Alguém chega para Loeb?
Tal como todos os campeonatos de quatro rodas, também o Mundial de Ralis de 2009 não conseguiu passar imune à crise finnaceira mundial. A renúncia de duas importantes marcas oficiais na família WRC, como sejam a Subaru e a Suzuki, deixa a competição órfã do seu legado japonês, em mais um reflexo claro da “tempestade” que não se sabe ainda quando irá abrandar.
Ao invés, a definição de um calendário de 12 provas (em vez das 15 do ano passado) – e onde a principal novidade é a integração do Rali da Polónia e a ausência do mítico Rali de Monte Carlo -, parece estar definitivamente mais ajustada à realidade, permitindo, por exemplo, diluir os custos para as marcas ou equipas que aí pretendam “vender” os seus produtos. No último ano em que as regras dos actuais World Rally Car vingarão, antes de uma mutação genética que durará os próximos dois anos e cujo ADN está já apurado pela FIA, só dois construtores reafirmarão a sua aposta.
Citroen e Ford, eternamente rivais, assumem os riscos de um campeonato bipolar, chamando a si o monopólio de viaturas em presença, com os C4 e os Focus a constituirem mais 80 por cento do parque automóvel realmente competitivo do Mundial de 2009. Numa competição que comemora precisamente este ano três décadas (37 anos, no caso do Mundial de Construtores), a rivalidade entre franceses e ingleses é a única garantia de sucesso…
Dois galos, o mesmo poleiro
Tanto a Citroen de Olivier Quesnel como a Ford de Mark Deans iniciarão a época com as mesmas especificações nos seus carros com que terminaram a época transacta, sem que isso deva constituir uma vantagem teórica ou prática para qualquer uma delas. Vantagem efectiva poderá ser ter na equipa o Pentacampeão do Mundo, Sébastien Loeb, que partirá à procura do seu sexto título e já provou ser praticamente imbatível nos ralis de asfalto, ou seja, em 20 por cento do total de provas, e muito difícil de superar nas provas de terra, que constituem 80 por cento do campeonato.
O seu companheiro de equipa, Daniel Sordo, parte com uma ambição, tentando garantir a rectaguarda de Loeb e optimizar o trabalho de equipa no que à candidatura do título de Marcas diz respeito. Contudo, após dez segundos lugares, chegou a hora de Sordo “bater o pé” e reclamar, também ele, o sabor do champanhe, obviamente sem nunca perder a noção de que mais vale, apesar de tudo, “ter um pássaro na mão que dois a fugir”, até porque não faltam candidatos interessados a ocupar o seu lugar na “gaiola”.
De qualquer maneira, é na Ford que se situam as principais preocupações para o mega-favorito Loeb, com uma equipa cada vez mais homogénea liderada por Mikko Hirvonen, mas onde Jari-Matti Latvala, o mais jovem piloto de sempre a vencer uma prova do Mundial, poderá ter uma importante palavra a dizer, se não na consistência, pelo menos na rapidez com que encara o cronómetro. Os jogos de estratégia em que Malcolm Wilson, director da M-Sport, é exímio a controlar constituir o terceiro trunfo da equipa, sobretudo quando a interpretação da relação entre as posições na estrada e a natureza dos troços forem decisivas na questão da vitória.
Lado “B” também conta
Com a saída da Subaru e Suzuki, pilotos com lugar cativo no Mundial como Petter Solberg, Chris Atkinson, Toni Gardemeister e Per-Gunnar Andersson dificilmente farão um calendário de provas completo. No entanto, a presença das equipas “B” da Citroen e Ford, nomeadamente, da Citroen Júnior Team e da Stobart, ajudarão a compor o leque de estrelas que dará vida a este Mundial.
No caso dos franceses, Sébastien Ogier, o actual Campeão do Mundo Júnior, é talvez a maior esperança (embora, curiosamente, não esteja à partida nomeado para pontuar) para abrilhantar a formação satélite da Citroen Sport, mas nomes como Chris Atkinson (ainda só tem garantido o Rali da Irlanda), Conrad Rautenbach e Evgeniy Novikov também poderão impressionar.
Não restam dúvidas é que todos estes nomes vão ter, do outro lado da “barricada”, concorrência à altura, pois a Stobart chamou a si os serviços de Henning Solberg, Urmo Aava, Gigi Galli, Matthew Wilson, a quem se poderá ainda juntar o rápido François Duval nalguns ralis de asfalto. A tudo isto, há ainda que juntar o nome da jovem estrela Mads Ostberg que, com a equipa Adapta, promete valorizar o nome Subaru e conseguir situar-se regularmente entre os melhores “outsiders”.
Futuro decide-se… hoje
De uma coisa ninguém deve ter dúvidas. Da forma como decorrer este Mundial está também dependente o sucesso futuro da disciplina. O equilíbrio de forças entre Citroen e Ford poderá inspirar novos construtores que têm, a partir de agora, a possibilidade de apresentarem as suas candidaturas aos campeonatos vindouros e trabalharem com tempo de sobra para mostrarem ao mundo os seus novos produtos sob a fórmula de S2000 +.
Fulcral será também a preparação para a entrada em cena de um verdadeiro promotor do campeonato, condição que Citroen e Ford já fizeram saber ser essencial para a sua manutenção no Mundial de Ralis. E mesmo que a sua entrada a 100 por cento esteja apenas agendada para 2011, é neste o ano que terão de ser lançadas as sementes, sob pena do Campeonato do Mundo de Ralis ter os dias contados ou ser mesmo substituído pelo emergente IRC (Intercontinental Rally Challenge).
CALENDÁRIO
Data Prova
28/01.01/02 Rali da Irlanda
11.15/02 Rali da Noruega
11.15/03 Rali do Chipre
01.05/04 Rali de Portugal
22.26/04 Rali da Argentina
20.24/05 Rali de Itália – Sardenha
10.14/06 Rali de Acrópole
24.28/07 Rali da Polónia
29/07.02/08 Rali da Finlândia
02.06/09 Rali da Austrália
30/09.04/10 Rali da Catalunha – Costa Dourada
21.25/10 Rali de Gales/GB
Martin Holmes* e Filipe Pinto Mesquita
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