«Ainda conhecemos algumas classificativas»

Já lá vão onze anos que vimos a dupla portuguesa Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva entrar no pavilhão onde se realizavam as verificações técnicas do Rali da Catalunha e receber uma estrondosa ovação do público que enchia as bancadas do pavilhão, o que prova o carinho que a dupla sempre teve naquelas (e em muitas outras) paragens.

Prestes a regressar à alta roda dos ralis mundiais, estiveram para o efeit a testar, numa sessão que decorreu nos arredores da cidade de Corunha e que permitiu à formação nacional recolher importantes ensinamentos no que toca ao comportamento e às afinações do Mitsubishi Lancer Evo IX em pisos de asfalto.

Lutar pelas posições cimeiras do Agrupamento de Produção é o objectivo assumido pelos únicos portugueses que até hoje conquistaram um “título” mundial em provas de estrada, já nos próximos dias 5, 6 e 7 de Outubro.

A contagem decrescente para o Rali da Catalunha já começou para a dupla Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva e uma semana do início dos reconhecimentos para a prova que integra o calendário do Mundial de Ralis, a formação nacional teve a oportunidade de testar o Mitsubishi Lancer Evo IX, em pisos de asfalto. Uma sessão que teve três objectivos bem definidos, como reconhece Rui Madeira:

“Conhecer o comportamento do carro em asfalto, pois foi a primeira vez que o guiei nesse tipo de piso; experimentar, mas também chegar a algumas conclusões em termos de afinações, sobretudo, ao nível de suspensões e diferenciais; mas também testar os pneus Pirelli, uma aposta que tenho a esperança de vir a produzir resultados”.

A dupla nacional efectuou “mais de meia centena de quilómetros, num percurso perto da cidade da Catalunha, região em que está sedeada a equipa espanhola AR Vidal Racing”. O almadense confessa que “no geral, fiquei francamente surpreendido com o comportamento e com a competitividade do carro que me disponibilizaram.”

“Uma unidade praticamente nova, bastante bem construída e com um motor que me pareceu com mais binário do que o que utilizei no Rali de Portugal. É claro que gostaria de ter feito mais quilómetros, mas isso só vai acontecer no ´shakedown´ da prova. No entanto, o balanço que faço desta sessão de trabalho é muito positivo. Diria mesmo que superou as minhas expectativas…”

Motivo de orgulho para Rui Madeira “é o facto da organização nos ter atribuído o número três entre os concorrentes do Agrupamento de Produção, o que é sinal que não se esqueceram de nós”. Recorde-se que a dupla nacional venceu o Rali da Catalunha, na categoria respectiva, nas edições de 1994 e 1995. “Fiquei muito contente quando vi a lista de inscritos, até porque a alguns dos que são as esperanças do Mundial foram atribuídos números mais elevados”.

Com adversários de respeito como Andreas Aigner, Juho Hanninen e Patrik Flodin, entre outros, a dupla Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva reconhece que “não vai ser fácil alcançar um bom resultado. O nível vai ser muito elevado e, em termos de ritmo, é claro que vamos partir com um ´handicap´ importante. Por isso mesmo, vamos apostar numa prova em crescendo. Algumas das classificativas que integram a estrutura ainda são nossas conhecidas, o que não nos penaliza tanto, pelo que vamos a ver como as coisas correm”.

“Mas o mais importante é voltar à competição, com tudo o que isso representa para mim, pelo que não vejo a hora de partir para a primeira classificativa”. As palavras são de Rui Madeira, com a partida para o Rali da Catalunha a estar marcada para o próximo dia 5 de Outubro…