TOP 10 LENDAS DO MOTOGP: 1º Valentino Rossi
Naquele 16 de Setembro de 2007, a sala de imprensa do Autódromo do Estoril fervilhava de jornalistas vindos dos quatro cantos do mundo. Os olhares estavam fixos nos monitores que transmitiam a última volta do GP de Portugal de MotoGP – a vitória era discutida taco-a-taco pela Honda de Dani Pedrosa e pela Yamaha de Valentino Rossi. Quando o italiano saiu da Parabólica ligeiramente à frente de Pedrosa e cortou a meta com 0,175s de vantagem, um grupo de jornalistas espanhóis explodiu numa celebração ruidosa. Confuso, um congénere italiano perguntou o que comemoravam se o ‘seu’ piloto acabava de perder a corrida. A resposta foi desarmante: “Hombre, quando gana Valentino, ganamos todos.”
Rossi é um dos desportistas mais consensuais do século XXI, alguém que está para o motociclismo como Tiger Woods está para o golfe. O seu talento e personalidade hipnótica quase nos fazem esquecer os erros, como aquela queda em Valência’2006 quando entregou o título a Hayden, ou as acusações de evasão fiscal em Itália que optou por não rebater, pagando antes 35 milhões de euros. Disso (quase) ninguém se lembra. Na memória estão as celebrações teatrais com a Tribo Dei Chihuahua, ou as mil-e-uma decorações da moto e capacete, e, claro, aquela fabulosa ultrapassagem a Jorge Lorenzo na última curva de Montmeló, um momento que condensou tudo o que as corridas devem ser: a luta de dois homens com armas iguais onde por fim é o talento que prevalece. E que talento…
Predestinado
Mas o que faz Rossi superar Giacomo Agostini e os seus incríveis 15 títulos mundiais? Na prática, trata-se de dois predestinados, dois sobredotados do motociclismo. A diferença é que ‘Ago’ teve a ‘infelicidade’ de dominar o Mundial numa época em que as MV Agusta oficiais não tinham oposição (o próprio nível geral dos pilotos era mais baixo desde o abandono de Hailwood e a morte de Saarinen), e numa altura em que a Internet e a TV por cabo eram conceitos de ficção científica.
Rossi, por outro lado, é o verdadeiro ícone global do motociclismo contemporâneo. A famosa batalha com Lorenzo na Catalunha foi vista em directo e a cores por dezenas de milhões em todo o mundo. E quem assistiu a momentos como a fabulosa corrida de Montmeló – as Leis da Física pareceram ficar em ‘suspenso’ quando o italiano mergulhou a M1 naquela última curva e depois segurou o natural ‘ricochete’ da gravidade; mas o que talvez poucos recordem é que, algumas voltas antes, Rossi já tinha redefinido os limites da pilotagem quando travou para a primeira curva, viu que Lorenzo tinha travado mais tarde… e voltou a recolher os joelhos para travar AINDA mais tarde! – daqui a 30 anos, esses milhões de felizardos não terão dúvidas em apontar o melhor de todos os tempos. Rossi nunca chegará aos 15 títulos de Agostini, mas ultrapassou o compatriota em (quase) tudo o resto.
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