Bryan Bouffier vence nos 100 anos do Rali de Monte Carlo

Curiosamente, e apesar de ter confirmado a vitória na prova com o piso seco, foi na neve da tarde de ontem que ‘virou’ a prova a seu favor, quando aproveitou o facto dos homens da Skoda e Petter Solberg terem metido os pós pelas mãos na escolha de pneus, ao ponto de caírem de primeiro e segundo para sexto e sétimo. O francês, por outro lado fez o percurso inverso, e do sétimo posto, acabou em primeiro, donde já não voltou a sair até final.

Tal como Bruno Magalhães revelou aos microfones do Eurosport, poderá ter ajudado bastante o facto de viver a cerca de 35 kms da especial onde tudo se alterou, e ter amigos e familiares espalhados pelos troços, com informação que se pode ter revelado fundamental na escolha de pneus, que depois lhe permitiu tamanha reviravolta. Por falar em reviravolta, acabou por ter também a sorte pelo seu lado já que nessa oitava especial fez um pião…de 360º, que lhe possibilitou ficar virado para o sítio certo e dessa forma prosseguir em prova. Até nisso teve sorte. Venceu com todo o mérito e inscreveu o seu nome no livro de ouro de tão importante prova.

Segundo lugar para Freddy Loix, que ao iniciar o dia em terceiro, depressa se percebeu que apontava à vitória. Contudo, o facto de ter 55s para recuperar, e não haver neve e gelo para baralhar as contas, viu-se a braços com um problema insolúvel, pois em asfalto seco, Bouffier conhecia as estradas como ninguém, pois é precisamente campeão francês de ralis em asfalto.

No terceiro posto terminou Stéphane Sarrazin, que hipotecou as suas hipóteses ao perder muito tempo durante o dia de ontem, a que juntou hoje mais cerca de trinta segundos em virtude da caixa de velocidades do Peugeot 207 S2000 ter encravado em quarta na primeira passagem pelo Turini.

Guy Wilks ainda foi a tempo de desalojar François Delecour de mais uma posição, e terminou no quarto posto. O francês bem tentou, mas nada pôde fazer perante o maior poderia dos seus adversários. Confome revelou aos microfones do eurosport, se os troços fossem só a descer, podiam contar com ele, mas o facto de não ter a última evolução do motor do 207 S2000 foi um gande óbice.

Juho Hanninen teve o rali na mão e deixou-o fugir ao ‘marcar’ Petter Solberg. Com o norueguês a ser o primeiro a sair para a estrada antes da segunda passagem pelos troços de ontem, o finlandês e a sua equipa, a Skoda decidiram montar os mesmos pneus no Fabia S2000 que solberg, o que se veio a revelar fatal para o líder, que em dois troços perdeu cinco minutos e todas as hipóteses de vencer. Terminou em sexto atrás de Delecour, um piloto que na fase inicial do rali chegou a estar 2m15s atrás de si.

Para Petter Solberg, o Monte Carlo serviu só para ganhar ritmo para o Rali da Suécia, pois o piloto norueguês nunca conseguiu afirmar-se como um real favorito. Chegou a estar em segundo, mas numa altura em que Hanninen dominava claramente a prova. Depois de cair para sétimo, nunca mais sequer voltou a andar nos lugares da frente e sai de Monte Carlo sem uma única vitória em especiais e logo num rali com imensos vencedores diferentes.

Quando chegou ao final da derradeira especial Petter solberg já se queixava de problemas com o alternador, que acabou mesmo por ceder, levando o norueguês a abandonar já na ligação para o Mónaco. Stéphane sarrazin sofreu uma penalização de trinta segundos e terminou na quarta posição, apenas a 2,2s de Guy Wilks e com uma magra vantagem meio segundo sobre François Delecour.

Classificação

1º Bouffier B. – Panseri X. Peugeot 207 S2000 3:32:55.6

2º Loix F. – Miclotte F. Skoda Fabia S2000 +32.5

3º Wilks G. – Pugh P. Peugeot 207 S2000 +1:19.7

4º Sarrazin S. – Renucci J. Peugeot 207 S2000 +1m21.9

5º Delecour F. – Savignoni D. Peugeot 207 S2000 +1:22.4

6º Hänninen J. – Markkula M. Skoda Fabia S2000 +1:29.3

7º Vouilloz N. – Veillas B. Skoda Fabia S2000 +4:47.8

8º Kopecký J. – Starý P. Skoda Fabia S2000 +7:45.9

9º Gardemeister T. – Tuominen T. Peugeot 207 S2000 +9:09.0