Campeonato de Ralis da Madeira: SEXTO TÍTULO PARA ALEXANDRE CAMACHO

Por a 3 Outubro 2019 10:54

Por João F. Faria

Fotos: Diogo Abreu e João Freitas Faria

O Campeonato da Madeira de Ralis de 2019 acabou da mesma forma que havia terminado o anterior, com mais um título, o sexto, de Alexandre Camacho. O piloto do Skoda Fabia R5 voltou a ser a referência no arquipélago.

A temporada deste ano de ralis na Madeira começou exatamente com o mesmo panorama competitivo da época anterior. Existiam quatro pilotos com viaturas R5 e ainda um concorrente com um WRC a poderem lutar pelo título absoluto. Ainda em março muitos eram aqueles que esperavam que uma maior familiarização de alguns condutores com as suas máquinas pudesse fazer equilibrar os pratos da balança da competitividade. Esse ensejo não veio, contudo, a se concretizar.

Alexandre Camacho e o Skoda Fabia R5 da Delta Rally voltaram a marcar o ritmo e apenas quando conheciam alguns problemas ou não estavam na sua performance habitual permitiram que a concorrência pudesse subir ao lugar mais alto do pódio. Numa ilha em que as trajetórias são definidas quase ao milímetro, o piloto das Vespas dispôs de uma viatura acertada na perfeição ao longo do muito tempo em que já havia rodado na mesma e, dessa forma, os meios para fazer valer uma rapidez reconhecida por todas as partes.

Vice-campeão, Miguel Nunes ainda chegou a incomodar algumas vezes o líder e venceu mesmo em três ralis. No entanto, o piloto da Play nem sempre pode contar com o Hyundai i20 R5 no pleno das suas faculdades assim como o carro coreano ainda não faz, por norma, jogo igual com o Skoda Fabia R5, verdadeira referência a nível mundial no agrupamento. Quase empatado com o campeão à entrada do Rali Vinho Madeira, o piloto, cujo navegador, João Paulo, foi o campeão de segundos condutores, não teve à sua disposição as “armas” para fazer pender a balança em seu favor. Talvez por isso, vendeu logo de seguida a sua viatura e experimentou, com sucesso, na última prova do ano o modelo utilizado pelo seu rival.

No lugar mais baixo do pódio do campeonato ficou Pedro Paixão. O jovem piloto da Cex mostrou em inúmeras ocasiões ser suficientemente veloz para vir a discutir as vitórias tanto nos ralis como nos campeonatos. No entanto, o piloto do Skoda Fabia R5 acabou por falhar algumas vezes, ora por falha ou menos bom acerto da sua viatura, ora por alguma falta de consistência e constância inerente à sua juventude. No entanto, uma vez ultrapassados esses handicaps, reúne todo o potencial para fazer juntar o seu nome ao livro de ouro da competição promovida pela FPAK.

Na luta pela definição dos lugares do pódio faltou João Silva. O piloto da FX esteve em bom plano na prova inaugural, em São Vicente, mas cedo realizou que o seu Citroën DS3 R5 já não dispõe dos mesmos argumentos que os carros de que dispõem os seus adversários. Nesse contexto, optou por apenas disputar três ralis em 2019, voltando à ação no Rali Vinho Madeira em que alcançou mais um bom resultado atendendo às limitações do material disponível. Com uma máquina detentora de uma grande competitividade esteve uma vez mais Rui Pinto. O piloto da RJP, no entanto, não conseguiu em 2019 voltar a demonstrar a velocidade exibida no passado com o potente Ford Focus WRC.

Uma das agradáveis surpresas do ano foi o regresso à competição de Vítor Sá. O piloto com 11 títulos madeirenses absolutos escolheu para o efeito um Citroën DS3 R3T e as suas prestações com o pequeno carro francês impressionaram não só o público como alguns adversários com viaturas muito mais potentes. Sá, que deverá já a estar a pensar na passagem para uma viatura R5, só não foi campeão do escalão porque falhou a primeira prova e abandonou duas vezes por avaria do seu carro. Esse cetro acabou por pertencer a Bruno Fernandes que demonstrou também boas prestações mas fez valer na fase final da competição a sua regularidade e constância num agrupamento em que Rui Fernandes promete também vir a discutir o título com o Renault Clio adquirido há alguns meses.

Depois de alguns anos a marcar a cadência na ilha, os Porsche GT3 voltaram a estar presentes em grande número pois foram nada menos que quatro os pilotos que optaram pelo modelo germânico. No entanto, nem a comprovada velocidade de Filipe Freitas, Gil Freitas ou Paulo Mendes puderam ultrapassar a menor adaptação das potentes viaturas quanto comparados com carros de rali “de raiz” em provas especiais. Sempre muito interessante foi a disputa das primeiras posições no muito concorrido grupo RC4. Ali, foi numa fase inicial, Artur Quintal a determinar o ritmo mas Paulo Nunes, a partir do momento em que trocou o “velho” Citroën Saxo por um Peugeot 208 R2, conseguiu inverter a tendência e tornar-se campeão da categoria.

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