Armindo Araújo: “Os últimos ralis vão ser duas finais e vamos ter que saber gerir as emoções”
Cumpridas as duas primeiras provas (Castelo Branco e Madeira) de asfalto do CPR, Armindo Araújo e Luís Ramalho, no Skoda Fabia RS Rally2, somam igual número de vitórias e interromperam o domínio de Kris Meeke, a quem conquistaram a liderança do campeonato após o Rali Vinho da Madeira.
Em pouco mais de dois meses, a competição voltou a ganhar vida, em termos competitivos e de emoção, na sequência dos problemas mecânicos que penalizaram o piloto do Team Hyundai Portugal nestas duas últimas jornadas. Araújo está agora no topo da tabela classificativa e o seu navegador, Luís Ramalho já garantiu por antecipação o seu título de campeão graças ao primeiro lugar do CPR na Madeira.
“Parabéns ao Luís Ramalho, que bem merece este título!…”, sublinha o piloto de Santo Tirso.
A partir de agora, e com o CPR ao “rubro”, face ao duelo entre Armindo Araújo e Kris Meeke, o heptacampeão nacional confessa que vai “encarar os dois próximos ralis como duas finais”.
Saber suportar a pressão é uma virtude fundamental numa competição como o CPR…
“Sem dúvida que sim. Temos que lidar com a pressão, focar-nos no objetivo e lutar sempre por ele sem baixar os braços. É isso que temos vindo a fazer desde o início da época, mesmo com todas as dificuldades que vão surgindo, e sabendo lidar com a pressão de estar nessa luta. As coisas têm-nos corrido bastante bem”.
O “ressuscitar”, especificamente no Rali Vinho da Madeira, do Armindo Araújo, deveu-se a quê? Testes para descobrir o ‘setup’ ideal para as classificativas locais?
“Esse trabalho foi iniciado na pré-época de asfalto, na qual fizemos um bom ‘upgrade’ em termos de evoluções do ‘setup’ de asfalto e também trabalhámos num específico para as classificativas do Rali Vinho da Madeira. Finalmente, e face aquilo que eu me vinha a queixar nos últimos anos em relação à Madeira, conseguimos encontrar um caminho… Na realidade, nesta edição do rali estivemos mais competitivos. Não sabíamos à partida qual seria a diferença, mas estávamos certos de que íamos ser mais rápidos e, felizmente, acabou por um bom rali para nós”.
Pode dizer-se que o heptacampeão nacional de ralis está no seu melhor momento dos últimos anos?
“Não colocaria as coisas dessa forma. Acho que estamos muito focados, tenho-me empenhado muito no CPR, em desenvolver o carro para que os bons resultados surjam e estamos a lidar bem com tal situação. Tenho dado tudo o que tenho…”
Ter estabilidade emocional para aguentar a pressão, para além de ser rápido, vai ser fundamental no Rali na Água, para manter a liderança do CPR?
“Os dois próximos ralis vão ser duas finais. Teremos de ir com tudo e atacar ao máximo. Sei que quando aumentarmos o grau de risco tudo pode acontecer, mas vamos ter que saber gerir as emoções e dar o nosso melhor. Vou encarar os dois próximos ralis como finais”.
Já pensa em intensificar o programa de testes para poder abordar com mais confiança as duas últimas provas do CPR?
“Neste momento vamos manter o que está no programa inicial, que é a preparação de cada rali na semana anterior ao mesmo, com a realização de um teste. É isso que vamos fazer, mas iremos trabalhar bastante no ‘setup’ e ver aquilo que a Skoda Motorsport nos pode disponibilizar em termos de afinações, para estar no máximo e o melhor preparados possível para estas duas próximas finais”.
Crê que o Kris Meeke não será tão forte no asfalto como demonstrou nos ralis em pisos de terra?
“Quando a mim, a questão deve ser vista de outra forma. No asfalto as diferenças são menores e quando assim é não permitem qualquer falha ou atraso, enquanto na terra é possível criar uma diferença maior nos tempos e, logo, fazer uma gestão melhor. Nos ralis curtos, de 100 quilómetros, temos de andar a fundo, rodando muito próximos, e qualquer pequeno problema dita logo um mau resultado”.
Fonte: campeonatoportugalderalis.pt
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