Os Campeões de 2020, Moto GP: O brilho de Miguel Oliveira

Por a 4 Janeiro 2021 15:30

Desportivamente a temporada, complicada pela pandemia de Covid-19, acabou por ser extraordinária, com Marc Márquez, dominador nos anos anteriores, afastado logo na primeira corrida por uma lesão que pode muito bem ter terminado a sua carreira. A sua ausência resultou num novo equilíbrio, com nove vencedores diferentes, facto quase inédito, uma moto que nunca o tinha feito a vencer por três vezes, e uma equipa que mal tinha vencido antes a ascender ao título de pilotos, de equipas e quase de construtores.

O novo campeão Joan Mir, ainda o ano passado um rookie, colocou no topo da classe rainha a Suzuki, uma marca que não vencia desde 2000. Para nós, o destaque vai todo para Miguel Oliveira, com as suas duas extraordinárias vitórias em MotoGP, tão diferentes uma da outra, em carácter. Numa época em que a KTM RC 16 voltou renovada e claramente muito melhor, o piloto de Almada não seria o primeiro a vencer com ela, mas sim quem mais venceu até agora. A honra da primeira vitória coube ao seu colega de marca, o Sul-Africano Brad Binder, feito também digo de nota, pois colocou o rookie no degrau mais alto do pódio apenas na sua terceira aparição no MotoGP.

Isso pôs a equipa austríaca em frenesim, mais ainda quando foi seguida, apenas duas corridas depois, por outra de Miguel Oliveira em Spielberg, casa da marca.

Uma fabulosa vitória de oportunidade, que pouco faria prever poucas horas antes, em que Oliveira soube atacar no momento certo. O piloto português fez história, tornando-se o primeiro piloto português na história a vencer uma corrida de MotoGP, deixando em puro êxtase os adeptos portugueses.

Já a segunda vitória, a encerrar a temporada, em Portimão, com chave de ouro, no regresso do campeonato a Portugal, depois de oito anos, foi quase anunciada, pois a motivação era tanta, que nada conseguiria o objetivo do português: O domínio do português da Tech3 começou com a Pole e ao vencer, averbou pelo caminho a volta mais rápida da corrida, o que equivale a dizer, o recorde do circuito.

Resumindo, Miguel Oliveira escreveu em 2020 a mais rica página da história do desporto motorizado em Portugal, ao vencer duas corridas da classe Rainha do Motociclismo de Velocidade, o MotoGP, uma delas no ‘seu’ Grande Prémio, em Portugal.

Quanto ao resto dos pilotos, muito haveria a dizer, de Mir, que quase a encerrar a época com seis pódios, se arriscava a ser campeão sem nunca ter vencido uma corrida, a Quartararo, que começou bem e acabou mal. O novo titular finalmente provou o champanhe da vitória no Grande Prémio da Europa em Valência e sagrou-se campeão na Suzuki na ronda seguinte. Ao mesmo tempo, o seu colega Alex Rins só foi batido por Franco Morbidelli para a posição de vice campeão, outra circunstância estranha, já que de quatro Yamaha em pista, Morbidelli era o concorrente menos apontado como um candidato e de facto, o único a usar uma moto de 2019.

Pela negativa, os problema da Yamaha, apanhados com válvulas ilegais, o desempenho de Andreia Dovizioso, que se perdeu a meio da época numa Ducati que nunca funcionou com o novo pneu Michelin traseiro, e um Viñales que, de um bom começo com dois pódios, acabaria por ter apenas uma vitória a caminho do sexto lugar para mostrar pelo seu esforço. Ainda pior, Fábio Quartararo, que de claro líder com duas vitórias de estreia no início da época, acabaria em oitavo apenas 2 pontos à frente de Miguel Oliveira. Nas outras categorias, Enea Bastianini foi um campeão digno por atrição, afastando o desafio tardio de Sam Lowes e a sempre presente ameaça de Luca Marini para se impor na classe intermédia, catapultando-se para a Moto GP em 2021.

Semelhante feito foi o de Albert Arenas que fez uma época de Moto3 consistente e inteligente numa classe que não é notada por nenhuma das duas, impondo-se por uma curta margem de quatro pontos sobre Tony Arbolino com três vitórias entre 10 pilotos que pisaram o degrau mais alto do pódio até ao 14º Romano Fenati.

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