sousa/Victor Calado (Citroën C3 Rally2), quinto no recente Rali Vinho Madeira, também quinto no ano passado no Alto Tâmega.
Os dois candidatos mais ‘evidentes’ a vencer são precisamente os dois últimos vencedores deste evento, Bruno Magalhães e Zé Pedro Fontes. Ricardo Teodósio é forte em qualquer lado e logicamente também pode vencer, mas se estivessem todos no seu máximo, sendo asfalto, apostaríamos mais em José Pedro Fontes e em Bruno Magalhães.
Mas os ralis são como os melões, só depois de abertos se tem uma ideia do que ‘valem’.
Logo atrás há um bom conjunto de duplas que luta pelas melhores posições do top 10.
Título pode decidir-se
Certo é que Armindo Araújo vai para o Rali da Água-CIM Alto Tâmega com fortes hipóteses de chancelar já o seu terceiro título em cinco anos, ainda que vários pilotos ainda possam ser, matematicamente, campeões.
Numa temporada em que tem sido extremamente regular – este é mesmo o seu ano mais regular desde que regressou em 2018 – seria quase necessária uma hecatombe de resultados para que não chegasse ao título. Resumidamente, até pode ser quarto classificado no Alto Tâmega, se vencer a Power Stage, são indiferentes os resultados que façam os seus adversários. Com um lugar no pódio, nem sequer precisa dos pontos da Power Stage. Pode festejar de imediato.
A isto, ainda temos que juntar outros dados, que não têm a ver com a matemática, mas sim com a lei das probabilidades. Quem está em melhores condições de bater Armindo Araújo no campeonato, Miguel Correia, fez dois terceiros lugares nas duas provas de asfalto realizadas, bons resultados, mas muito curtos para poder bater Araújo, caso este tivesse provas muito abaixo do esperado.
Mas como todos bem sabemos, ralis são provas em que muitas vezes sucedem situações inesperadas, há imensos exemplos, e por isso mesmo o melhor é olhar para o decorrer da prova e fazer contas mais em cima da ‘jogada’.
Se a prova correr menos bem a Armindo Araújo, o título decide-se na última prova, na Marinha Grande.
Várias competições em disputa
O Campeonato de Portugal de Ralis GT está com ‘dificuldades’ de arrancar. Em Castelo Branco não houve quórum, o Rali de Viana do Castelo foi adiado, na Madeira não foi lá ninguém, só os locais correram de GT, portanto não há ainda resultados na competição. Vamos ver no Alto Tâmega.
Nos Clássicos, vamos para a 6ª prova do ano, quinto porque Viana do Castelo foi, como já referimos, adiado, Luís Mota venceu dois ralis e comanda destacado com 70 ponto, mais 25 do que Nuno Mateus, que venceu um rali, foi 2º noutros, mas conta com dois abandonos.
José Merceano venceu uma prova , a de Mortágua, mas também conta com dois abandonos e uma ausência. No pouco ou nada frequentado Campeonato Júnior, Gonçalo Fernandes é para já o único com pontos.
O novo FPAK Junior Team arrancou em Castelo Branco, marcou passo em Viana do Castelo e prossegue agora no Alto Tâmega. Rafael Cunha venceu a primeira prova na frente de Gonçalo Henriques e Danny Carreira.
Quanto ao Campeonato FPAK Promo de Ralis esta é a 7ª prova, mais uma vez, Viana do Castelo foi adiado,
2 Rodas Motrizes ao rubro
Nas 2 Rodas Motrizes, a luta entre Ernesto Cunha/Rui Raimundo (Peugeot 208 Rally4) e Ricardo Sousa/Luís Marques (Peugeot 208 Rally 4) está completamente ao rubro, já que apesar de Ernesto Cunha ter 119 pontos face aos 95 de Ricardo Sousa, isto significa unicamente que o piloto da Prolama não tem ‘rede de segurança’ enquanto o piloto da The Racing Factory até pode desistir num dos ralis que faltam e mesmo assim ser campeão.
O abandono de Ricardo Sousa no Rali de Portugal é para já o seu resultado a ‘atirar fora’, enquanto Ernesto Cunha venceu ou foi segundo nas provas todas.
Isto significa que ambos têm o triunfo no campeonato nas suas mãos, depende sempre do que fizerem, e a decisão pode dar-se mesmo com os resultados das duas Power Stage.
José Loureiro/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally 4) são terceiros, com 58 pontos, muito longe dos dois da frente, mas com dois segundos lugares obtidos até aqui.
Pedro Silva/Roberto Santos (Peugeot 208 R2) são quartos, sete pontos atrás de Loureiro, o primeiro com um R2 ao invés de um mais recente Rally4.
Horário
6ª Feira, 2 de setembro
PE1 Alto Tâmega 12.22 km 17:51
PE2 Termas de Chaves 15.94 km 18:29
Service B – Aeródromo de Chaves – 15 Min 19:08
PE3 Super Especial 2.55 km 21:17
Service C – Aeródromo de Chaves – 45 Min 21:39
Sábado, 3 de setembro
PE4 CIM – Alto Tâmega 1 14.54 km 10:27
PE5 Carvalhelhos / Boticas 1 11.93 km 11:32
PE6 Boticas / Vidago 1 12.74 km 12:09
Service E – Aeródromo de Chaves – 30 Min 13:28
PE7 CIM – Alto Tâmega 2 14.54 km 14:30
PE8 Carvalhelhos / Boticas 2 11.93 km 15:35
PE9 Boticas / Vidago 2 [Power Stage] 12.74 km 17:03