CPR 2022: Como foi até aqui o campeonato

Por a 29 Agosto 2022 14:30

O Campeonato de Portugal de Ralis entra na sua fase decisiva. Falam duas provas, é forte a possibilidade do Campeão ficar já decidido, mas não é certo. Recordemos o que de mais importante se passou até com com os principais protagonistas

1º – Armindo Araújo, 142 pontos

Não há, desde que regressou em 2018, exemplo doutro ano em que tenha sido tão regular.

Entrou muito forte no Rally Serras de Fafe, fez um rali perfeito, em que deixou toda a concorrência a ‘milhas’ e venceram com grande avanço uma prova em que começaram por ‘arrepiar caminho’ logo na qualificação. Destacou-se cedo, venceu os troços todos e terminou a prova do CPR com 4m04.9s de avanço para Miguel Correia.

Nos Açores foi na prática, quem ‘mais pontuou’, pois Ricardo Moura fora das contas do CPR, foi um segundo lugar com sabor a vitória.

Na Aboboreira, liderava até furar. Atrasou-se, foi atrás do prejuízo, mas já não conseguiu ir buscar os 1.7s que precisava para vencer.

Terminou em segundo no Rali de Portugal, depois de uma prova com dois furos. Começou bem, liderava, mas surgiu o 1º furo levou-o a cair para 2º, voltando a furar logo no primeiro troço da tarde, tornando impossível lutar pelo triunfo.

Venceu em Castelo Branco, tornando-se o primeiro ‘repetente’ do ano, numa prova com muita luta nos lugares da frente, com boa oposição de José Pedro Fontes e Bruno Magalhães.

As coisas não costumavam correr-lhes muito bem na Madeira, mas desta feita terminou em segundo, e realizou uma nova boa operação de campeonato. Foi a sua melhor exibição na Madeira em muito tempo. Rodou sempre entre os mais rápidos, manteve uma toada forte, não cometeu erros e agora, só falta mesmo terminar o trabalho…

2º – Miguel Correia, 116 pontos

Miguel Correia é a maior surpresa positiva deste CPR, pois nos pisos de terra já roda ‘taco a taco’ com os seus principais adversários, faltando agora o asfalto para se juntar aos pilotos que lutam pelo título.

Os bons resultados começaram logo em Fafe, com Miguel Correia a obter o melhor resultado da sua carreira no CPR, até aí, fruto de uma grande pilotagem em condições muito difíceis, subindo com este resultado mais um degrau na sua ascensão.

No Azores Rallye foi quarto do CPR, um piloto que era um rookie nos Açores, mas que não pareceu nada nesta prova. Andou bem, teve alguns contratempos, mas bateu, por exemplo José Pedro Fontes com quem andou ‘pegado’ quase todo o rali. Para quem só tinha feito esta prova com um R5 em 2019, teve uma prestação notável.

Era fácil perceber que o 1º triunfo estava perto e chegou mesmo no Rali Terras D’ Aboboreira. Miguel Correia estreou-se a vencer no CPR, batendo Armindo Araújo por 2.4s, numa decisão na Power Stage. Um importante marco na sua carreira.

No Rali de Portugal foi terceiro, mais um pódio, o terceiro em quatro provas, e um andamento uns degraus acima do ano passado, consolidando a 2ª posição do campeonato, atrás de Armindo Araújo.

O Rali de Castelo Branco ficou marcado por outro pódio, o que ganha destaque tendo sido no asfalto, onde já andou melhor e ter estado perto da frente, a 6.7s segundos de José Pedro Fontes, à entrada das últimas quatro especiais, mostrou bem a evolução do piloto no alcatrão.

No Rali Vinho Madeira, foi terceiro classificado, num resultado melhor que a exibição. Cauteloso na fase inicial da prova, soltou-se um pouco mais no segundo dia, mas ainda longe do que já faz nos pisos de terra.

3º -José Pedro Fontes, 105 pontos

Como já se calculava, os resultados de José Pedro Fontes melhoraram significativamente na fase de asfalto. Na terra, nem um pódio, no asfalto um triunfo e um 2º lugar. Em Fafe, uma má escolha de pneus e uma saída de estrada atrasou-o, o resto do rali foi de sobrevivência, terminando em quarto no CPR.

Nos Açores, a prova começou logo condicionada com uma falsa partida na qualificação, o que não lhe permitiu ter uma melhor ordem de partida, o que tornou tudo ainda mais complicado. Foi apenas quinto, o seu pior resultado do ano até aqui.

Na Aboboreira foi quarto. A meio do rali já estava a cerca de 30s da frente, e nunca mostrou poder lutar mais à frente.

No Rali de Portugal foi novamente quarto depois duma prova com vários pequenos azares pelo meio. Furou, perdeu 3m40s, mas terminou bem classificado, subindo a terceiro do campeonato.

Em Castelo Branco, Fontes foi segundo e fez o seu melhor rali este ano até aí. Foi o primeiro líder, depois aqui e ali foi cedendo segundos, que acumulados, já não permitiram a recuperação. Como se esperava, no asfalto passou a lutar pelas vitórias e no Rali Vinho Madeira, alcançaram-na com uma bela exibição. Bruno Magalhães liderou a maior parte da prova depois do rali não ter começado bem a Fontes, que cedeu 20s em apenas dois troços, depois o piloto da Citroën andou muito bem e aproveitou o abandono de Magalhães, isto numa altura em que Fontes lhe ganhava tempo em todos os troços até aí realizados no 2º dia de prova.

4º – Bruno Magalhães, 71 pontos

É absolutamente incrível o rol de azares que tem tido este ano o Team Hyundai Portugal.

É verdade que Ricardo Teodósio foi um pouco mais fustigado, mas Bruno Magalhães também teve a sua ‘dose’. Não é normal tanto azar e logo com os dois pilotos.

Em Fafe, Bruno Magalhães terminou em terceiro a 4m31.7s do vencedor: uma má posição na estrada e má afinação de suspensão. O melhor foi mesmo o resultado.

Nos Açores, uma prova em que Bruno Magalhães lutou no passado várias vezes com Ricardo Moura pelo triunfo, desta feita não conseguiu. Foi difícil acertar com as afinações e quando ‘acertava’, isso notava-se logo nos tempos. Não conseguiu melhor que o terceiro lugar, depois de passar o rali a queixar-se da aderência do Hyundai.

Na Aboboreira, foi terceiro, depois duma prova bem melhor que as duas anteriores, mas ainda insuficiente para chegar ao triunfo. O andamento foi melhor que nas duas provas anteriores, terminou o 1º dia na frente, a três troços do fim estava a 7.1s do líder, um andamento já mais consentâneo como o que se sabe ser capaz de fazer.

No Rali de Portugal, um abandono, depois de uma jante partida lhes ter danificado um amortecedor. Liderou a prova no início do dia, mas não conseguiu ir longe.

Em Castelo Branco foi quarto, numa prova que merecia mais. Foi pena o azar que teve na manhã de domingo, depois de no dia anterior terem recuperado a diferença para os líderes, de 7.4s para 2.2s, mas a sua luta acabou quando perdeu 40 segundos na PE9.

Na Madeira, nova frustração! Depois de uma grande exibição, acabou fora de prova quando uma roda se soltou depois de uma peça se partir. Foi o principal dominador da prova, chegando ao fim do primeiro dia com um avanço de 24.8s para Fontes, começando apenas a ceder na manhã do 2º dia, desistindo já na derradeira secção do rali quando ainda tinha mais de 10s de avanço.

5º – Ricardo Teodósio, 52 pontos

Depois de ter sido campeão o ano passado, e obtido dois títulos nos últimos três anos, 2022 tem sido um ano mau. A passagem para a Hyundai não está a correr bem, e só mesmo a vitória no Rali de Portugal salva um pouco a face. O problema não tem sido somente o piloto, pois houve demasiadas questões mecânicas a marcar a época do algarvio.

Em Fafe teve uma má estreia pela Hyundai pois uma transmissão traseira partida na manhã de sábado colocou-os rapidamente a andar para trás. Caíram para sexto a 5 minutos da frente e aí ficaram.

Nos Açores, correu ainda pior, abandonando cedo na prova, pois bateu, arrancando a roda traseira direita e o disco. Na Aboboreira, novo mau resultado, um inglório 13º lugar. Começou bem a prova, mas depois vieram os problemas, com a alavanca da caixa de velocidades, ‘encravada’ em 2ª, e depois um furo, o que o atrasou imenso. Sem o duplo azar, teriam estado na luta pelo triunfo, ou muito perto.

No Rali de Portugal estrearam-se a vencer no CPR com a Hyundai, fruto de uma prova isenta de erros, e em que souberam fugir às armadilhas em que a maioria dos adversários caíram. Foram os únicos que conseguiram manter à parte dos inúmeros furos que teve toda a caravana.

O Rali de Castelo Branco ficou marcado por um grande acidente no último troço, num rali com o azar a abrir e outro a fechar. Na PE1 soltou-se uma braçadeira do intercooler antes do arranque, e o motor ficou sem potência e a perda de tempo foi inevitável, ficando logo ali estragado todo e qualquer eventual bom resultado. Depois bateram forte no último troço.

Na Madeira foi quarto a mais de dois minutos da frente, comprovando-se mais uma vez que este não é o ‘seu’ ano.

Sexto lugar para a frente

Pedro Almeida é sexto no campeonato, os melhores resultados que fez foram dois quintos lugares, vamos ver se até ao fim do ano fica mais perto da frente, mas as coisas não lhe têm corrido bem.

Paulo Neto é o sétimo, tem tido as prestações esperadas. Com altos e baixos, estiveram muito bem nos Açores, curiosamente também não andou mal na Madeira.

Pedro Meireles é oitavo, dois abandonos em cinco provas, mas a ligação ao novo Hyundai i20 N Rally2 já é bem diferente que em Fafe. Lutou com Miguel Correia em Castelo Branco pelo melhor lugar “dos outros”, e não perderam por muito. O carro tem tido alguns problemas, como o de motor na Madeira.

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