Carlos Tavares: “Temos de colocar um pouco de juízo nos líderes políticos”

Por a 10 Julho 2024 10:57

Carlos Tavares tem criticado de forma aberta a postura dos políticos europeus, especialmente nas instituições europeias. Olhando para a situação atual, os fabricantes de automóveis atravessam uma fase de instabilidade e de receio, motivada em parte pelas decisões tomadas na Europa.

A questão dos elétricos é agora central nas discussões dos principais responsáveis as marcas europeias. Foi feito um esforço tremendo para apostar nos elétricos, com as marcas a serem levadas nesta “onda” umas por convicção, outras por obrigação. Mas o momento é de reflexão, com o mercado de elétricos a estagnar e com a produção de novos EV a ser desacelerada ou simplesmente parada, pois há demasiada oferta para a procura atual.

Uma Europa que decide mal?

O motivo pelo desinteresse? Mais do que a transição energética e os seus desafios, trata-se de uma questão económica. Os preços dos carros elétricos continua alto, apesar das tentativas de algumas marcas em introduzir propostas mais acessíveis. Os elétricos perdem força e os eletrificados (híbridos) começam a ganhar mais protagonismo.

E se a Europa der um passo atrás? E se a revolução na mobilidade ficar a meio? Estará a Stellantis preparada para o cenário em que a eletrificação passa para segundo plano e os motores térmicos voltam a ser aposta forte? Carlos Tavares diz que sim, mas deixou mais um recado para os responsáveis europeus:

“Vamos ter carros elétricos abaixo dos 20 mil euros. Já hoje, o e-C3 está à venda em França, com apoios do estado por 14.800€. Para um cliente de classe média, um carro deste valor é já acessível. Se houve uma modificação da transição, vamos guardar alguns motores térmicos para estarmos preparados. A mensagem que temos de passar para a sociedade é que isto não é um brinquedo.

Falamos de uma empresa em que os investimentos e o retorno sem fazem em períodos de dez anos. Os ciclos políticos duram entre quatro a cinco anos. Nós trabalhamos com ciclos de dez a vinte anos. Não é um barco ligeiro. É um Navio petroleiro em que quando viramos para um lado demora tempo para que tal aconteça. Não podemos brincar com isto.

São 14 milhões de pessoas a trabalhar na indústria automóvel e há uma certa ligeireza na forma como são tomadas algumas decisões. Temos de colocar juízo nos líderes políticos, que devem pensar nas várias consequências das suas decisões.

Há duas mensagens que queremos passar: primeiro, vamos respeitar todas as regulamentações, não se preocupem com isso; segundo, o problema é como se vai proteger a liberdade de movimentos da classe média com carros a preços acessíveis. Para isso vai haver muitos sacrifícios para se atingir a redução de custos e os políticos não estão preparados para isso e depois vão dizer que a culpa é nossa.”

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