Campeonato de Portugal de Ralis arranca em Fafe: New kid on the block…

Por a 8 Março 2023 11:12

Arranca mais uma vez em Fafe o CPR 2023, uma competição que continua em alta, mas que este ano conta com um fator absolutamente inédito, um piloto do WRC a tempo inteiro no CPR: Craig Breen vem para ser campeão, e para elevar o nível e a notoriedade da competição. Mas os habituais favoritos não estão pelos ajustes…

FOTOS AIFA, ZOOM, Go Agency

Vai arrancar o Campeonato de Portugal de Ralis, numa temporada que marca uma quebra com o passado. Pela primeira vez na história da competição, uma equipa nacional, o Team Hyundai Portugal contrata um piloto de topo do WRC para correr a tempo inteiro em Portugal. Uma espécie de ‘All in’.

Depois de ter sido campeã em 2018 com Armindo Araújo a Hyundai manteve-se nos anos seguintes sempre na luta, mas nunca repetiu o feito. Agora, aposta mais alto para concretizar esse objetivo. Craig Breen foi o piloto escolhido, um um piloto que luta, quando tudo lhe corre normalmente, pelos lugares de topo do WRC, e que por isso chega a Portugal com um rótulo de inalcançável para os ‘nossos’ pilotos, mas isso é algo que vai ter que provar na estrada.

Craig Breen

Sem dúvida que Breen será o claro favorito ao triunfo na competição, mas a ‘armada’ lusa tem argumentos para lhe complicar a vida. Acima de todos eles, Armindo Araújo, que renova a sua parceria com a The Racing Factory e vai ter o novo Skoda Fabia RS Rally2, ainda que só no asfalto (é o que está previsto) uma ‘arma’ que se pode revelar importante. Mas há mais.

Ricardo Teodósio vai para a sua segunda época com o Team Hyundai Portugal, e se todos os ‘gremlins’ que se viram em 2022 forem resolvidos, será outro forte candidato ao título, até porque ao lado na ‘garagem’ terá alguém que pretende suplantar. Quem conhece Ricardo Teodósio sabe que vai à ‘guerra’…

O lote de candidatos este ano muda um pouco. Sai um ex-campeão nacional de Ralis, Bruno Magalhães, entra outro, Bernardo Sousa. O madeirense foi Campeão em 2010, e é conhecida a sua rapidez.

Agora mais maduro e experiente, é com o Citroën C3 Rally2 da Sports & You que vai à luta. Parte com o handicap de não disputar o CPR a tempo inteiro há alguns anos, mas em 2021, provou que, quando esse handicap é menor, leia-se rali que os habituais piloto de topo do CPR, não disputaram tantas vezes nos últimos anos, a margem diminui aumentando as do madeirense. Exemplo? Rali de Portugal 2021. Quando Bernardo Sousa foi segundo e lutou até ao fim pelo triunfo. Este ano essa dúvida pode tirar-se por exemplo no Algarve.

De José Pedro Fontes já se sabe que se conseguir elevar o nível de resultados que tem conseguido nas provas de terra, leva a sua contabilidade mais composta para a fase em que é realmente forte, e onde, por exemplo, ganhou dois ralis (para o CPR) no ano passado.

Outro piloto que este ano tem tudo para produzir acima do que fez no ano transato é Miguel Correia, que se estreou a vencer em 2022, significando que este ano podem contar com ele para andar na luta mais vezes, pelo menos nos pisos de terra, pois no asfalto, onde tem trabalhado para melhorar, ainda precisa de tempo.

Estamos certos que um dia ainda vai ser campeão no CPR. Quanto demora, logo se vê.

É verdade que o CPR só teve dois campeões nos últimos cinco anos, Armindo Araújo, três vezes, e Ricardo Teodósio, duas, mas houve sempre outros pilotos que poderiam lá ter chegado. Especialmente Bruno Magalhães e José Pedro Fontes. Se estivéssemos em Las Vegas, a grande maioria das fichas seriam colocadas em Craig Breen, mas também não nos admirávamos muito se existisse aqui um ‘jackpot’ inesperado.

Bom plantel

Há vários anos que o CPR tem mantido sensivelmente o mesmo nível com um conjunto de pilotos com bons carros e boas equipas, e este ano não será exceção. É verdade que foi na frente que surgiu a grande novidade, Breen, mas perdemos Bruno Magalhães, um dos mais titulados e destacados pilotos de sempre dos nossos ralis, vice-campeão europeu de Ralis e tricampeão nacional.

Pedro Meireles volta para a segunda época com o Hyundai i20N Rally2 do Team Hyundai N|M. & Costas, estando prevista a participação nas 8 provas, enquanto o seu irmão Paulo Meireles volta a fazer um programa parcial (Algarve, Terras D’Aboboreira, Alto Tâmega e Vidreiro), ambos com a Sports & You equipa que também assiste os Hyundai ‘oficiais’.

Paulo Neto regressa com o Skoda Fabia Rally2 evo e a ARC Sport, Pedro Almeida (Skoda Fabia Rally2 evo), trocou de assistência, passa a ser a espanhola MAPO Motorsport.

Ricardo Filipe (Ford Fiesta) continua com a Racing 4 You, e Paulo Caldeira (Citroen C3 Rally2), com a Sports & You. E há ainda um jovem, muito jovem, aliás, que está a fazer um percurso bem sustentado: Lucas Simões/Nuno Almeida (Ford Fiesta R5).

2RM bastante mais competitivo

Já aconteceu o mesmo no TT, agora parece que também no CPR há muito mais gente a apostar nas duas rodas motrizes, no caso do TT, categorias mais ‘baixas’, o que significa desde logo bem maior competitividade. É este o caminho. Para já em Fafe, 14 concorrentes, o que é bem mais do que o habitual.

A base dos ralis tem de ser maior e mais competitiva (no contexto) que o topo, pois é dessa forma que saem daí pilotos melhor preparados para o ‘salto’.

O campeão em título, Ernesto Cunha, quer manter o ceptro e volta a apostar no Peugeot 208 Rally4. Ricardo Sousa (Peugeot 208 Rally4) vai tentar de novo chegar ao título, Daniel Nunes (Renault Clio Rally4) regressa aos 2WD com a Domingos Sport, é de longe o mais experiente, Hugo Lopes (Renault Clio Rally4) é um piloto rápido, ainda jovem, que pode surpreender, Rafael Cardeira regressa com o Renault Clio R3T, é sempre candidato ao top 5, Pedro Silva eleva a fasquia com o Peugeot 208 Rally4 e a Domingos Sport, Hugo Mesquita (Renault Clio Rally4) é também um bom valor que regressa após três anos de ausência, Gonçalo Henriques, vencedor do FPAK Júnior Team e autor de uma grande exibição em Vieira do Minho é um caso a seguir com muita atenção, com o plantel a concluir-se com nomes como Gonçalo Fernandes (Renault Clio Rally4/Racing4you), Paulo Roque (Peugeot 208 Rally4/Racing4you), José Loureiro (Peugeot 208 Rally4), Miguel Abrantes (Renault Clio RS R3T), João Colaço (Renault Clio RS) e João Figueiredo (Renault Clio RS).

De resto, a competição mantém a estrutura, quatro provas em cada tipo de piso, terra e asfalto, e a única novidade do calendário é a saída do Azores Rallye a e entrada o Rali do Algarve. “Ladies and gentlemen start your engines…”

Palmarés

1956 Fernando Stock

1957 Horácio Macedo

1958 José Luís Abreu Valente

1959 José Luís Abreu Valente

1960 José Manuel Pereira

1961 Horácio Macedo

1962 José Baptista dos Santos

1963 Horácio Macedo

1964 Fernando Basílio dos Santos

1965 César Torres

1966 Manuel Gião

1967 Américo Nunes

1968 Américo Nunes

1969 Não houve Campeão Absoluto

1973 Não houve Campeão Absoluto

1974 Não se Realizou

1975 Manuel Inácio

1976 António Diegues

1977 Giovanni Salvi

1978 Carlos Torres

1979 José Pedro Borges

1980 Santinho Mendes

1981 Santinho Mendes

1982 Joaquim Santos

1983 Joaquim Santos

1984 Joaquim Santos

1985 Joaquim Moutinho

1986 Joaquim Moutinho

1987 Inverno Amaral

1988 Carlos Bica

1989 Carlos Bica

1990 Carlos Bica

1991 Carlos Bica

1992 Joaquim Santos

1993 Jorge Bica

1994 Fernando Peres

1995 Fernando Peres

1996 Fernando Peres

1997 Adruzilo Lopes

1998 Adruzilo Lopes

1999 Pedro Matos Chaves

2000 Pedro Matos Chaves

2001 Adruzilo Lopes

2002 Miguel Campos

2003 Armindo Araújo

2004 Armindo Araújo

2005 Armindo Araújo

2006 Armindo Araújo

2007 Bruno Magalhães

2008 Bruno Magalhães

2009 Bruno Magalhães

2010 Bernardo Sousa

2011 Ricardo Moura

2012 Ricardo Moura

2013 Ricardo Moura

2014 Pedro Meireles

2015 José Pedro Fontes

2016 José Pedro Fontes

2017 Carlos Vieira

2018 Armindo Araújo

2019 Ricardo Teodósio

2020 Armindo Araújo

2021 Ricardo Teodósio

2022 Armindo Araújo

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